Leitor comenta: "Qual caminho o governo deve escolher para o leite no Brasil?"

O leitor Marcello de Moura Campos Filho, presidente da Leite São Paulo enviou um comentário relacionado à matéria "Produtores farão protestos em todo país contra importação" em que debate a forma de atuação do governo perante aos produtores de leite. Leia e deixe também sua opinião!

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O leitor Marcello de Moura Campos Filho, presidente da Leite São Paulo enviou um comentário relacionado à matéria Produtores farão protestos em todo país contra importação  em que debate a forma de atuação do governo perante aos produtores de leite. Leia e deixe também sua opinião!

“Não há dúvida que na situação atual da pecuária leiteira a importação significativa de leite da Argentina e do Uruguai é um desastre para os produtores brasileiros e a movimentação dos produtores e do deputado Alceu Moreira e da subcomissão do leite é louvável.

Mas o comentário do deputado Alceu Moreira de que se o Governo adotar o modelo das grandes fazendas leiteiras, que tem maior produtividade e menores custos permitindo competir com os países vizinhos, expulsará milhares de pequenos produtores do campo. Isso é preocupante, pois é impossível pensarmos que poderemos sustentar a ineficácia da nossa pecuária leiteira eternamente, a menos que o governo subsidie pesadamente colocando a atividade como social e não econômica.

Consideremos uma situação representativa do que acontece hoje com produtores familiares, com 30 vacas das quais 10 em produção com média de 7 litros/vaca/dia, o que dará uma produção de 25.550 l/ano, e comparemos com a situação de um médio produtor com 100 vacas das quais 80 em produção com média de 20 litros/vaca/dia o que dará uma produção de 584.000 l/ano.

Um exame de tuberculose, considerando as horas trabalhadas pelo veterinário, custo de locomoção, gasto com produtos e laboratórios não variará muito para as duas situações. Digamos que seja R$ 400,00 para o pequeno produtor com baixa produtividade e R$ 600,00 para o médio produtor com boa produtividade.

Ora, o exame de tuberculose representará para o médio produtor R$ 0,001/litro enquanto para o pequeno produtor R$ 0,016/litro, ou seja 16 vezez mais!

Esse foi apenas um exemplo, mas a inviabilidade econômica de produções muito pequenas se manifesta desde a compra de insumos para a produção até a captação do leite produzido, e só será sustentável sob a ótica social, com pesados subsídios do Governo.

Por outro lado, imaginemos que os 1,3 milhões de produtores que com uma média de 70 l/dia produzem 33,2 bilhões de litros ano em 10 anos aumentassem a produtividade e passassem a ter uma média de 500 l/dia. A produção nacional seria de 237,2 bilhões de litros anos, impossível de ser absorvida no mercado mundial e muito menos no mercado nacional!! Estariam todos os produotores quebrados!!!

Como dizia o Ministro Roberto Rodrigues, não é com miséria que se fixa o homem no campo.

O caminho do aumento da produtividade e da competividade da pecuária leiteira nacional passa sim por uma redução substancial do número de produtores de leite.

O outro caminho é o da baixa produção, bastante subsidiada, considerando que a prioridade é da pecuária leiteira é social e assistencial.

Seria honesto e muito bom que o Deputado Alceu Moreira, a subcomissão do leite, o Governo, e a indústria, se posicionem e deixem claro a opção do caminho a seguir, para que cada produtor possa avaliar se deve continuar produzindo leite ou começar a procurar outra atividade.

Marcello de Moura Campos Filho”


E para agregar à discussão do tema, leia também o editorial O desafio das políticas públicas para o leite no Brasil: afinal, o que queremos, como setor?, em que Marcelo Pereria Carvalho, diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint, fala a respeito do documento gerado na I Conferência Nacional do Leite e levanta pontos interessantes para se pensar sobre o futuro da atividade.
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Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/02/2013

Prezado Marcello de Moura Campos Filho: Com certeza, se fossemos unidos, as associações seriam o caminho natural para o nosso setor, como é exemplo a Fonterra, dos neozelandêses. Todavia, como as experiências associativas brasileiras, até então, se mostraram desastrosas - com raríssimas exceções, como a Leite São Paulo - melhor o grito isolado dos produtores que o silêncio dos que nada fazem.

Por lado outro, revoluções (demonstra a história mundial) se iniciaram com um só desejo de basta e se transformaram em grandes movimentos, como é o caso de Martin Luther King e Nelson Mandela, que, com seus discursos (à época, isolados), mudaram os rumos de seus países e de suas etnias, ganhando respeito mundial. Enquanto estamos órfãos de representantes, nosso grito solitário é o que nos resta. Quem sabe se, como no hino nacional, ele não se transforma em "um brado retumbante".

Um abraço,



GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ OITO ANOS CONFINADO QUALIDADE=
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/02/2013

Prezado Guilherme Alves de Melo Franco



É importante que os produtores coloquem suas idéias e defendam seus interesses, mas você há de concordar que isso feito ocasionalmente e isoladamente por produtores tem muito menos força do que feito de forma sistêmica por associações que representam um conjunto de produtores.



Veja  por exemplo a notícia publicada no MilkPoint em 15/07/2011: " A maior companhia de lácteos dos Estados Unidos, Dean Foods, concordou com um pagamento de US$ 140 milhões por uma ação judicial na qual os produtores de leite do dudeste ( Southeast Dairy Farmers ) e a Dairy Farmers of America acusaram a empresa de trabalhar para manter os preços artificialmente baixos." Isso mostra a força de ação conjunta de produtores através das associações que os representam.



O mais interessante é que desde a publicação dessa matéria, em julho de 2011, até hoje não foi registrado nenhum comentário de produtor de leite brasileiro no site. Isso demonstra claramente o pouco interesse que os nossos produtores de leite tem pelo que está acontecendo da porteira para fora e pelas entidades que os representam.



Você fala que a Leite São Paulo é uma exceção louvável que tenta  ajudar  nas soluções do problemas do setor. Mas meu caro amigo podemos fazer muito pouco, por falta de participação dos produtores na entidade, tanto com recursos financeiros ( defender uma categoria custa dinheiro ) como na discussão dos problemas e na mobilização para defender nossas causas. Lhe dou o meu testemunho da dificuldade que temos para trazer os produtores para participar da associação apesar do esforço que temos feito para isso.



Com relação a outras associações de produtores o que posso dizer é que se os dirigentes não estão a contento e não sintonizados com os interesses dos que representam, não é justificativa para o produtor se afastar das associações alegando o descrédito das mesmas e de seus dirigentes. Ao contrário, deveriam participar mais e disputar eleições para mudar os dirigentes, ou fundar e participar de novas associações que possam efetivamente representa-los.



O meu conselho para os produtores é que em vez de manifestar indignação com pseudo representantes e associações trabalhem da porteira para fora participando das entidades e lutem para tornar legítimos as associações e seus dirigentes.  



Se os produtores não entenderem isso nunca  fortalecerão o elo da pecuária leiteira na cadeia produtiva ( e toda a cadeia continuará fraca pois o elo mais fraco é que determina a sua força ) e aos produtores restará, como acontece hoje, apenas o "jus esperniandi".



Marcello de Moura Campos Filho

  Presidente da leite São Paulo
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/02/2013

Prezado Marcello de Moura Campos Filho: Não falo da "Leite São Paulo" que, infelizmente, é exceçâo louvável neste contexto e tem em sua atuação a amostra de seus meritórios objetivos. Mas, a par desta exceção, quantos representantes de associações que nós conhecemos que, como você, dão a face ao tapa, participam ativamente da vida do produtor e procuram, realmente, ajudar na solução dos problemas do setor? Poucas, bem poucas, não é mesmo? Basta observar a vitrine que é o Milk Point, verdadeiro simpósio permanente, que visa a discutir os problemas da pecuária leiteira nacional.  Quantos representantes destas associações tomam parte, ao menos para defender-se das acusações contra eles entabuladas? Quase nenhum. Reclamar, defender interesses, anunciar as ideias e defendê-las também é uma forma de ajudar.

Esta a nossa indignação com estes pseudorrepresentantes e que nos leva ao descrédito com estas instituições.

Um abraço,





GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/01/2013

Prezado Guilherme Alves de Melo Franco



Obrigado por colocar a origem do ditado popular, mas veja bem, a vírgula não mudou o sentido da coisa, que é: sózinho não é possível aos pequenos realizarem grandes empreitadas.



Por isso defendemos o sucesso do produtor não depende apenas de um trabalho bem feito da porteira para dentro, mas também da porteira para fora.



A massa crítica de produtores que dá sua participação para o trabalho da porteira para fora é muito pequena. E quando falo em participação, não é apenas financeira, mas participação efetiva junto às suas associações e lideranças.



Eu apenas represento a Leite São Paulo, que não considera normal as importações de leite em pó, muito pelo contrário, temos nos batidos contra essa vergonhosa distorção, que ocorre a décadas,num País que tem potencial para ser um grande exportador.



Se, como você diz, outras associações da cadeia produtiva, principalmente de produtores de leite, consideram normal essa situação, contrária aos interesses da cadeia produtiva e principalmente da pecuária leiteira nacional, é justamente pelo fato de seus associados não participarem das mesmas, preocupados apenas com seu trabalho da porteira para dentro.



Para ser eficaz, o nosso protesto e a nossas reivindicações não podem ser isoladas, mas feitos em conjunto, e o  ditado original, que você citou, e o ditado popular tem o mesmo sentido.



Abraço



Marecello de Moura Campos Filho

   Presidente da Leite São Paulo


José Maria Solis
JOSÉ MARIA SOLIS

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/01/2013

Qualquer futuro mais promissor para o nosso leite passa por:

- Produtividade

- Qualidade

- Fiscalização

- Políticas governamentais, especialmente controle de importações.
Gilson Santana Filho
GILSON SANTANA FILHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/01/2013

Produzir leite hoje no Brasil é trabalhar de segunda a segunda, gerar impostos para o governo, dar empregos e ficar no vermelho, ter prejuizos, pois colocando o valor do capital imobilizado e mobilizado, custos nas alturas, o preço do leite abaixando só para o produtor, mão de obra escassa e cara  , nossos  governantes não fazem nada por nós. As industrias ficando cada vez mais ricas abrindo novas plantas , e o produtor cada vez mais pobre. Somos produtores de leite a mais de 20 anos e sempre na expectativa que vai melhorar e nunca melhora, nós estamos desistindo da atividade, é muito triste ver que o governo poderia ajudar e não faz nada pelo contrario permite a entrada de volumes absudos de leite de paises vizinhos, recorrer a quem ?
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/01/2013

Prezado Marcello de Moura Campos Filho: Exatamente por não poder esperar ações do Governo e nem das associações, que, via de regra, até hoje, nada fizeram por nós, os produtores, é que devemos agir por nós mesmos. Uma voz que grita, acaba obtendo ecos de tantas outras, a ponto de se transformar num forte brado.


Quanto a "lutar contra gigantes" já estamos acostumados a isto: por isso continuamos na atividade. De tanto reclamarmos por uma atitude governamental quanto ao excesso de importações de leite em pó (tido normal por muitas das associações que você defende), aqui no Milkpoint e em outros meios de comunicação de massa, o Governo começa a dar sinais de interesse.


Nunca se deve menosprezar a nossa condição de "Davis", pois, com certeza, podemos vencer os "Golias" que nos cercam: basta que tomemos as atitudes corretas.


Como não possuímos o dinheiro dos neozelandêses, que fizeram estradas, escolas, colocaram energia elétrica e outras necessidades inerentes ao Poder Público, na Bahia, só nos resta protestar, ainda que isoladamente.


Lembro do célebre vídeo do jovem chinês que parou os tanques de guerra. É mais ou menos por aí.


Quanto às andorinhas, advirto que tal ditado é um mero erro de português, pois a frase correta seria, se não me falha a memória, "ir de Londres a Paria, com uma pedra no bico,  uma andorinha sozinha não faz, verão". Alguém se esqueceu daquela última vírgula e, por isso, o verbo "ver" se transformou em uma estação (rsrsrs).


Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/01/2013

Caro Guilherme Alves de Mello Franco


Não vamos nos iludir pensando em ações expontaneas do Governo em favor dos produtores de leite. O que pode acontecer é reações do Governo às ações das entidades que nos representam. E essas reações serão tanto maiores quanto maior for a representatividade e capacidade de movimentação da associação. Por isso é importante que os produtores conversem com os dirigentes e participem das associações, para que essas renham força para pressionar o Governo e obter por reação o atendimento das reivindicações justas.


Também é importante os produtores conversarem e fazerem reivindicações aos que compram o leite. Se uma parte grande dos produtores de leite que fornecem para um laticínio apresentarem reivindicações, é possível que sejam atendidas, pelo menos parcialmente. E se não forem os produtores tem que buscar o apoio das associações.


A indústria dificilmente fará ações para beneficiar os produtores por sua própria iniciativa. A ação da indústria  só ocorrerá por reação às reivindicações, mesmo por que não vão agir sem saber o que os produtores querem e precisam. Já é mais do que tempo de mudar as relações entre produtores e indústria.


Você fala que o segredo é arregaçar as mangas e trabalhar duro e com profissionalismo, para resolvermos nós mesmos os nossos problemas. E isso podemos fazer da porteira para dentro. Eu concordo que devemos e podemos fazer isso, mas digo que é parte do segredo, que é condição necessária mas não é suficiente.


Para mim a outra parte do segredo é arregaçar as mangas e trabalhar duro, com profissionalismo e realismo da porteira para fora, agindo junto a outros produtores e associações de produtores, junto ao nossos compradores de leite, para que hajam reações às nossas justas reinvidicações.


Eu posso trabalhar duro da porteira para dentro, reduzir meus custos, aumentar minha produtividade e o volume da minha produção, chegar a produzir 500.000 litros por dia. Mas serei nada no contexto do mercado de leite, que tem do lado dos compradores  uma grande concentração de poder político, comercial e econômico.


Quanto mais alto eu chegar sozinho, maior é o risco de cair por ações que fogem do meu controle, e maior será meu tombo.


O dia que eu estou lutando sozinho contra gigantes, sem ter o apoio de outros ar produtores nessa luta, paro de tirar leite. Mas vou continuar por acreditar na outra parte do segredo; "trabalhar da porteira para fora, buscando união com outros produtores, buscando o apoio nas associações, buscando melhor relacionamento com a indústria e com o Governo."


Como diz um ditado popular, uma só andorinha não faz verão.


Abraço


Marcello de Moura Campos Filho
Cintia Kumamoto
CINTIA KUMAMOTO

BURITIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/01/2013

Sugiro que de alguma maneira, cooperativas, prefeituras, ematers, imas , laticinios seja de qualquer forma, onde se tem contato direto com o produtor, contratem técnicos engajados e experientes , ofereçam a eles bons salários e qua haja cobrança também por resultados e apresentem ao produtores interessados durante 5 anos sem custo ao produtor rural. O cenário da atividade leiteira no Brasil depois desse período tenho certeza será outro. Há um grande  abismo entre produtores que tem acesso a uma boa assistencia técnica e os que não tem...São dois Brasis......
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/01/2013

Prezado Marcello de Moura Campos Filho  Concordaria com você se o Governo, pelo menos, se esforçasse para resolver os problemas de infraestrutura dos produtores de leite. Note que não estou reclamando solução para as pedreiras que acontecem dentro das porteiras de cada um. Não, estes desalinhos devem ser resolvidos individualmente, através de profissionalismo e de planejamento. Reclamo, sim, do leite carregado em latões, fora da legislação, da falta de pagamento por qualidade, da falta de estradas, do excesso de exportação de leite em pó, do excesso de exportação de soja e de milho, em detrimento do mercado interno, o que faz com que os preços domésticos sejam proibitivos, mesmo com a elevada safra que é sempre anunciada, da antecipação do preço do leite que nunca é cumprida pelos laticínios, dla falta de uma política séria e específica para o leite, com estabelecimento de preços mínimos ao produtor, da política exterior pífia que permite que países muito menos expressivos e com muito menos potencial produtivo no campo do leite, da América Latina, nos peitem, nos ameacem, nos ignorem. Por tudo isso, temos que reclamar, sim.


Quando falo em profissionalismo, levo em conta minha própria história como produtor de leite pequeno que, malgrado todos os dissabores do mercado, conseguiu ser impecável (não, infalível) em seu sistema de produção e, atualmente, trabalha com consciência e lucratividade, onde tantos só se queixam. Se eu consegui, qualquer outro que leve a sério seu empreendimento o conseguirá. Falta é vontade à maioria de nossos pares.


Por óbvio, seria ótimo ter apoio para a solução do problemas do setor, mas, como não temos, se não nos virarmos por nós mesmos, mesmo sendo difícil, nunca estabilizaremos nossa produção e nunca poderemos deixar de ser importadores de leite.


Arregaçar as mangas e trabalhar é o segredo. Isso falta a muitos de nós, infelizmente.


Ou, então, esperar pelo "bom velhinho" que, como a ajuda do Governo ou de associações de classe e outras entidades, certamente, nunca virá.


Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
Joseph Crescenzi
JOSEPH CRESCENZI

ITAIPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 22/01/2013

Marcello de Moura Campos Filho,



Concordo plenamente com esta colocação.  A raiz do problema é justamente a ausência de relações mais estreitas entre o produtor e as centrais/laticínios para desenvolver eficiências e profissionalismo em toda cadeia.

Também acredito que depender de ações de Governo é problemático por serem estes grande parte do problema atual. Temos que ter ações de Governo que desfazem as ações  de Governo que atrapalham nosso dia a dia. Para este fim, somente com muita união de grande porcentagem dos produtores e laticínios agindo em conjunto para obter a força política para assim não deixar dúvidas que seremos ouvidos.
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/01/2013

Meu caro Guilherme Alves de Melo Franco

O fato de há anos que ouço os produtores falarem mal do Governo e do quadro da pecuária leiteira nacional continua praticamente o mesmo, é que me levam a concluir que falar mal do Governo não resolve nada, mesmo por que o está muito longe do produtor e não ouve suas queixas e reinvidicações por mais legítimas que sejam. Em termos de apresentar queixas e reivindicações penso que é mais produtivo o produtor falar com quem compra seu leite e com suas associações de classe.

Mas realmente apenas falar não basta, é preciso agir, exercer pressão política e comercial, e por isso o produtor além de apresentar suas reivindicações aos compradores de leite e às suas associações de classe, precisa participar de movimentos para dar força para as lideranças conseguirem, junto à indústria e ao Governo, que essas reivindicações sejam atendidas.

Com relação a profissionalismo, que realmente falta aos produtores, não basta falar que o setor precisa de profissionalismo, é preciso agir com profissionalismo. E acho que agir com profissionalismo começa verificando se quem compra seu leite está interessado interessado em investir para produzir  volumes maiores com produtividade, caminho a ser percorrido para a atividade ser competitiva e sustentável.

E se verificar que o histórico da média por produtor de seu comprador de leite  é baixa e não mostra tendência de crescer, profissionalismo é procurar outro comprador ou procurar outra atividade, pois se o comprador não está interessado no desenvolvimento de seus fornecedores, apenas em obter lucro máximo no curto prazo, o produtor com certeza vai quebrar, a dúvida é se isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde.

Concordo com você que se não lutarmos pela soluções de nossos problemas não podemos esperar que ningém vai lutar por nós. Mas imaginar que o setor possa resolver seus problemas por si mesmo, sem depender de ações de Governo, de entidades o de ninguém mais  me parece algo próximo de imaginar que Papai Noel existe.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/01/2013

Prezado Macello de Moura Campos Filho: Não acho que "falar mal do Governo não resolve nada". Se nós nos calarmos, não apontarmos os desmandos, o abandono, a situação de nada em que nos encontramos e esperamos que as entidades de classe o façam por nós, jamais teremos qualquer solução viável para o setor. Por óbvio, só isto não basta, como, também, "conversar com o seu comprador de leite e com suas associações de classe", igualmente, não, já que o comprador visa é o lucro máximo (como nós mesmos deveríamos visar) e as associações, via de regra, só pensam no futuro político e no bem estar de seus comandantes, pouco ou nada fazendo pelos produtores. Mas, ações integradas, como os diversos protestos, isolados ou não, de produtores de leite, em todo o Brasil, já movimentaram, mesmo que em passo de preguiça, ao Poder Executivo no sentido de, pelo menos, estabelecer (ainda que no papel) quotas de importação para argentinos e uruguaios, a fomentar um estudo para a política leiteira nacional, de atender a alguns (bem poucos) com o "aumento" dos financiamentos de produção.


O que o setor precisa, realmente, é de profissionalismo (a consciência política é um dos pilares em que se soergue este estado de coisas), de escala de produção, para deixar de depender de ações de entidades, de Governos ou de terceiros, ou seja, para não precisar de ninguém mais que não de nós mesmos.


Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
Marcelo Pereira de Carvalho
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/01/2013

Olá Perozin,



Também vi isso e fotografei a novidade. O preço está bem elevado (R$ 5,99), mas não deixa de ser algo relevante.



Antonio Perozin
ANTONIO PEROZIN

VALINHOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/01/2013

Estamos debatendo a importação de leite em pó, principalmente do Uruguai, mas pasmem, ontem dia 18/01, vi nas gondolas do Pão de Açucar em Rio Preto, leite longa vida, importado da França.

Euripedes Barsanulfo da Silveira
EURIPEDES BARSANULFO DA SILVEIRA

FRUTAL - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/01/2013

A importação de leite, traz para o produtor um desanimo, em melhorar sua produtividade e investir neste seguimento. Faz interpretar que isso tem influência POLITICA, e como temos uma EMPRESA DE LATICÌNIOS, com grande poder compra, pode forçar a importaçâo de leite para baixar o preço interno, e garantir a campanha dos candidatos a cargos POLITICOS.    
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/01/2013

Prezados companheiros que enviaram comentários


Agradeço a cada um os comentários e me desculpo por não responder a cada um, por absoluta falta de tempo, pois estou tomando as providências que julgo necessárias para enfrentar o ano de 2013, que na minha opinião não vai ser facil.


Vou fazer algumas colocações para consideração de vocês:


1) Produtividade é importante mas a redução de custos passa por volume de leite. Um produtor que tenha produtividade de 50.000 litros/ha/ano ( eu não conheço nenhum com essa produtividade no Brasil - a maioria não consegue nem 10.000 l/ha/ano ), se tiver apenas 1 ha produzindo leite, vai ter uma produção de 137 litros, o que não resolve o problema de escala para reduzir o custo dos insumos para produzir e da coleta de leite. Para se ter resultado sem subsidios o produtor precisa ser competitivo, ter custo de produção baixo e isso envolve não só produtividade mas também volume de produção.


2) Não tenha ilusões, você terá grande dificuldade  ter resultado com grandes volumes de leite se o comprador não tiver interesse em fornecedores com grande volume. Procure saber o volume captado e o número de produtores do laticínio para o qual você vende o leite, para saber a média por produtor. Se essa média for muito baixa, menos de 200 l/dia/produtor provavelmente este laticinio não será um bom parceiro se você pretende aumentar sua produção e ser competitivo. Se a média por produtor do laticínio for baixa e não mostrar aumento significativo nos últimos 3 anos, indicará que a opção é comprar de pequenos produtores e você será peixe fora d´água. Nesse caso o melhor seria o produtor procurar outro laticínio para vender seu leite ou procurar outra atividade.


3) Falar mal do Governo não resolve nada, pois você está muito longe dele. Se quer ser ouvido e ter alguma chance de suas reivindicações serem atendidas, é preciso conversar com seu comprador de leite e com suas associações de classe


Abraço a todos


Marcello de Moura Campos Filho
claudir jorge kuhn
CLAUDIR JORGE KUHN

TOLEDO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/01/2013

Aqui na nossa região se o produtor tiver 30 vacas  e só 10 produzindo, mesmo que produzam 20 lt/dia vaca, nem o governo salva o infeliz. Generalizar a ineficiência de alguns não resolve nossos problemas. Primeiro passo como produtores é valorizar-se a si mesmo.
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/01/2013

Prezado Marcello de Moura Campos Filho: Enquanto tivermos a solução de nossos problemas de produção vinculada à políticas assistenciais, que trocam futuros por votos, estes jamais serão resolvidos.


Prejudicar os eficientes em favor dos que não se preocupam com a qualidade do produto, com a sanidade e genética de seus rebanhos ou, mesmo, com a viabilidade de seus próprios negócios, tentando mantê-los no mercado, sob a máscara da "função social da propriedade" é fadar nosso rebanho à pífia produção de cinco litros animal/dia, tal como hoje tem lugar, e permitir a desenfreada importação do produto para suprir ao mercado interno.


Acho que é este caos que o Calendário Maia previa para dezembro de 2012 (rsrsrs).


Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
Paulo Dutra Vieira Neto
PAULO DUTRA VIEIRA NETO

NITERÓI - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/01/2013

O custo com a alimentação corresponde a grande parcela do custo da atividade.  Para muitos rebanhos, é possível a utilização de rações balanceadas feitas na propriedade ao invés de compra-las pronta.  Isso significa uma considerável redução dessa parcela.  É importante se ter apoio/assistência técnica para a formulação dessas rações.  Para a elaboração das mesmas, se utiliza as fontes energéticas, proteicas e de minerais disponíveis no mercado.

Se a nutrição do rebanho não for adequada, não há produção que se sustente.  É essa nutrição envolve as vacas em produção, as vacas que não estão em produção e que devem estar prenhas próximas da parição.

Quanto a essa expressão "as vacas que não estão em produção e que devem estar prenhas próximas da parição" vale lembrar o que ouvi do Prof. Vidal Pedroso de Farias numa palestra no interior de São Paulo: "O intervalo de partos, muitas vezes, é um bicho que começa na pontinha do dedo do pé e quando percebemos ele já "comeu" até o joelho".

Será que o leite da região, após o devido processamento industrial, não poderia ser utilizado para a alimentação dos estudantes da rede pública local?  E também da rede de saúde local?

Bem, temos que pensar.
Qual a sua dúvida hoje?