GDT: Leite em pó integral tem leve alta, mas lácteos no geral, caem

O leilão de lácteos operado pela plataforma Global Dairy Trade atingiu seu valor mais baixo em mais de um ano, devido aos declínios nos preços do leite em pó desnatado e gordura anidra. O preço médio de todos e produtos e contratos foi de US$ 3.499/tonelada, representando uma redução de 2,1% sobre o valor anterior, sendo esta a sétima queda seguida.

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O leilão de lácteos operado pela plataforma Global Dairy Trade atingiu seu valor mais baixo em mais de um ano, devido aos declínios nos preços do leite em pó desnatado e gordura anidra. O preço médio de todos os produtos e contratos foi de US$ 3.499/tonelada, representando uma redução de 2,1% sobre o valor anterior, sendo esta a sétima queda seguida (veja aqui as razões, apontadas no último leilão).

Apesar da queda nos valores médios, o leite em pó integral (WMP) subiu 1,1% até atingir US$ 3.345/tonelada, ficando acima do leite em pó desnatado (SMP), que caiu 6,2%, cotado a US$ 3.230/tonelada. O WMP é o produto que mais interessa ao Brasil.

Figura 1

A recente desvalorização do real se contrapõe à queda nos preços do leite no mercado externo, no que se refere ao sentido da balança comercial de lácteos: enquanto os preços caem, o dólar se valoriza em relação ao real, melhorando nossa competitividade, que ainda não é suficiente para exportarmos. Resta saber até quando e onde vai esse movimento.

A tabela 1 mostra o preço de equilíbrio para exportarmos, ao passo que a tabela 2 simula o valor de entrada do leite em pó integral proveniente do Mercosul, considerando o novo patamar de câmbio e o valor da tonelada do leilão de 20/9.

Tabela 1: preço máximo a ser pago pelo leite no Brasil, viabilizando exportação, dependendo do preço do leite em pó e do câmbio (em R$/litro)

Figura 2

Tabela 2: preço aproximado do litro de leite que entra no Brasil do Mercosul, em R$

Figura 3
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MANOEL VIANA BEZERRA
MANOEL VIANA BEZERRA

PERNAMBUCO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/09/2011

Nobre, de acordo com os fatores abaixo:


1º: um cenário com perspectiva de no mínimo estabilização a valorização de nossa moeda frente ao U$;


2º: normalmente nossa economia tem melhor desempenho no segundo semestre e a demanda continua firme no varejo/consumo;


3º: início de safra no quarto trimestre no Sudeste/Centro-Oeste;


4º: Importações fortes, sobretudo oriundas da Argentina/Uruguai


5º: Baixos preços de lácteos no mercado internacional e intensificação da crise econômica UE.


Com todos esses fatores acima como você vê o prognóstico de preço para o quarto trimestre?

<b>Caro Manoel</b>:

Caro Manoel,

É complicado traçar um cenário, ainda mais nesse momento de incerteza, com o dólar subindo amplamente nos últimos dias. Se o dólar estacionar nos 1,90 ou 2,00, a entrada de leite de fora já será em muito reduzida e o mercado interno dependerá do ajuste oferta/demanda para se definir.

No sentido da oferta, não vejo espaço para o crescimento significativo no último trimestre. Mesmo assim, nos anos em que cresceu menos, a oferta cresceu entre 5 e 7% de outubro a dezembro, sobre o trimestre anterior. Esse crescimento modesto, aliado a uma redução no ritmo das importações, pode criar uma "aterrisagem suave" nos preços.

Outro aspecto nessa equação é que 2011 está sendo um ano ruim para a indústria como um todo, em função dos preços da matéria-prima. Assim, para a indústria será uma necessidade repassar os preços para o produtor, caso o atacado (que hoje se sustenta) caia, o que normalmente ocorre a partir de outubro/novembro.

No aspecto da demanda, normalmente há pouca flutuação. Alimentos tendem a sentir menos a crise do que outros segmentos da economia, como bens duráveis.

Tudo somado, parece-me que o cenário mais provável é de alguma redução nos preços para a frente, mas, salvo uma elevação não esperada na oferta, acredito que esse movimento será significativo.


Qual a sua dúvida hoje?