Índice Big Mac: Economist aponta Real sobrevalorizado

A revista britânica The Economist publica nesta semana mais uma edição de seu tradicional Índice Big Mac, que compara os preços do sanduíche em diversos países para avaliar a situação do câmbio em relação ao dólar nas economias pesquisadas. A publicação aponta que o Brasil é um dos poucos países emergentes onde o câmbio aparece sobrevalorizado no índice.

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A revista britânica The Economist publica nesta semana mais uma edição de seu tradicional Índice Big Mac, que compara os preços do sanduíche em diversos países para avaliar a situação do câmbio em relação ao dólar nas economias pesquisadas. A publicação aponta que o Brasil é um dos poucos países emergentes onde o câmbio aparece sobrevalorizado no índice.

Comer o sanduíche no Brasil custa o equivalente a US$ 4,91 (ou R$ 8,71), mais caro que o preço nos Estados Unidos, onde ele custa US$ 3,73 (R$ 6,57). A partir daí, a revista conclui que o real está sobrevalorizado em 31% em relação ao dólar.

Ou seja, levando-se em conta o índice utilizado pela Economist, o Dólar deveria atualmente estar cotado em R$ 2,33. A revista considera que o ideal é que o sanduíche custe o mesmo que nos Estados Unidos.

"O Real é uma das poucas moedas de mercados emergentes que são negociadas bem acima do ponto de referência do índice Big Mac. Com os juros altos, o Brasil tem atraído a atenção de investidores famintos por lucros", diz a revista.

Lembrando que câmbios mais baixos tornam as exportações mais baratas, a revista afirma que a Ásia continua sendo o lugar mais barato para comer o sanduíche. Na China, o Big Mac custa US$ 1,95, o que indicaria que o yuan, apesar da "flexibilização" prometida pelo governo chinês, está desvalorizado em 48%.

Entre os países pesquisados, o Big Mac mais barato pode ser comprado na Argentina, onde o sanduíche custa US$ 1,78, o que aponta uma desvalorização de 52% do peso em relação ao dólar.

A Economist, no entanto, admite que o Índice Big Mac não é uma ferramenta precisa para analisar o câmbio, e outros fatores, como preço de aluguéis e salários, influenciam no valor do sanduíche.

As informações são do Portal Terra, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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Antonio Luis B.de Lima Dias
ANTONIO LUIS B.DE LIMA DIAS

MOCOCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/07/2010

Marcello Moura,

Parabéns pela sua análise. Bem clara e muito direta.

Não aguento mais ouvir que o nosso leite em Dolar é um dos mais caros do mundo.

O senhor deu um belo cala a boca nestes MERCADORES de Leite.
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/07/2010

O índice Big Mac, o preço do leite e as incertezas do mercado

Na matéria "NZ e EU tem recuo dos preços ao produtores em maio", publicada no Giro Lácteo do Milkpoint em 06/07/2010, o gráfico de preços pagos aos produtores mostrava para o Brasil US$ 0,44/litro, para a União Européia US$ 0,36/litro, para USA/NZ US$ 0,34/litro e para a Argentina US$ 0,32/litro.

Na minha pagina do Mypoint, comentava sob título "Riscos da comparação de preços ao produtor em diversos paises em US$", que nessa ocasião, considerando uma relação de câmbio de 1 US$ = R$ 1,75, isso corresponderia a R$ 0,77/litro como média recebida pelo produtor nacional e alertava que essa comparação simplista por conversão de preços recebidos pelos produtores nas moedas nacionais, onde o produtor brasileiro estaria recebendo 29,4% mais que os produtores dos USA e NZ é irreal, pois embute as distorções cambiais ( sem falar em subsídios ). E citando que todos sabemos que o Real está supervalorizado com relação ao dólar americano, mostrava que se a taxa de câmbio fosse de 1 US$ = R$ 2,26, os mesmos R$ 0,77/litro que o produtor nacional estava recebendo representaria U$$ 0,34, a mesma coisa que estaria recebendo o produtor dos USA e NZ, perfeitamente razoável no contexto do mercado mundial.

A matéria "Índice Big Mac: Economist aponta Real sobrevalorizado" , publicada no Giro Lácteo em 23/07/2010, mostra que a comparação do preço em US$ do sanduíche Big Mac nos diversos paises, com a qual a conceituada revista avalia a relação das moedas desses paises com o dólar americano, mostra que o Real está sobrevalorizado em 31% com relação ao dólar americano, e que a relação deveria ser de 1 US$ = R$ 2,33, e para a qual os R$ 0,77/litro que o produtor nacional recebia representaria US$ 0,33/litro, bastante próximo da avaliação que fiz naquela ocasião.

O índice Big Mac mostrou também que o peso argentino está desvalorizado em 52% com relação ao dólar americano, indicando que a comparação simplista do que o produtor brasileiro e argentino recebem convertidos em US$ pelas taxas de câmbio locais trazem uma distorção de 81,4% e não podem consideradas num trabalho comparativo sério.

A própria revista The Economist alerta que o índice Big Mac não é preciso, mas permite avaliar as distorções cambiais e mostra que comparações em US$ por simples conversão de preços pelas taxa de câmbio locais embutem enorme distorção.

Fala-se das incertezas de mercado, que realmente são muitas, mesmo por que as incertezas da economia são muitas uma vez que a as medidas tomadas para conter a crise na verdade foram paleativos, muito longe de resolver os reais problemas da economia real, aquela que produz e que é fundamental para o ser humano.

Se os produtores, a indústria e o Governo brasileiro se iludirem que, para nos tornarmos exportadores de leite e lácteos, os preços em Reais pagos aos produtores nacionais precisam ser reduzidos para valores resultantes de comparações simplistas em US$ às taxas de câmbio locais, não só não conseguiremos ser players de peso no mercado mundial, mas seremos importadores de leite significativos para atender às necessidades do consumo interno. Temos muito a fazer para enfrentarmos as incertezas e tornar nossa pecuária de leite competitiva e sustentável a ponto de sermos grandes exportadores, mas essas comparações simplistas com certeza não são o caminho para chegarmos lá.
Marcello de Moura Campos Filho
Nestor Luiz Breda
NESTOR LUIZ BREDA

SÃO MIGUEL DO OESTE - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 24/07/2010

Seu José Humberto.
Parabéns pela reflexão.

Que tal o preço da Argentina? Assim vamos estimular uma ideologia latino americana. Que tal estimular o MERCOSUL.
Porque temos que seguir tudo o que os EUA nos coloca.

José Humberto Alves dos Santos
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/07/2010


"o ideal é que o sanduiche custe o mesmo que nos Estados Unidos"
Muito bom, muito bom
Porque não temos o índice BAURÚ?
Ah porque não é o sanduiche ideal para os Estados Unidos!!!!
Qual a sua dúvida hoje?