Fonterra planeja lançar comércio de ações entre seus acionistas

A cooperativa de lácteos neozelandesa Fonterra está planejando lançar um comércio de ações entre seus produtores acionistas a partir de novembro desse ano, disse o presidente da cooperativa, Henry van der Heyden.

Em um anúncio feito aos acionistas no final do ano passado, ele disse aos diretores e gerentes que se reuniria com os produtores de leite que detêm ações da cooperativa no final de janeiro e começo de fevereiro para discutir três opções para resolver as preocupações dos acionistas sobre os benefícios legais da posse de ações.

Porém, para o desapontamento de alguns acionistas, não existem indicações de que os líderes da Fonterra voltarão atrás na decisão de comercialização entre os produtores. Ao invés disso, eles parecem ter avançado para encontrar formas de arrumar soluções para as preocupações dos produtores com relação a aspectos técnicos da proposta de comércio de ações, visto que reconheceram a intranquilidade de seus acionistas na reunião anual feita em novembro.

Entretanto, o diretor executivo, Theo Spierings, disse que se os produtores estavam infelizes com a existência de um Fundo de Acionistas da Fonterra após o comércio de ações entre os acionistas ser introduzido, isso poderia ser esclarecido.

Os produtores votaram predominantemente no suporte do conceito de comércio de ações entre acionistas no ano passado, mas muitos hesitaram com o atraso da implementação do comércio de ações. Eles estão particularmente preocupados com a possibilidade de ter de confiar a posse legal das ações em uma "custódia" do Fundo proposto de acionistas, temendo que a medida levaria a uma eventual perda de 100% do controle e posse dos produtores da grande cooperativa.

Spierings disse que as três opções a serem discutidas nesse ano são: manter o estado atual; ter um acordo de custódia, mas com mudanças; transferir a posse legal de volta aos produtores em qualquer projeto futuro de comércio de ações.

Van der Heyden disse que a diretoria se reunirá nesse mês para reconsiderar o comércio de ações entre os acionistas e, então, consultaria o conselho de acionistas.

O diretor do grupo de trabalho do comércio entre acionistas, John Wilson, disse que esse comércio está "em boa forma", mas que ainda precisa ser feito muito trabalho. Espera-se que o conselho tenha uma recomendação para fazer aos acionistas no meio do ano. O conselho precisaria de uma "garantia absoluta" de que 100% da posse e controle dos acionistas seria protegida, disse ele.

Para ajudar a implementar o comércio de ações entre acionistas, serão feitos workshops com os produtores e será dado a eles confiança para lidar com o esquema. Van der Heyden disse que as consultas com o Governo sobre a legislação de permissão para o comércio entre acionistas começariam nesse ano.

Outro empecilho para conseguir introduzir o comércio de ações entre os acionistas tem sido a preocupação de regulamentação sobre como a Fonterra determina o preço do leite. Várias investigações oficiais foram iniciadas sobre sua metodologia de fixação de preços no ano passado, considerando que a companhia determina o preço na Nova Zelândia na ausência de um mercado de leite competitivo e considerando a importância do preço do leite no esquema proposto de comércio de ações.

Os que criticam a capacidade da Fonterra de determinar um preço de mercado pediram por uma comissão independente para resolver isso, mas van der Heyden disse que o preço do leite "precisa ser controlado pelo conselho (da Fonterra)".

A reportagem é do www.stuff.co.nz, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.