Lácteos Brasil lidera no longa vida e mexe no mercado

A operação que criou uma das maiores empresas de lácteos do país, a LBR - Lácteos Brasil, começa a provocar um rearranjo no segmento. A desafiadora integração entre Bom Gosto e Leitbom ainda está em curso, mas já há sinais de mudanças no mercado. Dessa fusão surge a maior empresa de leite longa vida do Brasil, com 20% das vendas nacionais.

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A operação que criou uma das maiores empresas de lácteos do país, a LBR - Lácteos Brasil, começa a provocar um rearranjo no segmento. A desafiadora integração entre Bom Gosto e Leitbom ainda está em curso, mas já há sinais de mudanças no mercado.

Dessa fusão surge a maior empresa de leite longa vida do Brasil, com 20% das vendas nacionais. Logo atrás vem a BRF Brasil Foods, com cerca de 16%. O restante está dividido entre as outras quase 90 companhias do ramo no país, conforme fontes do mercado. Juntas, Bom Gosto e Leitbom contam com 12 marcas de leite longa vida em seu portfólio, presentes em diferentes regiões do Brasil.

Para um especialista do segmento, com a fusão essas marcas poderão ser mais bem trabalhadas no varejo e receber mais investimentos. Além disso, a concentração também pode gerar mais regularidade e sinergias entre elas. Para outro fonte do setor, porém, a Lácteos Brasil terá de concentrar marcas, pois "não é possível investir em todas".

Ainda que não seja possível identificar com clareza seus objetivos, já há movimentos visíveis envolvendo marcas da LBR nas gôndolas dos supermercados. Ao mesmo tempo, afirma, a marca Parmalat, que tinha perdido espaço, voltou com mais força.

Serão necessários, também, ajustes operacionais na nova gigante de lácteos. Com uma captação de mais de 2 bilhões de litros de leite por ano, a LBR fica atrás apenas de Nestlé nesse quesito. Todo esse volume é processado em 30 fábricas, e a expectativa de especialistas é de que a empresa tenha de reduzir o número de unidades para ganhar eficiência e rentabilidade. "[A empresa] terá de avaliar quais são as plantas mais eficientes, que têm a melhor logística para distribuição", diz Maurício Palma Nogueira, da Bigma Consultoria.

Diretor-presidente da Lácteos Brasil, Fernando Falco afirma que ainda é prematuro se posicionar sobre marcas e fábricas porque, no momento, há uma consultoria trabalhando num projeto de 90 dias para identificar sinergias entre Bom Gosto e Leitbom. Nessa avaliação de sinergias, explica, serão levadas em consideração questões tributárias dos Estados onde as fábricas estão instaladas, captação de leite, custos de produção, de logística e de vendas.

Eduardo Eisler, diretor de marketing da Tetra Pak, maior fornecedora de embalagens longa vida no país, espera desdobramentos positivos da união entre Leitbom e Bom Gosto no mercado. Para ele, a fusão deve levar a uma maior competitividade na qualidade dos produtos lácteos, já que estimulará investimentos na cadeia produtiva. "Junto com fusões e aquisições vem a profissionalização da cadeia", afirma.

Outro efeito no mercado deve ser a menor volatilidade dos preços do leite longa vida, cenário visto num passado recente, quando laticínios com dificuldades financeiras acabavam derrubando a cotação do longa vida, lembra um especialista com grande experiência no setor de leite. Para esse especialista, a LBR deve impulsionar a concorrência com marcas fortes, principalmente de outras empresas de grande porte.

É certo que a fusão entre Leitbom e Bom Gosto tem potencial para mexer com a estratégia das outras grandes companhias do setor de lácteos, que devem ser suas principais concorrentes. Mas o espaço de empresas menores não está sob ameaça por conta da maior concentração do setor, estimam especialistas. "As pequenas estão fincadas em mercados regionais, têm distribuição alternativa e no varejo tradicional, como padarias e mercearias", comenta um analista.

O desafio desses laticínios não para por aí. A concentração aumenta a competição por leite, acrescenta Nogueira, da Bigma. Além disso, de uma maneira geral, as empresas grandes são as que ficam com os fornecedores mais competitivos e mais produtivos.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.


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Silvio Maciel
SILVIO MACIEL

SENADOR POMPEU - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/02/2011

Todos esperam muita coisa, de acordo com a conveniência para cada um, da gigante Lácteos Brasil. Mas uma coisa há de se observar sobre a então Bom Gosto; que ao se tornar juntamente com a LeitBom, a primeira do mercado de leite longa vida, é como se renascesse a Parmalat. Até mesmo no conglomerado de negócios, pois a holding participa também do mercado de suco de laranja, e outros.
Luiz Eduardo Morais
LUIZ EDUARDO MORAIS

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/02/2011

Bem que o BNDS (que tem participação na NILZA) poderia colocar junto nessa negociação a empresa falida NILZA e, fazer com que parte do dinheiro que está colocando nesta operação seja pago aos ex. funcionários e credores da NILZA, pois não adianta nada falar que a junção de todas se torna a maior companhia em participação de mercado de leite UHT. O que precisa de fato é que as empresas tenham responsabilidades com seus funcionários e fornecedores em geral.
Paulo Maurício Furtado de Oliveira Dantas
PAULO MAURÍCIO FURTADO DE OLIVEIRA DANTAS

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 17/02/2011

Parabéns à LBR, trabalhando, pensando juntos e com objetivos em comum, chegaremos e manteremos nosso objetivo de estar sempre crescendoós.
Nós acreditamos!
Abraços à todos da cadeia.
Matheus Lago Moura Araújo
MATHEUS LAGO MOURA ARAÚJO

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/02/2011

É importante ver a consolidação de grandes empresas de lácteos no país, que antes era algo bem regionalizado tendo uma ou duas marcas de alcance nacional. Agora isso pode ajudar a regularizar e profissionalizar mais a cadeia. Será?
Roberto Jank Jr.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/02/2011

Esperemos que a concentração não prejudique a ponta da produção.
Faço votos que as sinergias e as eficiencias tributárias e de comando único tragam benefícios para a cadeia como um todo.
A experiencia do Fernando Falco é um ponto positivo; esperamos dele o bom senso de sempre, para manter o equilibrio entre os elos e não prejudicar a galinha dos ovos de ouro.
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