Leite apreendido em operação não tinha soda cáustica

Resultado do exame feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nos lotes de leite produzidos em Minas e apreendidos durante a Operação Ouro Branco 2, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público (MP) estadual em junho, indicou que não foram encontrados resquícios de soda cáustica.

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Resultado do exame feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nos lotes de leite produzidos em Minas e apreendidos durante a Operação Ouro Branco 2, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público (MP) estadual em junho, indicou que não foram encontrados resquícios de soda cáustica.

A operação foi realizada após suspeitas de que os fabricantes envasavam leite longa vida com substâncias impróprias ao consumo. Apenas em alguns casos foram observados alguns produtos fora do padrão, mas as contraprovas ainda estão sendo analisadas.

A Ouro Branco 2, cujo nome ressalta a importância do alimento, teve como um dos alvos a unidade de Campo Belo (Região Sul) da Nova Mix Industrial e Comercial de Alimentos Ltda., fabricante do Fazenda Mineira. A empresa chegou a funcionar sob o regime especial de fiscalização (REF), mas foi, segundo o ministério, "liberada" em razão de seu plano de medidas de controle e monitoramento da qualidade e conformidade ter sido aprovado pelo órgão. Os produtos da fabricante já são vendidos normalmente.



A Cooperativa dos Produtores de Leite de Leopoldina de Responsabilidade Ltda, que fica na Zona da Mata, dona da marca Lac, apresentou, por duas vezes, o chamado plano de medidas de controle e monitoramento da qualidade e conformidade ao Mapa mas ambos foram reprovados pelo órgão. Apesar disso, a empresa não está impedida de vender sua produção, pois foi "enquadrada" no REF. Na prática, o leite longa vida só chega às prateleiras do comércio depois de análises das autoridades competentes.



"Em relação à Novamix, entre todas as amostras coletadas apenas uma apresentou resultado fora do padrão e todo o lote, que se encontrava apreendido, não foi comercializado. Em relação à Lac, alguns lotes apresentaram resultados fora dos padrões. Como a empresa solicitou análises periciais de contraprovas, estamos aguardando (os resultados). (Mas) os produtos continuam apreendidos (e) sem risco de serem comercializados", informou Alexandre Gomes, do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa.

A expressão fora do padrão, segundo o Mapa, pode se referir a "algum constituinte abaixo do limite mínimo permitido pela legislação, como, para o longa vida, o mínimo aceito de lipídios (gordura), que é de 3%, (ou a presença) de sacarose".

O órgão acrescentou que os resultados "fora dos padrões estão em fase de análise pericial de contra-provas e somente após a confirmação das análises periciais é que se poderá afirmar que os referidos lotes apresentaram resultados não-conforme".

Em nota assinada pelo diretor comercial da Nova Mix, Maurício Cardoso Franco, a empresa informou que "em respeito aos seus consumidores, clientes, parceiros e ao público em geral, esclarece que o resultado fora de padrão obtido em um único lote de leite, na proporção de 0,01% de sacarose, de maneira alguma configura fraude ou adulteração do produto. A empresa solicitou a contraprova junto ao Ministério da Agricultura e reafirma o seu compromisso de sempre manter a qualidade de seus produtos".

Já a cooperativa, procurada por telefone e e-mail, não retornou o pedido de entrevista. Durante a Operação Ouro Branco 2 não houve nenhuma prisão.

Em 2007, a Polícia Federal deflagrou a operação Ouro Branco 1, que terminou com a prisão de 27 pessoas, em uma cooperativa do Triângulo Mineiro e em outra no Sudoeste do estado, suspeitas de adicionar ingredientes impróprios ao consumo, incluindo soda cáustica, ao leite.

A matéria é de Paulo Henrique Lobato, para o Estado de Minas, adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Flávio Salles
FLÁVIO SALLES

SÃO LUÍS DE MONTES BELOS - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 06/09/2011

Ficaria mais interessante que se divulgasse as não conformidades dos produtos, pois o que está fora dos padrões todos sabem que fora dos padrões pode ser uma infinidades de requisitos fisico-químicos e microbiológicos.... a noticia não fala se está fora dos padrões e se há presença de alcalinos neste leite.
Fernando Melgaço
FERNANDO MELGAÇO

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 05/09/2011

Não sei que prova de laboratório é essa que indica ou não presença de hidróxido de sódio,vulgarmente chamada de soda cáustica.

Quando o hidróxido de sódio é adicionado ao leite, ele reage com o ácido láctico presente neste, dando como resultado um sal, o lactato de sódio. Não deve ficar resíduo de hidróxido de sódio, a não ser que este seja adicionado em grandes quantidades, fazendo com que o pH do leite baixasse para menos de sete.

O que se pode suspeitar é de que ao leite foi adicionado uma substância alcalina, com a finalidade de corrigir o excesso de ácido láctico existente (acidez). Para se ter certeza qual foi a substância adicionada, teria que se fazer uma inspeção "in loco", para encontrar tal substância.

Geralmente se usa o hidróxido de sódio que, como já disse, é neutralizado pelo ácido láctico e também pelas proteínas, por serem estas substâncias anfóteras, que vão consumir hidróxido de sódio.

É claro que se trata de uma fraude que não pode ser permitida. No entanto, o mal maior que  se pode ter em termos de saúde, seria os metais pesados existentes nesse hidróxido de sódio, que geralmente é comprado em grandes quantidades sem nenhum teste de pureza.



Acredito que o mais correto seria dizer: suspeita de adição de substância alcalina e não  

presenças de hidróxido de sódio.

Atenciosamente,

Fernando Melgaço
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