A cooperativa neozelandesa Fonterra Cooperative Group Ltd., maior exportadora mundial de lácteos, quer dobrar as vendas à China, disse Theo Spierings durante sua primeira viagem como diretor executivo da cooperativa à nação asiática, onde em 2008, um escândalo de contaminação do leite acometeu a China.
O mercado de lácteos da China aumentará em valor em mais de 10% por ano nos próximos anos e a Fonterra planeja dobrar as vendas até 2020, disse Spierings. A Fonterra, que é responsável por 40% do comércio global de lácteos, está expandindo na China após o leite contaminado com melamina ter matado pelo menos seis bebês. Uma investigação subsequente do caso levou ao colapso da sócia da Fonterra, Sanlu Group, à prisão de sua ex-presidente, Tian Wenhua, e o aumento nas vendas de leite importado. "O escândalo de alguns anos atrás ficou muito marcado nas mentes dos consumidores chineses", disse o economista de agronegócios do National Australia Bank, Michael Creed.
O consumo de commodities alimentícias, incluindo os lácteos, está crescendo na China, à medida que o crescimento econômico aumenta a renda e impulsiona maiores vendas de alimentos ricos em proteínas. A demanda da China por produtos lácteos neozelandeses no ano passado aumentou em mais de cinco vezes com relação a 2008, para cerca de 353 milhões de quilos, de acordo com a companhia.
"A demanda nesse país está crescendo a taxas de duplo dígito", disse Spierings em uma entrevista. "A oferta também está crescendo na China, mas a oferta não será capaz de suprir a demanda".
As importações da China aumentaram após o escândalo de contaminação do leite. O consumo global de produtos lácteos fluidos poderá aumentar em 30% durante a próxima década, à medida que a classe média se expande na China e na Índia, segundo informações da Tetra Pak.
A companhia concordou com o Governo da região de Yutian, na província de Hebei, em construir uma fazenda de nível internacional, que aumentaria sua produção de leite na China para cerca de 90 milhões de litros por ano, disse a companhia em julho.
Existe outra fazenda em Hebei e uma em Tangshan, que dobrou para mais de 6.000 vacas desde sua abertura em 2007. Atualmente, as duas fazendas estão produzindo matéria-prima para outros fabricantes de lácteos, como a Inner Mongolia Yili Industrial Group Co. e a China Mengniu Dairy Co., disse Spierings.
A Fonterra construirá "um modelo totalmente integrado na China visando ter controle total da cadeia de fornecimento", de forma que a segurança não será um problema, disse Spierings.
Os habitantes urbanos da China consumiram 22,72 quilos de lácteos per capita em 2008, 57% a mais que em 2000, de acordo com o Ministério da Agricultura. A população rural consumiu somente 4,81 quilos per capita em 2008. A demanda da China continuará "ultrapassando sua própria oferta e as importações crescerão", disse Spierings.
A reportagem é do Bloomberg, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Fonterra quer dobrar vendas na China após escândalo de contaminação do leite
O mercado de lácteos da China aumentará em valor em mais de 10% por ano nos próximos anos e a Fonterra planeja dobrar as vendas até 2020, disse Spierings. A Fonterra, que é responsável por 40% do comércio global de lácteos, está expandindo na China após o escândalo da melamina.
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