Governo Bolsonaro tornará mais difícil acordo entre UE e Mercosul, diz Merkel

O tempo está se esgotando para um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta quarta-feira (12), afirmando a parlamentares que o novo governo brasileiro, do presidente eleito Jair Bolsonaro, tornará o tratado mais difícil de ser alcançado.

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O tempo está se esgotando para um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta última quarta-feira (12), afirmando a parlamentares que o novo governo brasileiro, do presidente eleito Jair Bolsonaro, tornará o tratado mais difícil de ser alcançado.

Em encontro com os parlamentares também na quarta, Merkel foi questionada sobre diversos assuntos, como as decisões do encontro do G20, o Brexit e sobre o próximo encontro do Conselho Europeu, nos dias 13 e 14 de dezembro.

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Andreas Nick, deputado do CDU (União Cristã-Democrata), perguntou para Merkel como ela avalia os países da América Latina (também membros do G20), Brasil, Argentina e México. O deputado lembra a chanceler do desafio que o governo argentino enfrenta ao fazer pedido de empréstimo ao FMI. O deputado também pede uma avaliação de Merkel sobre os novos presidentes do Brasil e do México.

"Qual é a chance de uma conclusão do acordo de livre comércio com o Mercosul?", questionou o deputado ao final de sua fala. "O tempo está se esgotando para [o acordo] União Europeia e Mercosul. Deveria acontecer bem rápido, caso contrário, com o novo governo do Brasil, seguramente, não vai ser fácil", complementou. 

Bolsonaro já disse ser mais favorável a negociações bilaterais do que a engajamentos em grupos multilaterais, como no caso do Mercosul. Esse posicionamento também foi defendido pelo futuro superministro da Economia, Paulo Guedes, logo após a vitória de Bolsonaro nas urnas.

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Guedes afirmou que pretende rever a política comercial brasileira, e que o Mercosul não será prioridade. O economista criticou o bloco, que classificou como ideológico, e disse que as relações comerciais são restritas a países “bolivarianos”.

Ainda na resposta ao deputado do CDU, a chanceler alemã disse que enxerga com certa preocupação a decisão do Brasil em não querer sediar a próxima Conferência do Clima. Merkel afirmou também que ainda não teve oportunidade de conversar com o novo presidente mexicano e que a Argentina vem fazendo um trabalho excelente.

Em sentido oposto, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse no encontro que o Mercosul está pronto para fechar um acordo comercial com a União Europeia, que só não foi acertado ainda porque os europeus não querem concordar. "O Mercosul e a União Europeia só não têm um acordo, não é porque o Mercosul não quis, é porque a União Europeia não quis", disse o ministro.

"O Brasil flexibilizou o que podia flexibilizar [...] Flexibilizamos até em detrimento do uns setores aqui internamente."

Segundo o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, o Brasil está empenhado para que o acordo seja concluído, mas é preciso que os dois lados estejam interessados. "Nós atribuímos enorme importância [ao acordo UE-Mercosul]. O ministro Aloysio [Nunes] está pessoalmente empenhado na negociação. Tenho acompanhado todos os temas de maneira muito próxima e estamos dando todos os sinais que Brasil tem vontade e disposição de fechar o acordo, mas os dois lados têm que querer", afirmou Guardia.

As informações são do jornal Folha de São Paulo, adaptadas pela Equipe MilkPoint.

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