Leitor comenta: O uso da heterose na produção leiteira
O leitor Mario Machado Paschoal, do Distrito Federal, enviou um comentário abordando o tema "heterose na atividade leiteira". Leia a carta na íntegra e deixe sua opinião sobre o assunto.
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"Prezados companheiros que trabalham com pecuária leiteira: primeiro esclareço que sou extensionista da rede pública e tive a oportunidade de já ter vivido um bocado neste meio; avalio que existe dois "universos", considerando que a produção de leite com animais especializados (holandês e jersey) está plenamente estabelecida, consolidada e não há o que discutir (com condições adequadas). Conheço fazenda em pleno calor de Unaí-MG (e é muito quente) produzindo com holandês PO 2000 litros de leite /dia sem free-stall, sem ordenha de fosso, tudo muito simples, com silagem de milho como base alimentar, é claro, gerenciado pelo proprietário que mora na fazenda. Rebanho feito no local a partir de 9 matrizes, com IA.
Ou seja tudo é possível, desde que.....O outro lado é o mundo tropical existente no Brasil, onde ocorre a produção de 80% do leite do mercado brasileiro, através de vacas mestiças, e aí que ocorre o seguinte: desde muito tempo (década de 50) o produtor tenta "balancear" o tipo de animal com holandês e zebuíno (hoje leiteiro). Aí surgiu o denominado girolando, posteriormente iniciou-se a busca pelo Puro Sintético, que hoje só existe nas mãos dos produtores comerciantes de genética da região de Uberaba, e vem a discussão em torno do 1/4 de sangue e mais não sei. No entanto, a nossa valorosa EMBRAPA, assim como outros pesquisadores de outra instituições e universidades já publicaram os resultados CIENTÍFICOS da importância de se utilizar da heterose e que realmente tem importância a partir de raças distantes entre suas origens. E estou falando da F1 hol. x gir leiteiro: chega de confusão, chega de desserviço ao agropecuarista de ofício, principalmente a agricultura familiar, que é induzida a fazer experiências com o chamado girolando, e só obtém retrocesso genético.
A ciência já demonstrou: genoma de 50% de holandês e 50% de sangue gir leiteiro é só no F1; o resto pode tudo. Porém, existe saída além do F1, e está lá escrito no Manual Técnico da Embrapa: é o Cruzamento Alternado Simples, que se aproxima do meio sangue, com 67% de heterose, feito com disciplina (e hoje com todo o material genético do gir disponível), a cada geração impregnando, banhando novamente com a outra raça, é fantástico. Convido a todos a conhecerem resultados práticos já conquistados. Apelo mesmo a usar o bom senso e dissipar essa imensa confusão: heterose que de fato tem sentido para a pecuária brasileira, e no mundo tropical (o Brasil possui o melhor zebu leiteiro do mundo e que todos os países "quentes" necessitam para a mestiçagem; se ainda não possui genética brasileira é porque os gringos ainda não deixaram...) é com holandês e gir leiteiro, e o resto (cruza com jersey, etc..) é pura decisão de experimentação, condicionante da livre iniciativa de cada um. Nós técnicos temos o dever de esclarecer aos quatro cantos do mundo tropical: PRODUTORES DE LEITE SE APROPRIEM DA HETEROSE, que a natureza nos dá de graça e usufruam dos maravilhosos resultados, como outros setores."
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SOBRAL - CEARÁ - ESTUDANTE
EM 06/03/2018

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - ESTUDANTE
EM 18/08/2013

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 18/04/2013

PARAUAPEBAS - PARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 16/04/2013
O gado gir juntamente com trabalhos arduos e extremamente dedicados de melhoramento e seleção, feita por produtores de genética da área, que acreditam num leite produzido à pasto numa melhor qualidade e de baixo custo.
A raça Gir, é a raça que veio para levar opção de produção para o norte do nosso País, parabens aos criadores da raça, vamos trabalhar selecionando nosso rebanho para um futuro melhor das familias que moran no campo...
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 05/03/2012
Prece-me que, assim, vão por terra quaisquer tentativas de heterose em rebanhos especializados em produção de leite.
Quanto à preocupação com o coeficiente financeiro para se alcançar ao aparato necessário para a implantação das benfeitorias, infelizmente, num mundo capitalista como o nosso, este deverá vir de cada um dos produtores e, quando muito, de financiamentos oriundos de entidades particulares, já que as forças governantes não se têm interessado pela evolução do setor, malgrado sua importância na tábua de exportações brasileiras.
Todavia, esta evolução não será uma opção, mas, sim, uma exigência do mercado e quem não produzir em altas quantidades e em qualidade impecável, será reduzido, infelizmente, à retratos nos álbuns de família e a lembranças mal resolvidas.
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 03/03/2012
A UFMG realizou uma pesquisa em 2001 com 241 fazendas em MG e SP, para analizar os impactos das transformações da produção de leite, no número de produtores e os requerimentos de mão de obra e capital, com simulações sobre o comportamento da produção para 2010. Separou-se os eficientes dos ineficientes. Entre tantos dados obtidos trasncrevo o que diz pertinente ao raciocínio que estou desenvolvendo nesta ocasião: foi simulado 4 cenários de transformações e em todos há NECESSIDADE DE CAPITAL. No cenário de elevadas transformações, o adicional de capital requerido corresponde a 52,4% do estoque atual de capital com DESTAQUE PARA MÁQUINAS, 158,7%, e ANIMAIS, 145,7%.
Está escrito na Introdução do Livreto Produção de Leite a Baixo Custo, de 1996, de autoria do Prof. Edmundo Benedetti e Prof. André Comanetti: até o ano 2000, nada menos do que 60% dos produtores de leite poderão estar fora do mercado, se não for efetuada uma mudança drástica no setor, especialmente na mentalidade desses produtores.
Na história da humanidade a maioria das coisas permanecem constantes.
Volto a perguntar: de onde virão os investimentos necessários?
Pois é, as dificuldades são muitas e aí reside a lentidão na tão pretendida transformação que todos almejam.
Eu sigo ensinamentos do Professor Edmundo Benedetti:
1. buscar a eficiência na gestão dos negócios;
2. compatibilizar o tipo de rebanho com a localização geográfica deste e o manejo adotado. Ou seja, adequar as tecnologias de produção às técnicas de gestão.

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 29/02/2012

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 24/02/2012
Um abraço
Ronaldo

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 15/02/2012
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 15/02/2012
Quanto à heterose, que mais dizer, "se o mestre já chamou de borboleta o que os outros afirmaram ser o fim do mundo"...
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=

CAMPINAS - SÃO PAULO
EM 15/02/2012
Abraços,
Clemente.

CAMPINAS - SÃO PAULO
EM 15/02/2012
Coiceiro rebelde e agressivo a toda hora chuto o balde e dou cabeçada pra todo lado.
Se fosse uma vaca, seria muito ruim de leite. Resultado de HETEROSE máxima. rsrsrsrsrs. Sr Guilherme, se eu fosse reu de alguma atitude criminal, não desejaria tê-lo como advogado de acusação. O sr. é mais esperto que uma raposa, e mais articulado que uma sucurí. Não há como deixar de concordar com seus argumentos sonóros e precisos. Outra pessoa a quem eu venho acompanhando e cujos comentários são repletos de conhecimento e experiências, é o Ronaldo Marciano Gontijo. A frase que ele escreveu acima, "Não é melhor adaptar o ambiente aos animais", só pode ser dita por alguém que conhece muito de manejo de gado leiteiro e acima de tudo, tem espírito empreendedor. Mais abaixo, ele manda um recado preciso ao amigo Flávio, que é coisa para ficar pensativo. rsrsrsrsr. Com mais de trina e cinco anos, quase quarenta na atividade, eu conheci tudo de gado leiteiro no Brasil, e em boa parte do exterior. Defenderia a criação de gado mestiço para as regiões tropicais do Brasil, se houvesse seriedade na condução das cruzas. O problema é que não há! Quem está a frente desses movimentos, são apenas comerciantes. A raça Gir, que segundo eles é a melhor para se fazer a vaca ideal para os trópicos, já é um animal sintético hoje em dia e não se pode fazer raça nenhuma, a partir de um puro e um sintético. As vacas Gir de minha época de iniciante, tinham uma barbela imensa, tinham 60 cm de orelha, e um detalhe: se essas orelhas não fossem bem encartuchadas, se não possuissem o gavião perfeito nas pontas, se a cabeça não fosse bem convexa e as saidas de chifres para trás e para baixo, não receberiam registro. Hoje, se vê vacas "gir"que nem encartuchamento de orelha têm, as barbelas que são tidas como o refrigerador do corpo, diminuiram a metade, o gavião da orelha fugiu etc, etc, e querem dizem que a raça se mantém? Outra coisa: Naquela época, vaca gir quando muito leiteira, e bem tratada, chegava a vinte litros de leite, por no máximo três meses. Assim que emprenhava, secava o leite.
Hoje se vê vacas "Gir" produzindo Cinquenta litros, no pico de lactação, com Úberes de vacas holandesas! Ah vá contar essa história para outro,se essas vacas já não são produtos de cruzamentos absorventes. Cetra vez, conversando com um dos Neloristas que eu mais respeito, em sua casa em Uberaba, estavamos falando da história e evolução do nelore no Brasil e eu lhe perguntei: como o sr. conseguiu fazer do nelore indiano, pequeno, raquítico, animais tão grandes e diferentes, por exemplo, de um Karvady? Ele deu aquela risadinha marota e me disse: Bem... Clemente, você sabe que pureza racial, não existe, né? Pronto, estava explicada a questão. Então amigo Flávio,Tire esse negócio de Heterose em mestiço, de sua cabeça. Heterose some em 2 cruzas. Abraço.

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 14/02/2012
A intenção aqui é o esclarecimento e não o convencimento.
Novamente entro no debate considerando que muitos lêem e poucos se manifestam, e por isso continuo dedicado ao esclarecimento, que é o meu ofício, principalmente nos dias atuais onde a sociedade de consumo chega as raias da covardia, "empurrando" guela abaixo de tudo: de agrotóxico a vacas holandesas. Por isso só resta ao produtor rural brasileiro aprender a se defender. No entanto, é natural, num regime capitalista, a promoção e a venda de produtos e todos tem de ser respeitados, inclusive os comerciantes de animais da raça Holandesa. É assim mesmo que as coisas são. A raça, reconhecida em 1989 pelo Ministério da Agricultura, conhecida como Girolando também é uma entidade privada e como tal vende os seus produtos.
Como Medico Veterinário e Extensionista, e felizmente com o respeito e a confiança dos clientes que me relaciono, volto ao esclarecimento, sem antes, lamentavelmente, perguntar: alguém poderia imaginar que uma instituição como a EMBRAPA editaria o livro MELHORAMENTO GENÉTICO DE BOVINOS DE LEITE, assinado por pesquisadores e melhoristas como José Valente, Marcus Durães, Mário Luiz Martinez e Nilson Milagres Teixeira, no qual, no capítulo 5, assinado por Roberto Teodoro, Mario Martinez, Maria Pires e Rui Verneque intitulado Cruzamento, discorrendo sobre as melhores alternativas, se valendo da heterose? O cruzamento do holandês com zebú foi uma saída que o criador "descobriu" lá pelos idos de 1948, em S.P., já que o holandês apresentava problemas de reprodução, por tudo que já sabemos. Naquele tempo já era discutido que o recomendável no mestiço era de 3:1 europeu X zebú. O problema gigantesco da Raça Girolando é um só: a dificuldade de seleção dos indivíduos. Sabemos que as raças puras ou raças "sintéticas" a contribuição nas gerações futuras é pelo efeito aditivo, e aí é que emperra: sem seleção não tem fixação. O tamanho da população não avança e aí fica difícel chegar a algum lugar. Por tudo isso não é sem embasamento LÓGICO E CIENTÍFICO que a recomendação isenta de qualquer tendenciosidade é o uso da HETEROSE: 1ª opção trabalhe com a F1 (não custa lembrar que o potencial produtivo depende da carga genética do pai e da mãe; uma fazenda da região ganhou torneio leiteiro com uma 1/2 H x Z com 72 Kg; tem outro criador aqui com 1/2 H x Z e lactação fechada oficial de 9.400 Kg, e por aí vai). 2ª Cruzamento Alternado com duas raças (o melhor hoje é o Gir Leiteiro e o Holandês), pois NÃO BASTA OBTER A HETEROSE. É PRECISO RETÊ-LA. E por fim como 3ª o dia que tiver vacas da raça girolando puro sintético provados, de pai e mãe, no mercado, a preços normais, em quantidade suficiente, será uma opção. Todas alternativas recomendadas pela EMBRAPA. Com certeza a decisão SEMPRE será do pecuarista.

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 13/02/2012
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 13/02/2012
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 13/02/2012
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
= HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=

CAMPINAS - SÃO PAULO
EM 12/02/2012
A coisa é muito mais complicada doque parece. Girolando se faz com ótimas e puras vacas gir, coisa que já não é fácil, uma vez que não se ronova a raça no Brasil, há muitos anos, de maneira que já não existem muitos rebanhos puros a disposição, mesmo porque os próprios criadores da raça, viram no touro, melhor oportunidade que na vaca. por ironia do destino. Esta é a principal razão de não se conseguir fazer girolando que venha a garantir o sucesso da exploração rústica no Brasil. quem conseguir fazer uma mestiça a partir de vaca gir com touro holandês de boa procedência, não pode jamais, pensar em voltar com um touro gir. Três focos têm de ser perseguidos. 1) Rusticidade. 2) Tamanho e força. 3) Produção satisfatória. Isso só se consegue, usando touro holandês, direto sobre o resultado de cada geração, até se chegar ao limiar. A partir daí o produtor vai ter que atirar no escuro, buscando um touro cruzado de vaca gir lá atrás, com todas as caracteristicas esperadas para dar continuidade as cruzas com holandês. Esse touro Cruzado deve ter um grau de sangue Holandês ao redor de 5/8. No dia em que a Embrapa conseguir codificar o genoma do touro cruzado, o girolando brasileiro terá nome e sobre nome. Mas, até lá... Sou das raças puras, e, ponto final.
Abraços,
Clemente.

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 10/02/2012
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 09/02/2012
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 09/02/2012
Se você estiver criando girolando para ganhar dinheiro com a venda de animais, pode crer que vai ganhar. Mas se for com a venda de leite, pode desistir.