IBGE: produção em 2008 tem aumento expressivo de 5,5% frente a 2007

Segundo a Pesquisa de Produção da Pecuária Municipal de 2008 (PPM 2008), divulgada na última quinta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de leite no ano passado foi de 27,57 bilhões de litros, representando um aumento significativo de 5,5% em relação a 2007. Em 20 anos (1988 a 2008), a produção brasileira teve um aumento de 104%.

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Segundo a Pesquisa de Produção da Pecuária Municipal de 2008 (PPM 2008), divulgada na última quinta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de leite no ano passado foi de 27,57 bilhões de litros, representando um aumento significativo de 5,5% em relação a 2007. Em 20 anos (1988 a 2008), a produção brasileira teve um aumento de 104% (Gráfico 1). Os dados da produção de leite, vacas ordenhadas e produtividade de leite, por estado brasileiro em 2008, estão apresentados na Tabela 1.

A produtividade média do rebanho brasileiro, em 2008, foi de 1.277 litros/vaca/ano, embora existam significativas diferenças regionais que variam de um mínimo de 311 litros/vaca/ano, em Roraima, a 2.362 litros/vaca/ano, em Santa Catarina.

Vale notar que a captação nacional de leite formal em 2008, apontada pela Pesquisa Trimestral do Leite divulgada também pelo IBGE, foi de 19,3 bilhões de litros, ou seja, 70% da produção nacional. Em 2007, essa participação foi de 68,5% da produção brasileira, indicando que a informalidade caiu em termos porcentuais no ano passado.

Quanto aos principais estados produtores de leite (Tabela 2), Minas Gerais permanece na primeira posição, com produção anual de 7,7 bilhões de litros em 2008 (5,3% a mais que em 2007). O Rio Grande do Sul manteve-se na segunda posição, com 3,3 bilhões de litros (aumento de 12,6% sobre 2007). A terceira posição passou a ser ocupada por Goiás, com produção de 2,87 bilhões de litros (alta de 8,9% sobre 2007). Com isso, o Paraná passa à quarta posição, com produção em 2008 de 2,83 bilhões de litros (4,7% maior que em 2007). Com produção de 2,13 bilhões de litros (14% a mais que em 2007), Santa Catarina ocupa a quinta posição. São Paulo teve um recuo de 2,93% na produção em 2008, quando comparada a 2007, totalizando 1,58 bilhão de litros e ficando na sexta posição. A Bahia é o sétimo estado de maior produção de leite, com 952 milhões de litros (1,4% a menos que em 2007). Outra mudança ocorreu entre os estados de Pernambuco e Rondônia, com o oitavo lugar ocupado agora por Pernambuco, com produção de 726 milhões de litros (alta de 9,6% sobre 2007). Assim, Rondônia passa a ocupar a nona posição, com 723 milhões de litros, um aumento de 2% em relação a 2007.

O número de vacas ordenhadas teve aumento de 2,3% comparativamente a 2007, segundo a PPM 2008, com 21,6 milhões de cabeças. Os principais municípios nesse item são Jaru (Rondônia), Morrinhos (Goiás) e Ouro Preto do Oeste (Rondônia). A maior quantidade de vacas é ordenhada em Minas Gerais (5,143 milhões de cabeças).

Quanto ao volume de leite produzido, os principais municípios são Castro (Paraná), Patos de Minas (Minas Gerais) e Piracanjuba (Goiás). Em 2007, Patos de Minas e Piracanjuba ocupavam, respectivamente, a sétima e a sexta posições, e em 2008 despontaram como destaques. Outros importantes municípios produtores em anos anteriores, como Pompéu (Minas Gerais) e Marechal Cândido Rondon (Paraná), perderam posições. Entre os vinte principais municípios produtores de leite, dez são mineiros (Tabela 3).

Os altos preços praticados no ano de 2007, em virtude do desabastecimento dos principais produtores mundiais de leite e escassez de estoques, motivaram os produtores a investirem na produção, resultando no aumento significativo do volume em 2008. As indústrias apostaram fortemente na produção de leite em pó - com preços recordes em 2007, alcançando US$ 5.000/tonelada - construindo e ampliando plantas industriais para sua produção. No entanto, com a emergência da crise econômica, aliada ao aumento da produção global, os preços no mercado mundial iniciaram movimento de queda acentuada. Como consequência, os preços internos também sofreram forte reajuste, refletindo em queda de 4,5% na captação formal no primeiro semestre de 2009, quando comparado a 2008.

Gráfico 1. Produção de leite de vaca no Brasil de 1988 a 2008, em milhões de litros.

Figura 1
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Tabela 1. Produção de leite, vacas ordenhadas e produtividade de leite, por estado brasileiro em 2008.

Figura 2
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Tabela 2. Produção leiteira por Estado - variação (%) entre os anos de 2007 e 2008, em mil litros.

Figura 3
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Tabela 3. Os 20 municípios de maior produção leiteira em 2008, em ordem decrescente.

Figura 4


Marlizi M. Moruzzi, Equipe MilkPoint, com dados do IBGE.
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MALU  MAIA - Maria Luzineuza Alves
MALU MAIA - MARIA LUZINEUZA ALVES

MARABÁ - PARÁ - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 25/11/2009

As péssimas estradas vicinais, a baixa produtividade do rebanho e a falta energia elétrica nas propriedades são alguns dos entraves ao incremento da produção do leite no Pará, porém, ainda acredito que com a sensibilização que se tem trabalhado mediante a mudança de cultura deste produtores, para que se adequem a IN51, este cenário deverá mudar, uma vez que, todos que adquiriram os tanques de resfriamentos estão produzindo mais leite, e com melhor qualidade, o problema é que logo que conseguem valorizar o seu produto vem a crise do preço do leite, este Mercado é o grande vilão na vida destes produtores. Ou sejá, aumenta o volume de letie e o preço logo "despenca".

Estive realizando uma pesquisa de mensuração de resultados recentemente em Canaã, Eldorado, Jacundá, etc, e convivi com produtores desmotivados e revoltados com estas empresas que captam seus leite na região, as mesmas chegam para o produtor com pagamento do leite inferior o que o mesmo esperava receber, ou seja, o leite baixou de preço e não foram avisados, portanto meus amigos, para mudar esta realizade de produção de letie no Pará precisamos nos unir mais ainda, para que possamos ter "valor" neste mercado competitivo. Acredito que, com a Organização e União de todos que fazem parte deste setor, um dia mudaremos esta realidade.
Paulo Varela Sendin
PAULO VARELA SENDIN

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/11/2009

Infelizmente as análises são obrigatoriamente feitas a partir dos dados oficiais disponíveis. Neste caso, são os dados da PPM - Produção da Pecuária Municipal.
Para se ter uma idéia da confiabilidade desses dados, basta ver o que o próprio AgriPoint publicou no último dia 18, sob o título:

Audiência pública debaterá erros no Censo Agropecuário:
"Se compararmos dados da PPM e do Censo, que são preparados pelo mesmo órgão, ambos com dados do mesmo ano, ou seja, de 2006, sumiram com 5,2 bilhões de litros de leite, 21% a menos", destacou Kátia Abreu. Essa diferença representa a divergência entre a PPM de 2006, que apontou para produção de 25,3 bilhões de litros de leite; e o Censo 2006, que indicou oferta de 20,1 bilhões de litros de leite. Outra incoerência é o rebanho bovino de 205,9 milhões de cabeças apontado pela PPM e de 171,6 milhões de cabeças indicado pelo Censo, uma diferença de 34,3 milhões de bovinos, em estudos da mesma instituição de pesquisa, criticou a senadora."

Assim, com tanto leite sumindo e com tantas cabeças de gado desaparecendo entre uma metodologia de coleta e outra, fica difícil desenvolver qualquer análise...
Qual a sua dúvida hoje?