Guerra fiscal e concorrência com Mercosul preocupam empresários do setor de laticínios

Com o objetivo de combater a guerra fiscal entre os Estados e a concorrência dos países do Mercosul, a indústria brasileira de lácteos reuniu-se nesta semana, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), onde foram alinhadas as diretrizes do setor que nortearão sua interlocução com o poder público.

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Com o objetivo de combater a guerra fiscal entre os Estados e a concorrência dos países do Mercosul, a indústria brasileira de lácteos reuniu-se nesta semana, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), onde foram alinhadas as diretrizes do setor que nortearão sua interlocução com o poder público.

A reunião é a terceira realizada com o propósito de fortalecer o setor em nível nacional e reuniu representantes dos sindicatos industriais do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

Um dos pontos de maior debate foi a fixação das mesmas alíquotas do ICMS que incide sobre o leite e seus derivados em todos os Estados. As propostas discutidas pelos Sindicatos durante o encontro serão levadas para os secretários da Fazenda de seus respectivos Estados para que sejam defendidas por eles na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), no dia 9 de novembro. O objetivo com isso é igualar as condições de competitividade das empresas no campo fiscal.

"Parabenizo os presentes por reunirem-se e colocar as diferenças de lado para tratar dos males que são comuns a todos", declarou o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, durante a abertura da reunião.

O Paraná levará ao secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, duas propostas. Uma para fixar em 2% a taxação dos produtos lácteos, tanto nas operações interestaduais quanto naquelas dentro do próprio Estado, e outra para zerar as alíquotas. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná (Sindileite-PR), Wilson Thiesen, o encaminhamento deve ser acolhido pelo secretário. "O Hauly é um grande defensor da ideia de harmonizar as alíquotas", diz.

A proposta do Paraná foi defendida também pelos demais participantes da reunião, com exceção de São Paulo, que defende a possibilidade de adquirir leite cru de outros estados, com benefícios fiscais, para industrializá-lo dentro do território paulista, uma vez que o Estado importa dois terços de sua demanda. A posição foi refutada pelos demais participantes.

Outra preocupação dos empresários do setor é a entrada ostensiva de produtos importados, principalmente da Argentina e do Uruguai. Até 2008 o Brasil era um grande exportador de produtos lácteos. Esta situação que se inverteu nos anos seguintes, trouxe prejuízos à indústria nacional. "Não temos condições de competir com os argentinos atualmente, por questões de câmbio, produtividade e por conta do custo Brasil.", afirmou o presidente- executivo do Sindileite/PR Marco Antônio Galassini. Hoje os queijos argentinos correspondem a 20,9% das importações brasileiras de lácteos. "É importante pensar também na questão social, pois as importações têm grande impacto sobre os pequenos produtores.", atentou o presidente do Sindileite Goiás, Ananias Justino.

Para enfrentar a concorrência dos produtos estrangeiros, os representantes da indústria brasileira de lácteos irão marcar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para expor a questão. A ideia é mobilizar as entidades representativas do setor como Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Confederação Nacional da Indústria (CNI), federações estaduais da indústria e da agricultura, além de lideranças empresariais e parlamentares alinhados com o setor produtivo para encampar as demandas do setor.

As informações são da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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José Oton Prata de Castro
JOSÉ OTON PRATA DE CASTRO

DIVINO DAS LARANJEIRAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 30/10/2011

Parabens pela iniciativa dos presidentes dos sindicatos, das federações e todos os demais órgãos envolvidos, não só na produção de leite, mas em todos os setores produtivos. Todavia sou obrigado reconhecer que os senhores estão, literalmente, na contra-mão. Os poderes constituídos de plantão estão interessados única e exclusivamente em aumentar impostos para manutenção do "status quo": compra de votos no atacado, bolsa família, perpetuação do analfabetismo convencional e funcional etc, etc. Querem, sim, muitos alunos matriculados para justificar as elevadas verbas para merenda e transporte escolar, desviadas sem dó e piedade... Chega... José Oton Prata de Castro - Produtor de leite, caprinos e ovinos.
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/10/2011

Prezados Senhores: Avalio esta notícia com muita ressalva. Em primeiro lugar, porque, por conta desta diferenciação de ICMS entre Estados da Federação, alguns laticínios têm se valido deste incidente para "importar" leite de outras Unidades, a preços mais baratos e, por conseguinte, promover uma baixa no preço pago ao produtor local, com evidentes lucros para as indústrias e patente prejuízo aos fornecedores. Em segundo lugar, porque, com relação às importações, a maior parte do volume trazido dos Países do Mercosul é destinada, justamente, aos Laticínios pátrios, que auferem significativo lucro com esta prática. Com isto, acho que o representante paulista foi o único que se manteve cristalino nas posições assumidas e demonstrou o seu real objetivo. Com tudo isto, o produtor de leite brasileiro continua em sua árdua tarefa de "buscar água no cesto de vime".





GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA -MG
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