Lácteos: preços sobem e favorecem as exportações

A recuperação dos preços do leite em pó, que bateram US$ 2.150 no primeiro semestre do ano e já alcançam, em média, US$ 4 mil por tonelada na Europa, conforme o Departamento de Agricultura dos EUA, faz exportadores e analistas do setor acreditarem que 2010 será um ano de recuperação para as vendas brasileiras de lácteos.

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A recuperação dos preços do leite em pó, que bateram US$ 2.150 no primeiro semestre do ano e já alcançam, em média, US$ 4 mil por tonelada na Europa, conforme o Departamento de Agricultura dos EUA, faz exportadores e analistas do setor acreditarem que 2010 será um ano de recuperação para as vendas brasileiras de lácteos.

Otimista com o avanço dos preços, Rodrigo Alvim, presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), acredita que a recuperação das cotações já deve se refletir nas exportações neste mês. "A expectativa é de já em dezembro ficarmos superavitários na balança", afirma. Até novembro, o déficit na balança de lácteos foi de US$ 94,9 milhões. Isso ocorreu porque, além de o Brasil exportar menos, houve uma enxurrada de leite em pó da Argentina a preços baixos no mercado brasileiro.

"Houve retomada no consumo e devemos voltar a crescer em 2010", avalia Alvim. Os atuais preços, afirma, criam atratividade para exportar. Ele não esconde o desejo de que os números de 2008 se repitam. Naquele ano, as exportações de lácteos bateram recorde e alcançaram US$ 556 milhões - em grande medida por conta das importações da Venezuela. Mas Alvim admite que a tarefa exige esforço.

Jacques Gontijo, presidente da cooperativa Itambé, uma das maiores exportadoras de lácteos do país, elenca uma série de fatores que explica a alta do produto: a maior demanda da China, onde problemas de adulteração do leite com a melamina geraram "aversão ao produto local"; estoques baixos nos EUA e estagnação da produção no Brasil, que neste ano deve ficar estável, em 27,5 bilhões de litros, depois de subir 5,5% de 2007 para 2008.

Chama a atenção na atual recuperação dos preços do leite a velocidade com que esta vem ocorrendo. Analistas concordam que o mercado de leite é sensível e responde rapidamente aos movimentos de oferta e demanda. Mas até quem é especialista tem se surpreendido com a nova valorização dos preços. A primeira onda de alta ocorreu em 2007, quando a demanda asiática puxou as cotações. Agora, é quase consenso que a retomada econômica está sustentando os preços. Mas Alfredo de Goeye, presidente da trading Serlac, responsável por metade das exportações de lácteos do país, é voz dissonante.

"A crise [mundial] não pegou o leite e [seu arrefecimento] não é a razão agora para a alta dos preços", afirma. Cético, de Goeye diz que não há explicação para a baixa expressiva dos preços no passado recente nem para alta hoje. Ele reconhece a queda na produção na Austrália e Argentina, mas não as considera suficientes para tamanha variação de preços. Para o executivo, "apesar do câmbio atual", já se torna viável exportar leite com os preços de hoje. As discussões sobre contratos de venda para o começo de 2010 já começam a acontecer. Os destinos para o leite brasileiro não mudaram: países do norte da África e Oriente Médio.

A Venezuela, que este ano praticamente saiu do mercado por causa dos estoques elevados de leite, também deve voltar a demandar, espera Gontijo, da Itambé.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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adilson aparecido valderrama
ADILSON APARECIDO VALDERRAMA

CAMPINA DA LAGOA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/12/2009

Já vi esse filme antes.
ANDERSON LUIS DE RESENDE
ANDERSON LUIS DE RESENDE

COROMANDEL - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/12/2009

Boa noite!

Acompanho as reportagens, onde ascenam perspectivas de melhoras para o preço do leite, mas devo ressaltar que em minha região o momento é delicado, e gostaria de saber o que a CNA está fazendo para que seje criada de fato na prática, uma política que valorize o produtor de leite, onde no futuro não venhamos a continuar trabalhando no vermelho, como acontece atualmente. Estamos nós os produtores de leite, pedindo tão somente que os programas adotados sejem justos e que nós possamos produzir leite de qualidade e sermos remunerados adequadamente.
Atenciosamente,

ANDERSON LUIS DE RESENDE
FAZENDA VÁRZEA DA CACHEIRA
COROMANDEL, MG
DARLANI  PORCARO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/12/2009

Devido ao potencial de nosso país em produzir alimento, em especial o leite, pois é muita tecnologia acumulada, e um baixo consumo interno, ocasionando uma baixa remuneração que mal paga os custos de produção, não vejo outra saida para o produtor. Precisamos ter uma politica séria de exportação de nossos lácteos.
Qual a sua dúvida hoje?