Forte demanda manterá preços do leite alto nos EUA

Os altos preços dos alimentos animais continuarão afetando o setor pecuário dos Estados Unidos e o setor leiteiro em particular no balanço de 2011 e 2012. O preço médio do milho na estação foi previsto em US$ 5,20-US$ 5,50 por bushel para 2010/2011 e US$ 6 a US$ 7 por bushel em 2011/12. Essa previsão é um aumento com relação às projeções do mês passado. A umidade tem adiado as plantações em importantes partes dos Estados Unidos e poderão, no final, reduzir a área plantada com relação às intenções indicadas anteriormente. As previsões de preços do farelo de soja também aumentaram nesse mês, para US$ 350 a tonelada para 2010/11 e US$ 375 a US$ 405 a tonelada em 2011/12. Os preços da forragem estão aumentando muito e refletem as preocupações com relação às ofertas diante dos padrões climáticos decepcionantes em muitas partes do país. O preço de outros alimentos animais pode afetar os preços da forragem mais nesse ano que no passado recente.

Esse cenário de preços dos alimentos animais deverá impactar no tamanho do rebanho leiteiro nesse ano e no ano que vem. Apesar da previsão de aumento no número de vacas em 2011, o aumento com relação ao ano anterior de 0,7%, para 9,18 milhões de cabeças, é pequeno e segue reduções no rebanho em 2009 e 2010. Em 2012, a previsão é que o rebanho caia um pouco, para 9,16 milhões de cabeças, à medida que os maiores preços da dieta animal impactarão nos retornos dos produtores. A produção de leite por vaca deverá aumentar para 9.663,7 quilos em 2011 e esse é o menor aumento anual em vários anos. No próximo ano, a produção por vaca foi prevista em 9.836,1 quilos, cerca da mesma taxa de 2011 com uma base diária. Os altos preços da dieta animal agirão para limitar os ganhos de produtividade, enquanto a renovação do rebanho, que provavelmente ocorreu no último ano, aumentará no final a produção por vaca. A produção de leite foi projetada em 88,7 bilhões de quilos nesse ano e, apesar do declínio geral no tamanho do rebanho, aumentará para 90 bilhões de quilos em 2012, baseado no aumento esperado da produção por vaca e no dia a mais que terá por ser ano bissexto.

As importações de lácteos deverão ser de 1,5 bilhão de quilos, em uma base leite equivalente em gordura, em 2011. Essa previsão é um pouco maior que a do mês passado, mas continua uma tendência de queda de longo prazo que vem ocorrendo desde o meio da década. A revisão para cima é baseada em maiores importações esperadas de queijos e proteínas do leite. As importações equivalentes em leite em uma base de sólidos desnatados são projetadas em 2,3 bilhões de quilos, também excedendo os totais de 2010. Para 2012, as importações equivalentes em leite foram previstas em 1,45 bilhão de quilos em uma base de gordura; isso representa um ajuste levemente para cima com relação à previsão do mês passado, mas ainda abaixo das previsões de 2011. As importações com base em sólidos desnatados deverão cair para 2,04 bilhões de quilos no ano.

As exportações equivalentes em leite continuam mostrando resistência e deverão totalizar 3,67 bilhões de quilos com base em gordura nesse ano, uma revisão levemente de alta com relação à previsão do mês anterior, apesar de ainda abaixo dos totais de 2010. Em uma base de sólidos desnatados, as exportações estão projetadas em 14,5 bilhões de quilos, revisadas levemente para cima com relação ao mês passado e mantendo os níveis de exportação de 2010. No próximo ano, a previsão é de aumento, para 3,95 bilhões de quilos e 14,65 bilhões de quilos com base em gordura e sólidos desnatados, respectivamente. O dólar fraco e a contínua demanda global por lácteos, especialmente por queijos, apoiam essas previsões. Os preços dos Estados Unidos deverão permanecer abaixo dos preços mundiais, uma situação favorável para as exportações.

A previsão de uso comercial doméstico aumentou nesse ano e no ano que vem. O uso comercial no primeiro trimestre de 2011 para os principais produtos lácteos mostraram aumentos com relação ao primeiro trimestre de 2010. O contínuo, embora lento, crescimento econômico provavelmente sustentará o avanço no uso comercial doméstico. O uso comercial doméstico deverá totalizar 86 bilhões de quilos nesse ano e 87 bilhões de quilos no ano que vem, com base em gordura, e em 76,1 bilhões de quilos em 2011, aumentando para 77,1 bilhões de quilos no próximo ano, com base nos sólidos desnatados.

As projeções de preços dos produtos aumentaram com relação a maio, com previsões de aumentos nos preços de queijos, manteiga, leite em pó desnatado e soro do leite, o que apoia o aumento nas previsões no preço do leite nesse ano e no próximo. O preço do leite foi previsto em US$ 0,4332-US$ 0,4420 por quilo em 2011 e em US$ 0,3913-US$ 0,4134 por quilo em 2012.

As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.