Leitor fala sobre preços do leite e situação do mercado

O leitor do MilkPoint, Sávio Santiago, de Resende-RJ, enviou um comentário ao artigo "<a href="http://www.milkpoint.com.br/?noticiaID=58023&actA=7&areaID=50&secaoID=153"><U>Produção maior e derivados em queda reduzem preços ao produtor</U></A>". Acesse e leia a carta na íntegra.

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O leitor do MilkPoint, Sávio Santiago, de Resende-RJ, enviou um comentário ao artigo "Produção maior e derivados em queda reduzem preços ao produtor". Abaixo, leia a carta na íntegra.

"O que será que nos separa tando do mercado internacional? Porque será que as cotações de leite no Brasil no meio do ano estiveram consideravelmente acima do mercado internacional, e agora no final do ano inverteram essa tendência, apresentando queda, enquanto lá fora já são vários leilões de alta? Porque será?

Posso parecer repetitivo, mas o advento do UHT provocou uma concentração de volume nas mãos de poucas indústrias e uma concentração de grandes hipermercados compradores. O resultado disso são alterações de mercado, devido a sazonalidade, cada vez mais bruscas. É de arrepiar ver um produto cair de R$ 2,80 para R$ 1,05 em sessenta dias; alguma coisa está errada. A impressão que dá é que os elos da cadeia se revezam nos papéis de "refém" e "chantagista" a cada alteração sazonal.

Seria mais ou menos assim: Falta leite, o setor produtivo chantageia o varejo e o consumidor que paga preços estratosféricos por um litro de leite. Ou: Sobra leite, o varejista e os consumidores chantageiam o setor produtivo depreciando os preços a níveis insuportáveis para quem produz.

A verdade é que o número de produtores caiu vertiginosamente, aumentando o volume individual; eficiência sim, mas não deixa de ser concentração.
O número de laticínios caiu vertiginosamente, aumentando o volume individual; investimento sim, mas concentação e, nesse caso, muito devido ao longa vida. A participação de hipermercados na negociação de leite subiu muito. Neste caso, na minha opinião, isso se deve 100% ao advento do longa vida.

Aí podem dizer alguns: Discurso retrógrado... seria isso? Seria sim, se o longa vida fosse um produto melhor que o leite pasteurizado, o que comprovadamente não é - perguntem ao Tio Sam e ao resto do mundo desenvolvido. Seria sim, se mercadologicamente fosse vantagem deixar de vender grandes volumes no mercado fracionado: para padarias, minimercados e supermercados de médio porte, e passar esses volumes para os gigantes hipermercados. Mais uma vez está comprovado que não é.

Acho que não podemos nos conformar com os rumos que o mercado está tomando, com essas variações absurdas. Em um intervalo de menos de 60 dias fomos os vilões e os mocinhos da inflação. É hora de refletir. E que os amigos produtores aguentem R$ 0,40 e R$ 0,50 no final do ano. Acredite, infelizmente vai acontecer de novo."

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Edmilson Jose Silva
EDMILSON JOSE SILVA

ARAXÁ - MINAS GERAIS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 24/11/2009

O que nos separa do mundo civilizado é que lá o produtor manda no seu produto, ele vende via cooperativas para a industria, aqui é o inverso e ai esta a gangorra que todos vivemos!
Enriquecendo alguns poucos que muito bem sabem se aproveitar da lei de Gerson que impera.
Abraços Edmilson
Antonio Perozin
ANTONIO PEROZIN

VALINHOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/11/2009

Podemos ver pela considerações feitas por pessoas ligadas ao negócio Leite, que o problema é complexo.
Mas no meu modo de ver, temos alguns itens já mencionados , outros não, que talvez pudesse ajudar no impasse:
1-Fiscalização, em todos os tipos de leite, a fraude ainda é grande, e prejudica os honestos, tanto industria, como produtor, sem falar no consumidor final;
2-Divulgação do que é leite, ou seja, como é produzido cada tipo de leite, A, B, Padronizado, UHT, pois, infelizmente a população não sabe diferenciar um de outro;
3-A volta de cota de produção, pois, não podemos concordar com o tirador de leite que só vai produzir na época das chuvas, inundando o mercado do produto, sem qualidade e vendendo a qualquer preço já que seus custos são irrisórios;
4-Participação da industria do UHT na ANFV-Associação Nacional do Fornecedores do Varejo, ou criação de entidade equivante, para poder fazer frente ao poder das grandes redes varejistas que por vezes ditam o preço.
Acredito deveriamos continuar com o tema, até chegarmso a um demoninador comum.
Paz a todos
Antonio Perozin
Joseph Crescenzi
JOSEPH CRESCENZI

ITAIPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/11/2009

O que nos separa do mercado internacional é o não cumprimento da Noramtiva 51
francisco barbosa
FRANCISCO BARBOSA

TERESINA - PIAUÍ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/11/2009

Prezados
Tenho em minha fazenda uma vaca da raça girolanda, e ja deu a primeira cria e foi um sucesso, mais dar segunda quando faltava pouco para dar a cria, a vaca pariu o bezerro so que morto.....e esperei novamente ela ficou novamente proximo a dar cria e ontem ..pariu novamente morto...o que será que esta acontecendo com este vaca....dou ração adequada, sombra, e muita agua limpa e o que for possivel e feito..e não entendo...por favor ..peço uma ajuda ou orientação...

Grato.

Barbosa
Savio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 19/11/2009

Boa noite Sr Laércio;
Somente para enriquecer o debate, seguem algumas considerações:

Quanto aos volumes de produção de sua empresa, em que existe uma crescente nas vendas de UHT, realmente isso tem acontecido em praticamente todas as empresas que produzem os dois produtos, mais por conta da praticidade do que por conta da preferência do consumidor. Já trabalhei com UHT também e sei o quanto é mais fácil vendê-lo do que o leite pasteurizado.

Agora falando da nossa empresa que só produz o leite pasteurizado e subprodutos: Iniciamos as operações à um ano exatamente e já estamos distribuindo o leite pasteurizado em dez cidades do sul fluminense, sendo três com mais de 300.000 mil habitantes, além da capital do estado. Temos conseguido volume considerável trabalhando com sete dias de shelf life e mais de cento e cinquenta dias sem nenhuma devolução de leite acidificado.

Portanto não acredito realmente na condição de inviabilidade comercial por conta de comércios que porventura desliguem seus refrigeradores à noite. Até porquê do alto dos 40oC que tem feito aqui, perderiam não somente o leite, mas todos os outros produtos que necessitam da refrigeração.

Quanto à propaganda da bebida de soja, na realidade se encaixa bem nos questionamentos que fiz na carta que gerou essa saudável discussão. O que questiono na verdade é a fragilidade comercial do setor produtivo do leite no Brasil, gerada pela grande concentração na produção e no varejo. A concentração diminui o poder de barganha e também a busca por marketing e estímulo ao consumo. Acho um absurdo uma empresa que venda bebida de soja investir em marketing em horário nobre contra o consumo de leite, e nós do setor produtivo do leite não fazermos o mesmo de nossos produtos. Somos muito mais representativos em faturamento e não conseguimos sequer fazer propaganda em horários alternativos.

Entendo sua postura de defesa à seu produto, mas gostaria que entendesse que não estou levantando uma bandeira contra um produto, mas sim contra uma tendência de mercado muito perigosa que nosso setor produtivo está tomando. A concentração comercial, históricamente, já quebrou em épocas diferentes muitos setores do agronegócio nacional, por exemplo a suinocultura e a avicultura no passado. Aliás, ultimamente tem gente confundindo produtor de leite com "parceiros" de granja, muito perigoso repito.

Sobre os volumes da Europa, as fontes por mim consultadas mesmo antes desse debate salutar, apontam outros números, talvez pelo grande consumo de leite concentrado fracionado. O que é uma tendência para o resto do mundo também. Vou te enviar os dados.

Por fim, não concordo que as variações atuais sejam mais causadas pelo volume de produção primária, mas sim por estoques excessivos de um produto que se tornou a maior alternativa de escoamento do mercado interno, e do baixíssimo poder de barganha desses excessos com os hipermercados. Repito, as variações estão muito acima da realidade sazonal.

Um abraço,
Sávio
Roberto Jank Jr.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/11/2009

Respeito a opinião do Laércio, porém confesso que não tenho certeza se essa discussão é produtiva.
Mas há que se esclarecer que o suposto longa vida na europa está muito mais ligado á biosseguridade do produto ao consumidor do que ao processo uht em si. Existem diversos produtos disponíveis com envase asséptico e embalagem com as 7 camadas mas com tratamento térmico muito mais brando (a 80º, 90º e 100º C), diversos deles mantidos sob refrigeração no comércio. Mesmo no UHT acima de 129ºC equivalente á nossa legislação, o binômio tempo/temperatura do tratamento é muito mais brando que o nosso, sem falar na não necessidade de aplicar o processo conhecido por bactofuga e a adição de estabilizantes como o citrato de sódio.

Com isso, ressalto apenas que ainda temos um bom trecho a trilhar na busca por qualidade e as vezes penso que não estamos dando a devida importância a este aspecto. Talvez a melhor seleção de leite crú e a respectiva sinalização deste propósito industrial ao produtor ajudariam não só a melhorar o produto como a combater os desequilíbrios comerciais, cujas consequencias ao setor primário o Sávio coloca de forma acertada visto o histórico recente do uht.
O lançamento de um UHT premium ressaltando tratamento térmico mais brando e sem estabilizantes certamente criaria um marco novo e um diferencial neste mercado.
Laércio Barbosa
LAÉRCIO BARBOSA

PATROCÍNIO PAULISTA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 18/11/2009

Prezado Sr. Sávio,
Para ajudar na sua pesquisa, seguem alguns dados de mercado de países da Europa e o Brasil, comparando market-share de leite UHT X Pasteurizado:

UHT Pasteurizado
Espanha 98,1% 1,9%
Belgica 97,9% 2,1%
Portugal 96,9% 3,1%
França 96,5% 3,5%
Alemanha 69,7% 30,3%
Italia 59,6% 40,4%
Brasil 79,3% 20,7%

Fonte: Euromonitor 2008
Roberto Carlos de Castro
ROBERTO CARLOS DE CASTRO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/11/2009

LEITE UHT À R$ 0,99 É PIADA, ISSO NÃO EXISTE SERÁ QUE É LEITE MESMO. O GOVERNO TEM QUE MELHORAR A FISCALIZAÇÃO SENÃO O LEITE VAI AZEDAR.
Laércio Barbosa
LAÉRCIO BARBOSA

PATROCÍNIO PAULISTA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 17/11/2009

Prezado Sr. Sávio,

Antes de mais nada, gostaria de esclarecer que em nossa empresa produzimos tanto leite UHT como pasteurizado. Os volumes de pasteurizado são cada vez menores, enquanto o UHT tem volumes crescentes. A constatação é de que o consumidor já há muito tempo optou pelo leite UHT.

Assim, meu raciocínio é o de que se o consumidor já optou pelo UHT, ao se atacar o mesmo, criticando sua qualidade, acabamos por produzir efeito inverso, provocando queda no consumo de leite como um todo, e beneficiando outros produtos concorrentes como sucos, bebidas de soja, etc.

O que você espera de um consumidor que, convencido de que o leite UHT não é um bom produto, não encontre no mercado em que frequenta leite pasteurizado? Será que conseguimos mudar seus hábitos de compra? Fazê-lo ir diariamente a uma padaria para comprar o leite pasteurizado? Ele terá tempo para isso? Talvez ele se convença que é melhor consumir uma bebida de soja, que é percebida como "mais natural e saudável" (apesar de também ser UHT) e cuja propaganda afirma que "agora tem o mesmo teor de calcio do leite".

Insisto que é contraproducente discutir sobre qual produto é melhor. Existem também inúmeros estudos que comprovam que não há diferença significativa entre ambos, seja pasteurizado ou UHT. Por outro lado, deve-se levar em conta que a qualidade do leite pasteurizado ainda tem um componente que não depende da indústria, que é a distribuição refrigerada. Não se esqueça que esse fator foi determinante para que o RJ tenha sido o primeiro estado em que o UHT se tornou dominante no país, pois a deficiência na refrigeração aliada às altas temperaturas e dificuldade na distribuição provocavam um índice altíssimo de produto fora do padrão. Para esse consumidor que comprava leite azedo, o UHT foi um enorme avanço em termos de qualidade.

Quando digo que existe preconceito contra o UHT é porque constato que a discussão é toda entre o pasteurizado contra o UHT, nunca li nenhuma crítica nesse sentido a respeito do leite em pó, que pelos critérios apontados seria então o "pior" produto lácteo (deixo claro que discordo totalmente dessa classificação entre melhor e pior), pois sofre o mais severo tratamento térmico.

Com relação à concentração, isso é fato, tanto na indústria como no varejo, no Brasil e no resto do mundo, mas não concordo que o UHT seja o responsável por isso. Pelo contrário, o UHT permitiu que várias empresas regionais, como é o nosso caso, pudessem sobreviver na concorrência com as grandes multinacionais.

Oscilações de mercado sempre existiram. Elas dependem muito mais do volume de produção primária do que dos produtos finais. Já houve tempos em que o excedente que não tinha colocação tinha que ser jogado fora. Em outras épocas também o queijo tinha essa grande oscilação de preço durante o ano, e não me lembro de nenhuma corrente que, por esse motivo, tenha defendido que não se devesse consumir queijos!

Um grande abraço,
Savio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 17/11/2009

Em tempo senhores.
Primeira notícia do Milkpoint hoje.
Leite em pó tem mais uma alta no mercado internacional. Já bate 4000 a Tonelada.
Enquanto isso no Brasil...UHT à R$ 0,99 com embalagem a R$ 0,38?
Não é possível, tem alguma coisa errada.
Savio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 17/11/2009

Bom dia Sr Laércio;

Não há preconceito contra o UHT, e sim uma constatação que esse produto facilita a concentração de mercado tanto nas indústrias como no varejo e que tem provocado grande instabilidade comercial e variações extremamente bruscas acima da realidade sazonal de nosso mercado.

Quanto a "Leviandade de ficar defendendo que tal produto é melhor do que outro", existem estudos científicos que comprovam a superioridade microbiológica e em relação à biodisponibilidade de cálcio do leite pasteurizado em relação ao UHT. Segue um deles (GOMES, 1995). Infelizmente a praticidade não combina com qualidade.

Quanto a escolha dos consumidores, acredito que esse é um problema cultural, ligado ao cotidiano das pessoas que cada vez tem menos tempo. Nesse caso realmente a praticidade fala mais alto. Cabe à nós, contrários ao domínio comercial do UHT, divulgar a realidade dos fatos e esclarecer o consumidor.
Em relação a Itália, Espanha e Portugal acho que deveria se informar melhor em relação aos consumos de Pasteurizado X Concentrado X UHT. O UHT perde muito para os outros dois. Sobre Alemanha não tenho conhecimento, mas vou pesquisar.

O fato que realmente me incomoda nessa situação, é que a situação fica muito cômoda para quem produz UHT. Algumas indústrias se comportam de seguinte forma: no meio do ano vendem leite a preços extratosféricos, compram leite no campo a preços irreais (mesmo não repassando as margens para os produtores), iludem os produtores, dispensam leite no fim do ano ou promovem quedas absurdas, sobrecarregando indústrias queijeiras e de subprodutos e ainda por cima desviam leite para subprodutos prejudicando o mercado destes.

A questão da qualidade é importante sim, mas a preocupação real é em relação a concentração de mercado e ao "fenômeno do 8 safra / 80 entressafra".
Acho que a saída natural que o mercado vai adotar com tantos produtores crescendo a produção e se associando na venda do leite é o advento cada vez maior às mini-usinas e a regionalização do mercado. Esse fato já está ocorrendo e, ao meu ver, vai ser o retorno lento mas real do leite pasteurizado aos consumidores.

Um abraço, obrigado pelos comentários.

Sávio Santiago
Jose Ronaldo Borges
JOSE RONALDO BORGES

CUIABÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/11/2009

Resumo da Ópera: Produzir leite é um péssimo negocio no Brasil!
Laércio Barbosa
LAÉRCIO BARBOSA

PATROCÍNIO PAULISTA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 17/11/2009

Caro Sávio,
Não acho o seu discurso retrógrado, talvez seja saudosista, no entanto não se pode negar que é extremamente preconceituoso contra o UHT.
Acho uma leviandade ficar defendendo que tal produto é melhor que outro. Quem tem que decidir essa questão é o consumidor, e cabe aos empresários oferecer o produto que este consumidor quer consumir.
Como garantir que a qualidade que sai da fábrica é a mesma que o consumidor encontra no ponto de venda? Onde fica a conhecida deficiencia de distribuição refrigerada em nosso país, em que o varejo desliga a gondola refrigerada durante a noite?

A equação é um pouco mais complexa, envolvendo qualidade X praticidade X disponibilidade.

Por último, não entendi porque voce exclui da lista de países desenvolvidos alguns países como a França, Itália, Espanha, Alemanha, Portugal e outros onde o leite UHT é largamente predominante na preferencia pelos consumidores.
Savio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 16/11/2009

Boa tarde Sr Carlos Alberto;

Gostaria de evidenciar uma colocação muito pertinente que o senhor fez e que vai ao encontro do que coloquei.

O UHT tornou o mercado muito instável de ponta a ponta. Essa situação do produtor migrar na entres-safra para indústrias de UHT e "voltar com o chapéu nas mãos" no fim do ano se tornou uma constante, e ao meu ver é um dos sintomas das disparidades provocadas pelo UHT. O produtor precisa entender que deve estar como parceiro, onde há mais estabilidade entre sua relação com a indústria durante os doze meses do ano.

Infelizmente até as indústrias que se dedicam mais aos subprodutos e ao leite pasteurizado estão ficando a mercê de grandes variações, já que o UHT vira uma "batata quente" no fim do ano, e seus fabricantes acabam desviando mundos de leite para outros produtos atrapalhando o restante do segmento.

Diante de sua colocação, Sr Carlos Alberto, a única solução é as indústrias somente adquirirem leite no fim do ano de produtores que formaram cota de maio à setembro ou, como no caso da nossa indústria, implantar um programa de fidelidade, oferecendo vantagens comerciais à produtores com fidelidade o ano todo.

Um abraço, obrigado pelos comentários;

Sávio Santiago
Eduardo Amorim
EDUARDO AMORIM

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/11/2009

Caros(as) companheiros(as),

Interessante ouvir de um representante da indústria a frase: "Nos últimos meses esquecemos a palavra rentabilidade quando o assunto é venda de UHT"? Tal frase merece uma reflexão profunda. Só falta o setor varejista também adotar este discurso, enquanto o sacrificado produtor sequer consegue fechar suas contas no azul. O fato é que está cada vez mais difícil produzir leite neste país, lamentavelmente.
Carlos Alberto T. Zamboni
CARLOS ALBERTO T. ZAMBONI

CAJURU - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 16/11/2009

Sr. Sávio: Parabéns pela analise. É isto mesmo o que acontece.

Somente a titulo de contribuição, gostaria de acrescentar que tambem estamos criando uma situação de falta de fidelidade por parte do Produtor, muitas vezes descapitalizado. Quando dos preços de R$2,80 ao consumidor, recebem ofertas R$0,20/0,25 a mais em seu preço em um unico mes, chegando a até R$1,00 ou mais p/ litro, e se onde ele estiver comercializando a sua produção não for produtora de leite UHT, e não conseguir acompanhar, este Produtor diz que "não pode perder dinheiro" e acaba deixando a Empresa onde estava. Fica lá pelos 2 ou 3 meses de bonança; qdo o UHT entra no periodo de queda, este mesmo Produtor vem novamente procurar aquele que o sinalizou com preços mais estaveis nas subidas, bem como nas descidas dos preços pq o seu produto final tambem são mais estaveis nos preços quando chegam ao mercado. Criando-se assim distorções no abastecimento, logistica de coleta etc. daquela que mais se aproximou da estabilidade durante o ano todo.

Nas condições que estamos assistindo e mais acentuado nos ultimos 2 anos, será dificil equacionar esta questão, que como temos visto foi equacionado pelo segmento de frango (não temos visto o KG de frango a R$ 0,99), mas leite UHT continuamos a ver o Lt a R$ 0,99, 1,05, etc. Temos muito o que caminhar.
Rodrigo Basso
RODRIGO BASSO

FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 16/11/2009

Era esperado que o preço do leite iria recuar de maneira quase nunca vista antes, já que os valores haviam aumentado quase 70% em pouco mais de seis meses. A estimativa é de que nesse mês de Novembro o produtor receba, pelo leite entregue em Outubro, no máximo R$ 0,63 pelo litro de leite produzido. Nos supermercados também houve queda no preço do produto. Achavamos um absurdo encontrarmos em algumas redes o leite a R$ 1,15 e pensávamos que essa tendência se estabilizaria ao invés de reduzir mais. Hoje nos deparamos com leite a R$ 0,99 em grandes redes e médio varejo. Quando o litro do leite cai ao produtor, não cai ao consumidor na mesma proporção. Quando o consumidor paga mais pelo produto no supermercado, o produtor nunca recebe a mesma quantia recuperada no varejo. Em que patamar esse preço vai ficar? Nos últimos meses esquecemos a palavra "rentabilidade" quando o assunto é venda de UHT.
Qual a sua dúvida hoje?