Interleite Sul: Impactos para o setor do leite com as mudanças na economia

As mudanças na economia e na agricultura brasileira e seus possíveis impactos na oferta de leite foi o tema abordado pelo engenheiro agrônomo e doutor em economia Alexandre Mendonça de Barros durante o 3o Simpósio Internacional sobre a Produção Competitiva de Leite, o Interleite Sul 2012, que reúne em Chapecó mais de 800 profissionais do setor para debate. O evento prossegue até às 12 horas desta quinta-feira (5), no Centro de Cultura e Eventos Plínio de Nes, por onde passarão os melhores especialistas e as maiores lideranças do segmento.

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As mudanças na economia e na agricultura brasileira e seus possíveis impactos na oferta de leite foi o tema abordado pelo engenheiro agrônomo e doutor em economia Alexandre Mendonça de Barros durante o 3o Simpósio Internacional sobre a Produção Competitiva de Leite, o Interleite Sul 2012, que reúne em Chapecó mais de 800 profissionais do setor para debate. O evento prossegue até às 12 horas desta quinta-feira (5), no Centro de Cultura e Eventos Plínio de Nes, por onde passarão os melhores especialistas e as maiores lideranças do segmento.

Barros fez uma análise da economia mundial, das crises e recessões, e também dos países que estão se tornando grandes potências econômicas. Assinalou que a Ásia emerge como o novo centro econômico do mundo e que os países em desenvolvimento deverão buscar alternativas vantajosas para a exportação. Porém, com o real valorizado, o Brasil só deve perder a competitividade.

As mudanças internas na economia que elevaram milhões de brasileiros à Classe C provocaram fatores positivos, na avaliação do palestrante. No entanto, o País não sabe aproveitar o ganho de renda e traduzir em melhoria de infraestrutura e qualificação da mão de obra. "Aumenta a arrecadação, mas não transformamos em investimentos. Não estamos aproveitando o momento para planejar o futuro", salientou.

"O que ainda nos faz competir", questionou. Há uma vantagem comparativa natural, domínio tecnológico e grande capacidade de produção. "O Brasil consegue otimizar as atividades (pecuária-lavoura), a produzir em ambientes tropicais e ainda conta com outros fatores, a exemplo da implantação do mercado de biocombustíveis".

Para permanecer e competir no mercado, o Brasil deve investir na melhoria dos processos e em gestão. "Se o País é o maior exportador de frango e é referência no mercado exportador de carne bovina, por que não consegue se destacar no mercado internacional do leite? Há desafios enormes pela frente e é preciso evoluir", finalizou.

Sobre o palestrante

Alexandre Mendonça de Barros é engenheiro agrônomo e doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP (1999). Foi professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ/USP, nas áreas de macroeconomia, desenvolvimento econômico e economia agrícola. É professor de Economia Agrícola da Fundação Getúlio Vargas e membro do Conselho de Administração da Ultrafértil, do Grupo Schoenmaker/Terra Viva, do Grupo Otávio Lage e do Frigorífico Minerva. É também membro do Comitê de Assessoria Externa da EMBRAPA Pecuária Sudeste e do Conselho Superior do Agronegócio da FIESP. É sócio consultor da MB Agro e da Ruralcon Consultoria em Gestão Agropecuária.

As informações são da MB Comunicação, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Antônio Roberto Polito Medeiros
ANTÔNIO ROBERTO POLITO MEDEIROS

GUAXUPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/04/2012

Embora tenhamos produtores de leite de ponta, a grande maioria dos produtores não conhecem as evoluções tecnológicas e de gestão de uma fazenda de leite. Produzem leite como no passado. Para termos destaque no mercado internacional precisamos produzir leite com grande eficiência e eficácia e  em grandes volumes.

Concordo com o comentário do Sr. Paulo R. F. Mühlbach, realmente a complexidade da atividade é enorme e, é também,  um grande desafio.

Antônio R. P. Medeiros

Guaxupé - MG.
Paulo R. F. Mühlbach
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/04/2012

Prezado Marcello,

Concordo, os sistemas integrados de produção englobam os animais monogástricos, onde não há demanda de alimentos volumosos. Se a vaca leiteira fosse um animal monogástrico, talvez a integração funcionasse...
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/04/2012

Prezados Paulo Mühlbach e Marcelo de Morua Campos: Entendo ser plenamente possível que o Brasil se torne excelência, também, em produção de leite. Todavia, mister se faz a evolução de nós próprios, os produtores de leite, que temos que nos enveredar, inevitavelmente, por tecnologias avançadas que nos encaminhem à produção em escala, tal como ocorre em outros Países mais especializados no setor.

É preciso, pois, tornar profissionais nossos pares, ou de nada nos adiantarão quaisquer vantagens futuras que possam ser adicionadas ao setor.

Por lado outro, não vislumbro, como o caro amigo Marcello "complexidade maior da pecuária leiteira do que a engorda de frangos", eis que reputo ambas com idêntica grau de dificuldade. Mas, em contrapartida, concordo que a parceria existente entre a indústria e o produtor, naquela parcela produtiva, faz, realmente, a diferença e é um dos elos que nos faltam.

Falta de informação não é mais desculpa para o atraso no setor campensino pátrio, eis que esta já chega a todos os rincões do planeta.

Entendo, todavia, que existre uma má vontade em trocar as velhas técnicas pelas novas.

Como afirmei, em ocasião pretérita, a maioria prefere continuar a usar uma máquina obsoleta de escrever a ter que assumir a tecnologia de um computador de última geração.

Aí, fica, mesmo, muito complicado.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=  
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/04/2012

Prezado Paulo Mühlbach

Na minha visão a diferença, além da complexidade maior da pecuária leiteira do que a engorda de frangos, é que na cadeia produtiva do frango existe uma parceria da indústria com granjeiros que não se vê na cadeia produtiva do leite.

Marcello de Moura Campos Filho
Paulo R. F. Mühlbach
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/04/2012

Um brevíssimo comentário sobre o questionamento final do palestrante:  

"Se o País é o maior exportador de frango e é referência no mercado exportador de carne bovina, por que não consegue se destacar no mercado internacional do leite? Há desafios enormes pela frente e é preciso evoluir".  

É muito simples: produção leiteira é a atividade mais complexa do setor agro-pecuário!
Qual a sua dúvida hoje?