Importação pressionou os preços do leite em 2009

A retração das exportações ajudou a derrubar o saldo comercial dos lácteos, mas a maior pressão veio do outro lado da balança. "2009 foi atípico. O Real forte provocou uma superimportação de produtos lácteos a preços muito baixos", explica a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, Aline Barrozo Ferro. Até novembro de 2009, 69,8 mil toneladas entraram no país, 81% mais que nos 11 primeiros meses do ano anterior, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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A retração das exportações ajudou a derrubar o saldo comercial dos lácteos, mas a maior pressão veio do outro lado da balança. "2009 foi atípico. O Real forte provocou uma superimportação de produtos lácteos a preços muito baixos", explica a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, Aline Barrozo Ferro. Até novembro de 2009, 69,8 mil toneladas entraram no país, 81% mais que nos 11 primeiros meses do ano anterior, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Com a queda do dólar e a redução dos preços internacionais, países onde os custos de produção são mais competitivos abocanharam fatia maior do comércio mundial, que encolhia por causa da crise. O consumo de lácteos, que antes crescia a taxas de 3% ao ano, aumentou apenas 1,3% em 2009, conforme pesquisa realizada pela sueca Tetra Pak Dairy Index. A redução do ritmo de crescimento ajustou a relação entre oferta e demanda, que até 2008 pendia em favor da oferta.

"Até o primeiro semestre de 2008 tínhamos preços sensacionais. No período pré-crise, entre 2004 e 2006, o consumo mundial crescia mais que a oferta. Aumentava até 3,5% ao ano, enquanto a produção crescia 2%. Em 2007, quase faltou leite e isso levou a uma explosão dos preços internacionais", diz Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA.

Os preços altos incentivaram o aumento da produção brasileira. Entre 2007 e 2008, o país ampliou em 5,5% a produção nacional de leite, de acordo com o Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, os preços recebidos pelos produtores paranaenses aumentaram 9%, conforme levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab. Em 2007, o Brasil, que em 2003 era importador, se firmava como exportador de lácteos. Seguiram dois anos de euforia, quem culminaram com recordes nacionais em 2008.

Mas se a produção que crescia aqui, também aumentava lá fora. Tradicionais exportadores de leite como Europa, Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos e Argentina retomavam a produção. Em meados de 2008, os preços, até então em alta, começavam a recuar, estreitando as margens dos produtores de leite no mundo todo. No auge da crise, no segundo semestre do ano passado, europeus protestaram jogando leite nas ruas, americanos abateram vacas, governos lançaram pacotes milionários para abrandar a crise.

No Brasil, para conter as importações, o governo impôs cotas para o produto vindo da Argentina e do Uruguai e negociou a elevação de 14% para 28% da Tarifa Externa Única (TEC) sobre lácteos importados do Mercosul.

As informações são da Gazeta do Povo/PR, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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DARLANI  PORCARO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/01/2010

0 que está acontecendo é uma verdadeira covardia com o produtor de leite no Brasil , pois , está havendo um estímulo ao produtor para compra de , tanques , ordenhadeiras , sistemas de irrigação e outros materiais usados na ordenha. O que acontece é que a conta aumentou para o produtor, pois a manutenção dessas tecnologias é cara, a mão de obra , além de difícil ficou cara, e o governo não tem política alguma para o setor, ocasionando somente desistímulo pra todos nós.
Moacy Guilherme Botelho Coelho
MOACY GUILHERME BOTELHO COELHO

PINHEIROS - ESPÍRITO SANTO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 06/01/2010

Precisamos de medidas mais severas se quisermos continuar com a atividade no Brasil,pois nos países com maioor incentivo na produção agro pecuária tem um maior poder de neociação,aqui nós temos como auxilio social, (cesta básica),la fora,subsídio para a produção onde gera mais emprego, e automaticamnete menores preços no custo de preodução.

Acredito que, se seguissemos este raciocinio teriamos uma produção mais competitiva, um maior consumo pois estariamos gerando mais emprego na atividade, e com muita certeza, visto este auxílio social com muito mais respeito pela geração do emprego que, como (esmola ou incentivo a preguiça), na forma que esta sendo distribuido. "compra de voto no atacado"! Dinheiro o país tem; tecnologia! temos bastante tecnicos competentes, vontade não falta ao podutor, esta faltando muito uma vontade política para amenizar o sofrimento do produtor de leite Brasileiro.

Moacy Guilherme Botelho Coelho
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