Laep consegue R$ 120 milhões para capital de giro
A Laep Investments, dona da Parmalat, negociou a entrada de um fundo no capital da companhia que dará fôlego, com a injeção de R$ 120 milhões, para prosseguir com suas atividades até que encontre um comprador. Os recursos serão usados, basicamente, para irrigar o negócio com capital de giro.
Publicado por: MilkPoint
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O fundo multimercado GEM - Global Yield Fund Limited - aportará os recursos e será sócio financeiro da empresa. Ainda não foi definida a quantidade de papéis que será adquirida. Mas, a preços de mercado, a fatia a ser detida poderá ficar perto de 20% da Laep.
O volume do aporte pode ser acrescido de mais R$ 90 milhões, por conta de uma opção do GEM de comprar mais 30 milhões de ações a R$ 3,00. Contudo, esse adicional só será colocado na empresa se as ações em bolsa superarem o preço da opção, tornando o movimento atrativo para o fundo de investimento. Caso as opções sejam exercidas, a injeção na Laep chegará a R$ 210 milhões.
Fontes próximas à empresa afirmam que os recursos levantados resolvem o problema de capital de giro, permitindo o pagamento de fornecedores, mas não salvam o modelo de negócios. Por isso, a venda de ativos ou do controle da Parmalat ainda é um plano em andamento.
No mercado, havia forte especulação desde o começo do ano sobre o futuro da empresa. O papel, de baixo valor unitário, tornou-se alvo de interesse de pessoas físicas que gostam de eventos societários depois de informações no mercado de que a Laep poderia vender o controle da Parmalat para a JBS S.A, que entrou no setor de leite após a compra da Bertin - dona da Vigor -, em setembro passado. Sem citar nomes, as mesmas fontes ligadas à Laep admitem que houve conversas recentes com vários participantes do segmento de leite com o intuito de vender ativos ou mesmo o controle da Parmalat.
A injeção de recursos pelo GEM diminui a urgência de uma venda, mas o plano da Laep de se desfazer da operação permanece. Depois de vender sua maior planta - em Carazinho (RS), para a Nestlé - e de ter vendido os negócios da Poços de Caldas para o Laticínios Morrinhos, resta à Laep cinco unidades: Votuporanga e Guaratinguetá, em São Paulo, Santa Helena de Goiás (GO), Itaperuna (RJ) e Governador Valadares (MG). A Laep também tem o direito de uso da licença da marca Parmalat em produtos como leite longa vida, leite condensado e creme de leite até 2017. Numa eventual venda, a licença seria transferida para o comprador, apurou o Valor.
O tamanho da emissão para a entrada do GEM dependerá do preço final dos papéis. Ficou estabelecido que o fundo comprará as ações por 88% da média ponderada do preço de mercado verificado nos nove pregões posteriores à formalização da chamada de capital. O desconto exigido pelo fundo deve-se ao risco embutido na operação, já que a Laep é claramente uma empresa que enfrenta dificuldades financeiras. Esse modelo reflete a expectativa de que haja valorização após o anúncio da operação, o que reduziria a diluição com uma quantidade menor de ações a serem emitidas para o ingresso do mesmo volume de capital.
Os atuais sócios da Laep não terão direito de preferência. A empresa, apesar de negociada na Bovespa, não tem sede no Brasil, e sim nas Bermudas. Com isso, não está sujeita à Lei das Sociedades por Ações. Além disso, o estatuto da própria empresa prevê que em situações de urgência e necessidade, é possível fazer uma capitalização sem a concessão da preferência para os demais.
A matéria é de Alda do Amaral Rocha e Graziella Valenti, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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