Lácteos Brasil lidera no longa vida e mexe no mercado
A operação que criou uma das maiores empresas de lácteos do país, a LBR - Lácteos Brasil, começa a provocar um rearranjo no segmento. A desafiadora integração entre Bom Gosto e Leitbom ainda está em curso, mas já há sinais de mudanças no mercado. Dessa fusão surge a maior empresa de leite longa vida do Brasil, com 20% das vendas nacionais.
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 3 minutos de leitura
Dessa fusão surge a maior empresa de leite longa vida do Brasil, com 20% das vendas nacionais. Logo atrás vem a BRF Brasil Foods, com cerca de 16%. O restante está dividido entre as outras quase 90 companhias do ramo no país, conforme fontes do mercado. Juntas, Bom Gosto e Leitbom contam com 12 marcas de leite longa vida em seu portfólio, presentes em diferentes regiões do Brasil.
Para um especialista do segmento, com a fusão essas marcas poderão ser mais bem trabalhadas no varejo e receber mais investimentos. Além disso, a concentração também pode gerar mais regularidade e sinergias entre elas. Para outro fonte do setor, porém, a Lácteos Brasil terá de concentrar marcas, pois "não é possível investir em todas".
Ainda que não seja possível identificar com clareza seus objetivos, já há movimentos visíveis envolvendo marcas da LBR nas gôndolas dos supermercados. Ao mesmo tempo, afirma, a marca Parmalat, que tinha perdido espaço, voltou com mais força.
Serão necessários, também, ajustes operacionais na nova gigante de lácteos. Com uma captação de mais de 2 bilhões de litros de leite por ano, a LBR fica atrás apenas de Nestlé nesse quesito. Todo esse volume é processado em 30 fábricas, e a expectativa de especialistas é de que a empresa tenha de reduzir o número de unidades para ganhar eficiência e rentabilidade. "[A empresa] terá de avaliar quais são as plantas mais eficientes, que têm a melhor logística para distribuição", diz Maurício Palma Nogueira, da Bigma Consultoria.
Diretor-presidente da Lácteos Brasil, Fernando Falco afirma que ainda é prematuro se posicionar sobre marcas e fábricas porque, no momento, há uma consultoria trabalhando num projeto de 90 dias para identificar sinergias entre Bom Gosto e Leitbom. Nessa avaliação de sinergias, explica, serão levadas em consideração questões tributárias dos Estados onde as fábricas estão instaladas, captação de leite, custos de produção, de logística e de vendas.
Eduardo Eisler, diretor de marketing da Tetra Pak, maior fornecedora de embalagens longa vida no país, espera desdobramentos positivos da união entre Leitbom e Bom Gosto no mercado. Para ele, a fusão deve levar a uma maior competitividade na qualidade dos produtos lácteos, já que estimulará investimentos na cadeia produtiva. "Junto com fusões e aquisições vem a profissionalização da cadeia", afirma.
Outro efeito no mercado deve ser a menor volatilidade dos preços do leite longa vida, cenário visto num passado recente, quando laticínios com dificuldades financeiras acabavam derrubando a cotação do longa vida, lembra um especialista com grande experiência no setor de leite. Para esse especialista, a LBR deve impulsionar a concorrência com marcas fortes, principalmente de outras empresas de grande porte.
É certo que a fusão entre Leitbom e Bom Gosto tem potencial para mexer com a estratégia das outras grandes companhias do setor de lácteos, que devem ser suas principais concorrentes. Mas o espaço de empresas menores não está sob ameaça por conta da maior concentração do setor, estimam especialistas. "As pequenas estão fincadas em mercados regionais, têm distribuição alternativa e no varejo tradicional, como padarias e mercearias", comenta um analista.
O desafio desses laticínios não para por aí. A concentração aumenta a competição por leite, acrescenta Nogueira, da Bigma. Além disso, de uma maneira geral, as empresas grandes são as que ficam com os fornecedores mais competitivos e mais produtivos.
A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 17/02/2011

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE
EM 17/02/2011
Nós acreditamos!
Abraços à todos da cadeia.

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 16/02/2011
DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 15/02/2011
Faço votos que as sinergias e as eficiencias tributárias e de comando único tragam benefícios para a cadeia como um todo.
A experiencia do Fernando Falco é um ponto positivo; esperamos dele o bom senso de sempre, para manter o equilibrio entre os elos e não prejudicar a galinha dos ovos de ouro.