G-20 agrícola: 'Brasil, a nova fazenda do mundo´
"Brasil, a nova fazenda do mundo". Foi com essa machete de página do jornal francês "Le Monde" que os ministros de Agricultura dos principais países desenvolvidos e emergentes desembarcaram ontem (21), em Paris, para o primeiro "G-20 agrícola", com reuniões hoje (22) e amanhã.
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 3 minutos de leitura
O influente periódico ilustrava a percepção de que "o Brasil será um dos pesos pesados do encontro", diante de sua "irresistível ascensão". Já líder no comércio de açúcar, café, suco de laranja e carnes, o Brasil, estima-se, poderá assumir a liderança do setor "nos próximos dez anos".
Os protagonistas agrícolas chegam à reunião do G-20 divididos sobre como responder às fortes altas dos preços dos alimentos. O comunicado final, como sempre acontece nesse tipo de reunião, deverá deixar de lado as polêmicas. A começar por controle de preços, sem chance de ser aceita por países exportadores.
Tampouco se espera que o G-20 decida pela eliminação de subsídios na produção de biocombustíveis ou no comércio mundial. O Brasil não subsidia o etanol, mas EUA e Canadá, sim - apesar da recente decisão do Senado americano de retirar o apoio, medida que ainda terá de passar por outras aprovações. Para o Brasil, não tem sentido a alegação de algumas organizações multilaterais de que é impossível elevar a produção de biocombustíveis e alimentos ao mesmo tempo. O país acredita estar provando o contrário.
Também não há possibilidade de ir adiante a ideia de proibir os países de aplicarem impostos às exportações, ou mesmo de restringi-los. O texto final trará um acordo apenas sobre a proibição nas exportações "não comerciais ou humanitárias".
Os assessores dos ministros vão começar a negociação final do plano de ação contra a volatilidade dos preços dos alimentos nesta quarta-feira às 8 horas da manhã, e podem se estender até a noite. Os franceses apontam divergências sobre a entrega de dados de estoques por parte de China e Índia, resistência dos britânicos e australianos sobre a regulamentação dos mercados futuros e desencontros sobre a restrição das exportações de alimentos.
Os custos das matérias-primas são o vilão no curto prazo. Mas o Brasil tem insistido que a questão é mais ampla e envolve desde o efeito perverso dos subsídios dos países desenvolvidos, que derrubam os preços e quebram a produção nos países pobres, até a baixa produtividade dessas nações por força de programas de ajuste impostos de fora.
Para se ter uma ideia dos desafios, o rascunho do comunicado dos ministros destacará que, para alimentar uma população mundial de 9,1 bilhões de pessoas em 2050, a produção agrícola precisará crescer 70% no período - quase 100% nos países em desenvolvimento. Isso requer um conjunto de medidas para elevar a produção, a produtividade e a eficiência dos recursos. E o Brasil é central.
Beneficiado pelos altos preços das commodities agrícolas e com candidato à direção geral da FAO, o braço de agricultura e alimentação da ONU, o Brasil sinaliza com planos de ampliar a cooperação agrícola em países africanos. A ideia é desenvolver projetos que garantam uma cesta de alimentos básicos, ao invés de se concentrar em produção destinada à exportação.
"Queremos ampliar a cobertura temática e geográfica da cooperação e ajudar a desenvolver e a diversificar a produção africana, aproveitando nossa experiência em áreas como o Cerrado", disse o embaixador brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo. O representante brasileiro diz que isso ocorre no rastro do êxito da cooperação na melhora da produção de algodão com os quatro grandes produtores africanos - Mali, Benin, Chade e Burkina Faso.
Na sexta-feira, em Roma, nada menos do que cinco ministros brasileiros deverão participar de seminário organizado pelo Itamaraty destinado a países africanos e do Caribe, as vésperas da eleição para a direção-geral da FAO. Os países africanos serão decisivos na eleição. A expectativa é que o candidato brasileiro José Graziano da Silva tenha apoio também na Africa.
A reportagem é do jornal Valor Econômico, adaptada pela Equipe AgriPoint.
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ANHEMBI - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS
EM 01/08/2011

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 27/06/2011

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 24/06/2011
Se o Brasil souber aproveitar sua importancia mundial na produção de alimentos para ganhar força política, estaremos num caminho bem melhor...

BARRA DO BUGRES - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 22/06/2011
PRODUTOR RURAL - em nenhum país desenvolvido e certamente em poucos dos países em desenvolvimento, esses profissionais produzam com tantos riscos de mercado (além de clima, pragas, etc.) e não tenham a devida segurança que se manterão na atividade (ou profissão).
E ainda assim investem e trabalham tão bravamente, como se verifica pela rapidez com que a agropecuária se expandiu (isso aconteceu com mais força há algumas décadas atrás) apesar das dificuldades existentes (de mão de obra, financeiras, etc.), e pelos vários recordes atingidos mesmo sendo o país com a maior diversidade de atividades agrícolas, pecuárias, de pesca e silvícolas exploradas (além de outras assemelhadas como fungicultura, mitilicultura, e outras que poucos conhecem).
TECNOLOGIA - Apesar de nunca existir qualquer "Controle de Preços" sobre estes produtos produzidos pelos países mais desenvolvidos, todo o ramo ligado a agropecuária no Brasil sempre investiu neste item e por isso hoje está no nível que está.
Agora, analisando estes dois pontos:
Em relação ao primeiro, todos tem liberdade e podem decidir como preferem produzir e se serão bravios ou não no que farão (não se importar de "ficar por baixo" não seria digno de um povo...).
Agora quanto ao segundo, deve estar na ponta da língua deles que é desnecessário qualquer controle, apesar de ser a locomotiva do progresso (só isso, na demais claro), estes sequer são considerados produtos de primeira necessidade...
Não deveria ter sido bem por ai o caminho, enquanto estavam no bem bão passavam por cima de tudo, agora que começa a "começar apertar ainda" e ficar caro o que era barato, e o pior é que eles não tem as condições para produzir lá adequadas como nós temos aqui, agora sim querem tirar o primeiro docinho que nós, bebês ainda, começamos a ganhar com todo nosso esforço e sem prejudicar ninguém.
Não seria melhor primeiramente reparar tudo o que foi caro anteriormente, especialmente para quem não tinha como pagar, para depois negociar o que não se pode ter, mas que é essencial.
Ah, ainda tem outros detalhes que devem ser considerados claro, em especial que eles ainda tem recursos por um bom tempo, enquanto nós, míseros produtores de alimento barato não temos e não vamos ganhar sem nosso empenho e esforço de homens bravios, eles pensam que isso seria muito mal para todo o mundo...

CABO FRIO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 22/06/2011

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL
EM 22/06/2011