Laep busca saída para ativos da Parmalat
A associação operacional com a GP Investimentos ainda não é a solução definitiva para os problemas da Laep, controladora da Parmalat. Com essa parceria, o empresário Marcus Elias, controlador da Laep, pode melhorar a deficitária distribuição do seus produtos e aumentar a eficiência das suas fábricas, hoje ociosas. Mas ele ainda precisa encontrar uma saída para os ativos da Parmalat, que não foram incluídos no acordo com a GP, e resolver uma briga na Justiça com 250 produtores de Goiás.
Publicado por: MilkPoint
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Com essa parceria, o empresário Marcus Elias, controlador da Laep, pode melhorar a deficitária distribuição do seus produtos e aumentar a eficiência das suas fábricas, hoje ociosas. Mas ele ainda precisa encontrar uma saída para os ativos da Parmalat, que não foram incluídos no acordo com a GP, e resolver uma briga na Justiça com 250 produtores de Goiás. Desde o começo deste ano, o grupo cobra uma dívida de R$ 3,5 milhões à Parmalat.
O acordo com a GP incluiu duas fábricas em São Paulo e uma em Minas Gerais, que pertencem aos laticínios Glória e Ibituruna. Mas deixou de fora justamente as fábricas onde a Laep tem problemas com produtores - além de Santa Helena, Goiás, a Parmalat também enfrenta dificuldades em Itaperuna, no Rio de Janeiro.
O problema, para Marcus Elias, é se desfazer dos ativos da Parmalat, que ficaram de fora do acordo, e segundo o mesmo não será uma tarefa simples. Como a empresa está em recuperação judicial, qualquer negociação de seus ativos depende de autorização de Justiça. A Parmalat ainda tem dívida de R$ 40 milhões sujeita à recuperação judicial.
Como a associação não envolveu dinheiro nem troca de ações, é muito mais fácil de ser rompida. A parceria é encarada como ensaio para uma possível fusão no futuro. "Por enquanto, é um treino. Se der certo, vai virar uma empresa só", disse uma fonte ligada à GP.
Consolidação do setor
Alguns analistas acreditam que as aquisições da GP não devem parar por aí. Hoje, a Leitbom, sua controlada, tem em mãos marcas fortes, como a Poços de Caldas, e a opção de uso da marca Paulista e da Parmalat, pelo menos até 2017, quando o contrato de licenciamento terá que ser renegociado com a Parmalat na Itália. Para esses analistas, a empresa deve injetar dinheiro no negócio - como o fez em outros segmentos - para promover um crescimento rápido e abrir o capital da empresa para financiar uma expansão ainda mais vigorosa. Mas outros especialistas no segmento de leite não descartam que a GP busca fazer a Leitbom ganhar músculo para vendê-la no futuro.
Outro consenso entre analistas é que a consolidação deve continuar este ano depois dos grandes negócios, como a compra da Eleva pela então Perdigão em 2007 e da Vigor pela Bertin, no mesmo ano. Um possível consolidador é a JBS, que chegou a conversar com a Laep e com a mineira Itambé nos últimos meses. A empresa entrou no leite com a compra da Bertin e admite que quer crescer em lácteos.
No mercado a reação foi positiva para os papéis da Laep, as units (ativos compostos por mais de uma classe de valores imobiliários, como uma ação ordinária e um bônus) chegaram a subir 20,6%, mas fecharam com alta de 4,84%, a R$ 1,73. O giro foi de R$ 357 milhões.
As informações são dos jornais O Estado de São Paulo e Valor Econômico, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
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