Desde a crise econômico-financeira mundial de 2008, o Brasil perdeu sua posição de exportador de leite e a balança comercial do setor ficou desequilibrada com o avanço da importação do produto. Principalmente o oriundo da Argentina e do Uruguai. Segundo o copresidente da LBR Lácteos Brasil, empresa resultante da junção da Bom Gosto com a LeitBom, Wilson Zanatta, o País pode retomar sua condição, mas há alguns "percalços" a serem superados, como ampliar a assistência técnica e o esclarecimento aos produtores, utilização de insumos adequados e avançar na utilização da tecnologia na cadeia de produção.
"A importação de leite é crescente e se isso continuar pode desestimular o produtor brasileiro", ressaltou hoje o executivo à Agência Estado, após participar do evento "Tá na Mesa", da Federação das Associações Comerciais e de Serviço do Rio Grande do Sul (Federasul).
"O grande medo do setor é desestimular o produtor e aí, só depois disso, correr atrás do prejuízo. O ciclo de recuperação de uma bacia leiteira é muito mais longo do que o ciclo de suínos ou aves, por exemplo. É uma questão do governo nos auxiliar em um equilíbrio da balança do segmento", completou.
Zanatta aguarda um resultado positivo na reunião de representantes do setor privado e do governo brasileiro no próximo dia 28, em Buenos Aires, na Argentina, para discutir a renovação do acordo de limitação voluntária das exportações de leite argentino para o mercado brasileiro. "Apesar de haver o Mercosul, que permite o livre comércio entre os países-membros, a Argentina limitou a entrada de alguns produtos nossos, o que abriu um precedente para outros setores, como o leite", explicou. O resultado da reunião pode ser uma ação de impedir o avanço da importação do produto, o que pode estimular o produtor.
Na sua apresentação na Federasul sobre o futuro do agronegócio brasileiro, o copresidente da LBR afirmou que nos próximos dez anos a demanda por alimentos no mundo vai apresentar um crescimento de 20% e o agronegócio brasileiro tem de estar preparado para acompanhar esse mercado, unindo esforços e se articulando.
"Ainda não somos o celeiro do mundo, temos muito a evoluir. É preciso aumentar a produtividade e aproveitar a área disponível no Brasil para melhorar a rentabilidade do agronegócio", afirmou, citando que soja, milho, celulose, álcool e frango são os setores que têm maior potencial de crescimento.
No segmento de lácteos não é diferente. Segundo ele, o consumo per capita brasileiro é de 160 litros/ano, enquanto no Uruguai e na Argentina, por exemplo, a média já chega a 220 litros/ano. "Precisamos evoluir em lácteos assim como o setor de suínos, frango fizeram e com eficiência. Necessitamos também melhorar a produtividade do rebanho de vacas ordenhadas", lembrou Zanatta.
A matéria é da Agência Estado, adaptada pela Equipe MilkPoint.
Importação crescente de leite pode desestimular produtor nacional
Desde a crise econômico-financeira mundial de 2008, o Brasil perdeu sua posição de exportador de leite e a balança comercial do setor ficou desequilibrada com o avanço da importação do produto. Principalmente o oriundo da Argentina e do Uruguai.
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