JBS vai separar negócio de lácteos e Vigor terá capital aberto na bolsa
A JBS informou que fará uma oferta pública voluntária para os seus atuais acionistas. Nessa operação, propõe que os acionistas troquem ações ordinárias da JBS por papéis da subsidiária Vigor, que terá o capital aberto.
Publicado por: MilkPoint
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A justificativa dada pela JBS para essa operação é a sua avaliação de que o mercado não percebe o "real valor" da Vigor dentro de seu negócio hoje. Essa falta de percepção, no entender da empresa, acontece pelo fato de a companhia de lácteos ser uma subsidiária, não uma instituição independente.
Além disso, em comunicado, a JBS destacou que "a indústria de lácteos costuma ter múltiplos de negociação superiores aos da indústria de processamento de carnes" - esta última a atividade principal da empresa atualmente.
Em uma tentativa de valorizar o negócio de lácteos do grupo, abrirá as portas para aquisições em um momento particularmente movimentado. Recentemente, por exemplo, houve especulações sobre a união de duas grandes companhias desse mercado, negada com veemência pelos grupos citados.
Na prática, a JBS está fazendo uma cisão da Vigor e, de acordo com fontes, não optou por esse modelo porque, nesse caso, teria de conceder aos seus acionistas direito de recesso na operação. A JBS marcará uma reunião de conselho para definir o valor que será atribuído às ações da empresa e da Vigor na operação e, consequentemente, definir a relação de permuta da oferta.
Na bolsa, a JBS está avaliada em R$ 21,75bilhões, conforme o fechamento de quarta-feira. A Vigor, quando fechou capital, em 2009, valia R$ 970 milhões. Aparentemente, os planos para a Vigor dentro da JBS começaram a ser traçados há um ano.
Em janeiro de 2011, a família Batista, fundadora do frigorífico, criou a FG Holding International, presidida por Joesley Batista, com a finalidade de firmar participação em outras sociedades no Brasil e no exterior, como sócia ou acionista, além de administrar bens próprios.
Em janeiro deste ano, assembleia da FG aprovou a mudança de seu nome para Vigor Alimentos, uma companhia cujo estatuto inclui, além das participações em outras sociedades, operações com lácteos.
Ainda que não tenha definido quanto valerá a Vigor, a JBS não está totalmente no escuro nesta frente. A ata dessa mesma assembleia informa que a empresa contratou peritos para fazer um laudo de avaliação do valor patrimonial das ações da fábrica Vigor e eles chegaram a R$1,191 bilhão. A JBS, única acionista, fez um aumento de capital na Vigor nesse valor, com a emissão de 100 milhões de ações, cada uma a R$ 11,91.
A JBS também informou que o pedido de registrou da oferta voluntária já foi feito à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). E disse que a operação depende do consentimento de credores detentores de títulos de dívida emitidos pela JBS USA LLC, JBS USA, JBS, JBS Finance e Bertin.
Por conta da operação, o programa de recompra de ações que estava em aberto foi encerrado e os papéis adquiridos, cancelados.
A matéria é do Valor, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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