Kátia Abreu: 90% dos produtores ainda não averbou RL

Mais de 90% dos proprietários rurais do país não registraram a reserva legal como manda a lei, calcula a presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Kátia Abreu (DEM-TO). "Não chegam a 10% os produtores que averbaram a reserva", estima a senadora. "O produtor só averba se a reserva existir, e a maioria não tem reserva", continua. "O código foi um desastre, avançou sobre o direito de propriedade", insiste Kátia Abreu. "Se 90% dos produtores ficam na condição de bandidos é porque existe algo errado."

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Mais de 90% dos proprietários rurais do país não registraram a reserva legal como manda a lei, calcula a presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Kátia Abreu (DEM-TO). "Não chegam a 10% os produtores que averbaram a reserva", estima a senadora. "O produtor só averba se a reserva existir, e a maioria não tem reserva", continua.

O registro tem de ser feito em cartório e não há levantamentos oficiais sobre a quantidade de produtores fora da lei. Decreto baixado pelo presidente Lula previa pagamento de multa diária de R$ 500 como punição ao produtor que não registrasse a reserva legal e se comprometesse a recuperá-la. Mas a entrada em vigor do decreto, prevista para 11 de dezembro, deverá ser adiada até 2011.

Kátia Abreu apresenta nos próximos dias nova proposta de mudança no Código Florestal, que proíbe novos desmatamentos na Amazônia e na mata atlântica, mas anistia os desmatamentos ocorridos até 2001 ou 2006. A recuperação de áreas ambientalmente mais vulneráveis, como margens de rios, poderia ser feita com espécies exóticas.

"O código foi um desastre, avançou sobre o direito de propriedade", insiste Kátia Abreu. "Se 90% dos produtores ficam na condição de bandidos é porque existe algo errado."

A senadora tentou convencer os colegas em não transformar em lei as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa, na semana passada. Na avaliação da CNA, as metas complicariam o acesso a créditos externos para financiar o combate ao desmatamento.

A matéria é de Marta Salomon, publicada na Folha de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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Lauro Cézzar Lopes de Oliveira
LAURO CÉZZAR LOPES DE OLIVEIRA

CUIABÁ - MATO GROSSO

EM 11/12/2009

Só queria entender porque tanta burocracia para se fazer o correto? Pra "andar na linha"...Esse nosso governo é muito do ingrato. Creio poder pensar de tal forma, que, se houvesse menas burocracia na legalização dessas propriedades, das áreas de preservação ambiental, reserva legal, enfim...não seria nem um pouco interessante a nível de governo, porque isso já envolve criação de secretarias, ministérios, ou seja, criar cargos, pra mostrar pra população desinformada que o governo existe...Mais o que nos cabe infelizmente é nos conformarmos com a situação...Acho que é só isso.
Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 10/12/2009

O Sr. Walter Jark Flho.Santo Antônio da Platina - Paraná - Consultoria/extensão
EMATER - Coordenador regional, diz que fez a reserva legal e, que está pagando o pato, porque o fez.
Aqui fica uma pergunta, sem entrar no mérito de quem fez ou deixou de fazer a averbação. Gostaaria das viabilidades, do Sr. Walter dizer o que ele acha da legislação que regula à espécie e, notadamente da forma como está sendo colocada. Pois, como se diz no dia a dia "dura lex, sed lex", a lei é dura mais é lei. Todavia, como a lei não tem mãe, não sente dor, podemos dizer o que queremos da mesma, que ela não se importará com isto, notadamente, quando entendemos não ser uma legislação justa, na busca das mudanças que se impõe, para que se chegar a uma legislação, que seja mais justa possível. Sem perder de vistas a realidade, inclusive as questões cientificas. Se a lei não é boa, vamos melhora-la e, não simplesmente cumpri-la, porque é uma lei. Há lei enexiquivel, para determinadas situações. E, será que esta não está sendo. Abraços.

Artur Queiroz de Sousa
ARTUR QUEIROZ DE SOUSA

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 10/12/2009

Prezado Walter Jark Filho;
Se sua área averbada de reserva é de 25%, juntamente com a APP, voce é um previlegiado, e não se sinta prejudicado. Se eu averbar a minha reserva bem como a APP, ela vai para 40%. A margem de rio é de 100 metros. Acredito que sua reserva não vai valer de nada para conservar o bioma. Necessário seria que o estado fizesse um parque florestal, porque área isoladas, pouco vai ajudar. APPs em morros e também em várzeas, significa que, voce que trabalha na EMATER, bem o sabe, que é o mesmo que mandar-nos rasgar o diploma de Eng° Agr°, pois fizemos muitos projetos, de plantio de café, maçã, uva nas área de morros, bem como PROVARZEAS, para plantio de arroz, trigo, centeio, cevada, etc...
Também esta balela de aquecimento global, provocado pelos ruminantes, precisa melhor estudos, com que concentração de AGV estão dizendo. Será que meus bois provocam mais aquecimento global do que gerrra no Iraque, Afeganistão?
elisio antonio de oliveira
ELISIO ANTONIO DE OLIVEIRA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/12/2009

Nao fiz averbação porque estou situação de muitos produtores (sem dinheiro extra para essa finalidade), gostaria muito de não ser marginalizado por isso. No mes de novembro estou no vermelho, pois recebi leite de r$ 0,55 o litro. Tambem pediria aos nossos governantes que nos beneficiassem com ICMS, barrassem as importacões, em suma, defendessem um pouco do que é nosso. Obrigado.
Walter Jark Flho
WALTER JARK FLHO

SANTO ANTÔNIO DA PLATINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/12/2009

Sou um dos 10% que averbou reserva legal e área de preservação permanente. Total de 25% da área da propriedade. Sou uma pessoa que respeita a lei. Infelizmente, os que respeitam a lei no Brasil, geralmente são penalizados. Tenho a informação que o processo é irreversivel. Portanto, se a lei mudar a averbação está feita e pronto. Pelo andar da carruagem, é muito provável que a lei mude, e eu fique prejudicado. É mais ou menos a mesma coisa que acontece com o IPTU. No final do ano, em função de dificuldades financeiras, é comum um acerto com redução do valor. A lei não é respeitada e quem paga o pato é quem a cumpre. Tudo acaba em pizza. Aliás agora mudou. Tudo acaba em panetone.

Walter
Jucelino dos Reis
JUCELINO DOS REIS

CASCAVEL - PARANÁ - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 02/12/2009

Sr. Artur Queiroz de Souza, parabéns . Simples e real. Nem mais nem menos.
Se me permite, faço minhas, as suas palavras.
DARLANI  PORCARO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/12/2009

Logicamente prá fazer essa reserva legal, implica gastos grandes e muita burocracia .Em alguns paises e até mesmo em alguns lugares do Brasil existe uma remuneração em dinheiro para os produtores, visando cuidar das nascentes, dos regos ou corregos, visando o que realmente é necessário, o melhoramento e o aumento das águas em nossas regiões. Depois disso,com os produtores tendo algum dinheiro disponível em seu bolso, até que seria cabivel esta lei e o produtor teria vontade , interesse , em regularizar nos cartórios seus deveres.
Artur Queiroz de Sousa
ARTUR QUEIROZ DE SOUSA

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 01/12/2009

Existe um erro, que código nenhum conseguirá corrigir. Pode até que exista a lei, contudo, impossível de cumpri-la. Se não houver bom senso, em considerar as áreas de APPs como reserva legal, será muito dificil conseguir averbar as áreas das fazendas, mesmo porque elas não existem, e transformar solos corrigidos, agricultáveis, em reservas, é o mesmo que dizer para o produtor, venda suas terras e vá para outra atividade que não lhe exige tornar improdutivo e antieconomico. É simples, é só procurar conhecer as áreas agricultáveis e que se faz agricultura moderna nos USA, Europa, Chile, Argentina, Uruguai, e verificar se o mesmo não ocorre com eles. Se 90% das propriedades não tem reserva averbada, é porque não há o que averbar. Sensatez é o que se pede, e um pouco de inteligência, e conhecimento técnico.
Targa
TARGA

ALTA FLORESTA - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 01/12/2009

É sempre assim. O trabalhador rural, aquele que produz faz a diferença na balança comercial do país, é tratado como o culpado pelo aquecimento global. Nos bastidores da política, carrega-se dfinheiro nas vestes, e até nas meias, "que país é esse"
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