FAO: taxação à pecuária pode reduzir impacto ambiental
A pecuária deveria ser taxada para reduzir os estragos ao ambiente causados pela produção de carnes. Polêmica, a proposta da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) afeta grandes exportadores de carnes como o Brasil e pode ser considerada o "contrapeso" do cenário de crescimento contínuo da demanda internacional sinalizado em amplo estudo divulgado na quinta-feira.
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A agência da ONU estima que a produção mundial de carnes dobrará até 2050 para atender a uma demanda que cresce de maneira vertiginosa. E alerta que a elevação constante da produção animal "se traduzirá em enormes pressões sobre a saúde dos ecossistemas, a biodiversidade, os recursos em terras e florestas e na qualidade da água, além de contribuir de maneira significativa para o aquecimento do planeta".
Nesse cenário, a FAO sugere que os governos adotem medidas para reduzir o custo ambiental da expansão da pecuária, e uma dessa medidas poderia ser a imposição de "taxas ou direito de utilização de recursos naturais" pelos pecuaristas, para levá-los a "internalizar os custos dos estragos ambientais causados pela produção animal". Segundo a agência, impor taxações é necessário sobretudo porque "os preços atuais das terras, da água e dos alimentos usados na produção dos rebanhos frequentemente não refletem o verdadeiro valor desses recursos, o que provoca seu excesso de consumo".
A FAO sugere, também, políticas que favoreçam o consumo de carnes suína ou de frango em vez de carne bovina - isso porque são necessárias menos calorias vegetais para produzir uma caloria animal. A FAO, na prática, incorpora uma posição de vários países desenvolvidos nos últimos tempos, que visa a frear a produção de carne bovina. A instituição igualmente defende que os governos estimulem os pecuaristas a melhorarem a alimentação dos rebanhos para reduzir as emissões de metano. Isso poderia ser feito, por exemplo, com mais aditivos.
Para a FAO, todo o custo "externo" deve ser incorporado nas políticas pecuárias "para levar em conta o custo integral da poluição e outros aspectos ambientais negativos". Com isso, acredita o braço da ONU, os produtores serão impelidos "a fazer escolhas de gestões menos custosas para o meio ambiente e para a sociedade como um todo". Por sua vez, os pecuaristas que protegem o ambiente devem ser indenizados através de "benefício imediato" - como ajuda para melhorar a quantidade e qualidade da água, por exemplo.
Se a proposta de taxação avançar junto aos governos, o impacto sobre o Brasil será evidente. O país é o maior exportador mundial de carne bovina, e é brasileira a maior empresa de proteínas do mundo, a JBS.
A matéria é de Assis Moreira, para o jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.
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NITERÓI - RIO DE JANEIRO
EM 01/05/2010
Eu estava prestes a desenvolver um post sobre o assunto, mas após a leitura da carta do Helio Cabral senti que nada mais poderia ser escrito, pois a defesa por ele feita já demonstra d sobre maneira a indignação de todos que de alguma forma estão ligados a agropecuária no Brasil.
Recentemente a candidata Marina esteve nos EUA para um destes showmicios em defesa do meio ambiente, várias estrelas estavam presentes, diretores de cinema, cantores, até mesmo autoridades do governo americano ligadas ao USDA, posando como grande entendida da agropecuária, seria o caso da Marina perguntar se o governo americano vai taxar também seus produtores de carne e em especial os de milho, isto quero ver se o Obhama vai ter coragem de taxar o maior programa alternativo de produção de biocombustível dos EUA. Recentemente li no site do USDA que a produção de milho atingiu a marca de 286 bilhões de toneladas (28 bilhões de bushells) certamente não foi com a mesma área plantada.
Acho que no debate que vier a ocorrer com os nossos presidenciáveis a pergunta sobre esta taxação deve ser feita de forma enfática e clara para não deixar dúvidas nas respostas. Pena que uma pergunta desta importância não vai passar pelo crivo da "censura" dos assessores.
De qualquer forma acho que poderíamos inundar a caixa postal dos presidenciáveis com esta pergunta para saber quem está do lado dos produtores.
Parabéns Helio
Um grande abraço a todos
Ramon Benicio

SÃO FRANCISCO DE SALES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE
EM 23/02/2010
Atenção!!!

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 22/02/2010

ESTUDANTE
EM 22/02/2010
Meus parabens pelos dados apresentados e a otima conclusao. Precisamos sim de mais pessoas com o seu esclarecimento para lutar pelo direito de produzir. Muito obrigado pelo seu esforco.

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS
EM 22/02/2010
5 - As emissões de CO2eq da pecuária nacional não são estatisticamente diferentes das pecuárias intensivas e semi-intensivas de outros países, com a DIFERENÇA QUE ESTAS OUTRAS NÃO TEM SEQUESTRO DE CARBONO PELAS PASTAGENS!
Mas de qualquer forma, se estes "detalhes" não foram ressaltados e deixados bem claros em Copenhague, afirmo que não acredito em má fé por parte dos autores deste trabalho e daqueles que o apresentaram durante a conferencia de mudanças climáticas - Mercedes, Carlos Nobre e Smeraldi, o estudo "Estimativa de emissões recentes de gases de efeito estufa pela pecuária no Brasil" é resultado do trabalho dos especialistas Alexandre de Siqueira Pinto - especialista em ecologia e emissões de GEEs - (UnB), Ana Paula Dutra de Aguiar, Jean Ometto e Karla Longo (Inpe), Laerte Guimarães Ferreira -geologia e monitoramento por satelite - (Universidade Federal de Goiás, UFG), Luís Gustavo Barioni - é o unico agrônomo mas atua em modelagem de sistemas... -(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa) e Peter May (Amigos da Terra - Amazônia Brasileira). -"
E porque os paises desenvolvidos querem impor estas sanções à pecuária? Porque não são competitivos na mesma, principalmente porque não possuem terras!
Suínos e aves eles podem criá-los com a proteina vegetal QUE NÓS PRODUZIMOS ( milho e soja ), NÃO OCUPANDO ASSIM SUAS ESCASSAS TERRAS ( quando as têm ).
Famos aceitar isto placidamente? Vamos continuar fingindo que o problema não é conosco? Vamos continuar achando que só quem vende animais cujo destino final será exportação serão atingidos?
Vamos acordar e começar já um contra-movimento à tudo isto, pois caso contrário nosso "governozinho" que diz amém à tudo que é feito interna e externamente contra o setor agropecuário mais uma vez irá ceder às pressões internacionais e irá pisar com um pouco mais de força em nossos pescoços, afinal, não nos rebelamos contra todas estas indignidades que nos são impostas.
Alguém já o disse com muita propriedade: "Abra mão de um direito e sempre aparecerá alguém para usurpá-lo e exigir mais!"
É isso que desejamos? Sermos tosquiados até nada restar? Porque atentem bem, quando se trata da agropecuária brasileira a intenção internacional é sim, matar a "NOSSA GALINHA DOS OVOS DE OURO"!
Acorda Brasil!
Cordialmente,
Helio Cabral Jr

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS
EM 22/02/2010
Tudo isso junto a partir de certo instante cria um "momentum" próprio, ou seja, se auto-alimenta e impulsiona, quase como que ganhando vida própria independentemente de quem esteja à frente.
Vejam um destaque do citado trabalho: "Assim, é a primeira vez que a chamada "pegada de carbono" de um produto específico, no caso a carne bovina, é calculado. Pegada de carbono é a quantidade de gás-estufa liberada direta ou indiretamente por uma certa atividade. "O interessante desses dados é que eles podem começar a traduzir toda a situação para o consumidor, a dona de casa, o investidor", comentou Smeraldi, que viaja hoje para Copenhague.
"Essa é a diferença de ter números sobre categorias e números sobre produtos: 1 quilo de carne industrializada significa 300 quilos de gás-estufa emitido, e esses 300 kg custam R$ 10 no mercado de carbono. É mais do que o custo da própria carne por quilo no atacado (o kg do dianteiro custa R$ 3,60; do traseiro, R$ 5,90)", disse o especialista.
"Como investidor eu posso raciocinar que, se a carne tivesse que pagar o CO2 que emite, ficaria inviável. Por outro lado, se seguir boas práticas, posso reduzir uma barbaridade essa emissão e vender o CO2 poupado no mercado de emissões por um preço superior ao da carne. Frigorífico pode fazer mais dinheiro vendendo redução de carbono do que vendendo a própria carne."
Apesar de não crer em conspiração, algo de "estranho" ocorreu ao menos no nível midiático, que é como isso chegou à imprensa, não levando em consideração alguns detalhes cruciais ( não posso afirmar que tenha sido assim em Copenhague pois não estava lá, mas foi assim "vazou" ):
1 - A metodologia adotada é a recomendada pelo IPCC e foi calibrada para outros países ( do norte ) e não para o Brasil
2 - Esta metodologia potencialmente superestima e muito as emissões em solos tropicais
3 - Há muitas incertezas no processo ( variabilidade da digestibilidade da dieta ingerida, genética dos animais, etc )
Continua...

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS
EM 22/02/2010
"Arquitetando o Crime do Século Contra a Pecuária Nacional
Isto não é obra dos pecuaristas irlandeses, ou europeus, ou australianos e nem mesmo do MST.
A falida COP-15 em Copenhague foi palco da gestação de um crime a ser perpetrado contra a pecuária nacional, e foi engendrado por brasileiros!
Um grupo de pesquisadores capitaneados pelo Sr. Carlos Nobre, lacaio do IPCC em terras brasileiras, apresentou um "estudo" nas mesas temáticas da conferência sobre o clima, "provando" que 50% das emissões de CO2equivalente do Brasil ( emissões totais de 2,2 bilhões de toneladas ) são causadas pela pecuária!
E vão mais longe ao afirmar que mesmo que zerássemos o desmatamento, ainda assim o Brasil avançaria nas emissões de GEEs ( gases do efeito estufa ) devido aos arrotos e dejeções de nossos bovinos!
Não tivessem nossos heróicos e competentes pecuaristas que lutar contra cartelização de preços por parte de frigoríficos, falta de infra-estrutura de transportes, falta de políticas estáveis a longo prazo para o setor, "burrocracias" recorrentes, ataques de MST's e congêneres ao seu legitimo direito de propriedade, lidar com as mais restritivas leis ambientais do mundo ( as brasileiras e especialmente as mineiras o são ), barreiras comerciais e as ainda mais odiosas barreiras não tributarias à nossa carne, agora terão de lidar com este embrião monstruoso que foi gestado na Dinamarca por brasileiros e que pode crescer exponencialmente da noite para o dia como nos filmes de ficção, atingindo seriamente o nosso sistema pecuário. Para tanto, basta que nossos concorrentes no mercado de carnes ou os mercados locais altamente protecionistas se valham desta "pérola" para nos retaliar quer seja via marketing negativo junto à suas populações e/ou aprovação em seus parlamentos de restrições legais à nossa carne sob alegação de ser danosa ao meio ambiente ou pior, de acusá-la de ser um "grande" contribuinte do aquecimento global antrópico que ameaça o Planeta ( visão com a qual absolutamente não comungamos, bastando ao leitor consultar como referência o link aqui da AGRIPOINT que versa sobre o tema: http://www.beefpoint.com.br/climategate-o-maior-escandalo-climatico-ou-melhor-o-maior-escandalo-cientifico-do-seculo-21_noticia_59077_15_127_.aspx ) .
Não acredito em teorias da conspiração e portanto não creio que haja uma "grande mente criminosa" a tramar contra a pecuária nacional, pois as coisas simplesmente não são assim no mundo real.
Continua...