G20: Brasil critica paralisação no debate sobre comércio

No último sábado (26) o Brasil criticou no final da cúpula do G20 a paralisação das discussões internacionais em torno da liberalização do comércio. "O único ponto no qual não houve avanço na cúpula foi no comércio e nas negociações da Rodada Doha", afirmou o Ministro da Fazenda Guido Mantega, que representava o país. Ele afirma que, durante almoço com os líderes do grupo, o presidente americano Barack Obama deixou muito claro que não concorda com a aprovação da rodada do jeito que está devido a resistências políticas internas.

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No último sábado (26) o Brasil criticou no final da cúpula do G20 a paralisação das discussões internacionais em torno da liberalização do comércio. "O único ponto no qual não houve avanço na cúpula foi no comércio e nas negociações da Rodada Doha", afirmou o Ministro da Fazenda Guido Mantega, que representava o país. Ele afirma que, durante almoço com os líderes do grupo, o presidente americano Barack Obama deixou muito claro que não concorda com a aprovação da rodada do jeito que está devido a resistências políticas internas.

"Obama fez a proposta de que avancemos também na liberalização dos serviços", disse Mantega. "Respondi que ou obtemos o resultado de uma discussão de nove anos ou introduzimos novas discussões e corremos o risco de não chegar a lugar nenhum." O ministro afirma que, se for para abrir novas discussões, o Brasil voltará à questão da agricultura, na qual os EUA não cederam às exigências dos emergentes de maior abertura. "A questão comercial ficou prejudicada e não conseguimos aprovar nada", disse.

O ministro disse porém que de toda forma tinha poucas esperanças de que a rodada obtivesse avanços significativos. A reunião do G8, na sexta e no sábado, também não mostrou avanços em relação a Doha. Pelo contrário, os países ricos retiraram o compromisso de concluir Doha em 2010.

Mantega declarou também que as posições dos países emergentes foram totalmente contempladas na declaração final da cúpula do G20, em Toronto/Canadá, que deu prioridade ao crescimento e à regulamentação do sistema financeiro. "Os países emergentes foram plenamente contemplados no comunicado, nossas posições estão todas lá", disse o ministro.

A quarta reunião de cúpula do G20 reiterou seu compromisso com a recuperação da economia, que chamou de "desigual e frágil", segundo a declaração final, divulgada ao fim de dois dias de conversações de líderes do G20. "A questão eram as prioridades, nós temíamos que os países desenvolvidos impusessem uma desativação dos estímulos econômicos", avaliou Guido Mantega. "Outra coisa que queríamos era avançar na regulamentação do sistema financeiro, e foi aceito que em Seul (sede da próxima cúpula do G20, em novembro), aprovaremos a regulamentação." A declaração de Toronto "foi aprovada com forte apoio dos Estados Unidos", destacou o ministro.

Segundo a declaração final, a taxa bancária, que os países europeus queriam que fosse aprovada a nível mundial, poderá ser considerada pelos países-membros do grupo como forma de compensar os gastos públicos efetuados por governos para resgatar seus bancos, ameaçados de quebra com o agravamento da crise mundial, no fim de 2008.

A matéria é de Andrea Murta, publicada no Jornal Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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