Fonterra pode cortar em até 13% pagamento para safra 2011/12

A cooperativa neozelandesa Fonterra, maior exportadora mundial de lácteos, poderá cortar o pagamento aos produtores na próxima estação em cerca de 13%, à medida que a moeda neozelandesa se fortalece, disseram os bancos ASB Bank e BNZ.

A companhia pode pagar aos seus 10.500 produtores acionistas US$ 0,4750 por litro de leite para a safra que termina 31 de maio de 2012, disse o economista rural do ASB, James Shortfall. Já o economista de mercados do BNZ, Doug Steel, disse que esse preço poderá cair para US$ 0,4068/kg.

A Nova Zelândia está dependendo das exportações, que representam 30% da economia, para se recuperar do terremoto em Christchurch, ocorrido em fevereiro. Os ganhos no dólar neozelandês têm reduzido os lucros das companhias, que têm custos na moeda local e obtêm receitas em dólares americanos. "Existe o potencial de o dólar neozelandês ser comercializado em cerca de 80 centavos de dólar americano e até mesmo mais no final desse ano, e achamos que isso terá impacto no pagamento", disse Shortfall.

O dólar neozelandês aumentou 6,2% com relação ao dólar dos Estados Unidos nos últimos dois meses, o melhor desempenho entre as 31 principais moedas, de acordo com dados do Bloomberg. A Fonterra é responsável por cerca de um quinto das receitas de exportação da Nova Zelândia.

A Fonterra aumentou sua previsão de pagamento na estação antes das retenções para US$ 0,5362/kg a US$ 0,5417/kg em 22 de fevereiro, citando o aumento dos preços globais dos lácteos. Os preços do leite em pó integral atingiram o valor recorde em 1º de março.

"Os preços se manterão fortes, mas provavelmente nos atuais níveis, ao invés de continuar subindo, de forma que eles precisarão fazer um pagamento comparável ao do ano passado", disse Shortall.

As informações são da Bloomberg, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.