Guerra fiscal chega ao iogurte e Danone deve subir preços
Os efeitos da guerra fiscal entre os governos tucanos de São Paulo e Minas Gerais chegaram ao mercado de iogurtes. A Danone, líder do segmento, com 37% das vendas nacionais, está estudando de que forma vai reajustar os preços, numa faixa entre 4% e 14%, caso os dois Estados mantenham os decretos que beneficiam os fabricantes locais em detrimento de produtos feitos fora de suas fronteiras.
Publicado por: MilkPoint
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"Não quero pensar em aumento de preço. Mas se não conseguir adiar a aplicação do decreto, terei que parar a produção", diz o presidente da Danone no Brasil, Mariano Lozano. Os iogurtes da Danone saem da fábrica com o preço sugerido ao varejo estampado na embalagem e, segundo Lozano, não haveria tempo hábil de mudar sua política de preços, negociá-la com o varejo e fazer os ajustes na produção para cumprir a nova lei, que entra em vigor na sexta-feira.
Ontem à tarde, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Edmund Klotz, reuniu-se com o secretário da Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi, e propôs o adiamento, por 60 a 90 dias, do decreto 56.855, editado há dez dias. Esse decreto entra em vigor em 1 º de abril e retira o iogurte da cesta básica - ou seja, o ICMS para iogurte sobe de 7% para 18% (para a indústria) e 12% (para o varejo) - no caso de empresas que não produzem no Estado de São Paulo.
É o caso da Danone, que possui fábricas em Minas Gerais e no Ceará, e da Batavo (marca da BRFoods), com produção no Paraná e Pernambuco. O decreto paulista, em tese, beneficia a Nestlé e a Vigor, que produzem iogurte em São Paulo. A Nestlé, que possui cerca de 20% das vendas nacionais de iogurte, informou que não fará reajustes de preços, nem em São Paulo, nem em Minas Gerais - a empresa produz iogurtes e outros derivados de leite nos dois Estados.
O decreto assinado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi editado 63 dias depois de o governador mineiro Antonio Anastasia publicar o decreto 45.515, em 16 de dezembro.
A lei mineira, entre outras medidas, aumentou a tributação para leite UHT (ICMS de 15%), leite fermentado, bebidas lácteas e iogurte (ICMS de 18%), mas manteve a alíquota de ICMS em 7% para produtos feitos em Minas Gerais. A Itambé, por causa do decreto mineiro, cancelou um investimento de R$ 20 milhões que seria feito em Brodósqui (SP), e decidiu ampliar a fábrica de Pará de Minas (MG) - o investimento, neste caso, é de R$ 100 milhões nos próximos dois anos.
O presidente da Danone no Brasil calcula que as empresas que não produzem iogurte em São Paulo, para absorver o impacto do aumento do ICMS de 7% para 18%, teriam que aumentar o preço ao consumidor em 14%. E mesmo aqueles que têm produção em São Paulo teriam, em teoria, que reajustar seus preços em 4%. Lozano estima que 60% dos iogurtes vendidos no mercado paulista venham de fora do Estado. Em Minas Gerais, a Danone é beneficiada, já que tem fábrica em Poços de Caldas. Mas Lozano lamenta o decreto mineiro pois, em sua visão, os regulamentos dos dois Estados brecam um movimento importante de aumento do consumo de iogurtes pela população de menor renda. Desde 2005, quando o iogurte entrou para a cesta básica [com ICMS de 7%], a indústria estava investindo e segurando custos para não elevar os preços, observou.
A matéria é de Cynthia Malta, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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MARINGÁ - PARANÁ
EM 01/04/2011

ALPINÓPOLIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 31/03/2011
nesse Aécio e Anastasia e outros derivados da mídia . Um produto essencial como o leite e seus derivado é inflado com ICMS, os tucanos são contra o consumo do povo. Aí vamos vender nosso produto para quem ? A elite só consome queijos e vinhos europeus.

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 30/03/2011
Para acabar com isso era só isentar o leitec e lácteos do ICMS.
A Leite São Paulo por duas vezes participou de grupos de trabalho na Câmara Setorial de Leite e Derivados de São Paulo (num deles coordenou o grupo ) e a recomendação nas duas vezes foi isentar o leite e lácteois do ICMS, pois isso levaria todos os estados também isentar para colocar seus produtos em São Paulo que consome cerca de 30% do leite e lácteos produzidos no Braisi, acabando com a guerra fiscal, beneficiando a competência permitindo redução de preço aos consumidores, consequentemente aumentando o consumo e contribuindo para a melhor saúde da população. E o onus para a a arrecadação estadual, se houver, sertá muito pequeno face ao benefício que pode proporcionar para os consumidores e para os produtores e a economia do interior.
Mas infelizmente a Secretaria da Fazenda e o Governo do Estado nas duas ocasiões tomaram outras medidas. Quem sabe essa gestão do Governador Alckmin e o novo Secretário da Fazenda analisem a melhor a possibilidade, e concluam que o melhor para São Paulo e para o próprio País e a isenção do ICMS do leite e lácteos, tomando a medida que pode acabar de vez com a guerra fiscal no setor dos lácteos, e que acabará beneficiando a todos.
Marcello de Moura Campos Filho