FAO: setor responde por 4% das emissões de GEE

Segundo relatório da FAO, publicado na última terça-feira (20), o setor lácteo responde por aproximadamente 4% do total de emissões de gases do efeito estufa realizadas pelo homem. Esse valor corresponde a emissões associadas à produção, processamento e transporte de leite, e emissões referentes à produção de carne de animais originários do setor lácteo.

Publicado por: MilkPoint

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Segundo relatório da FAO, publicado na última terça-feira (20), o setor lácteo responde por aproximadamente 4% do total de emissões de gases do efeito estufa realizadas pelo homem. Esse valor corresponde a emissões associadas à produção, processamento e transporte de leite, e emissões referentes à produção de carne de animais originários do setor lácteo.

Considerando apenas a produção, processamento e transporte do leite, ou seja, excluindo a produção de carne, a participação do setor lácteo diminui para 2,7%.

Em 2007, o setor emitiu 1.969 milhões de toneladas de equivalentes em dióxido de carbono (CO2), das quais 1.328 milhões de toneladas foram atribuídas à produção de leite, 151 milhões de toneladas à produção de carne, e 490 milhões de toneladas a bezerros e bezerras originários do setor lácteo, mas que foram criados para corte. A equivalência em dióxido de carbono é uma padronização utilizada para comparar a emissividade de diferentes gases do aquecimento global.

A média mundial de emissão de gases do efeito estufa por quilograma de leite produzido e de produtos lácteos é de 2,4 quilos de equivalente em dióxido de carbono (CO2).

O metano (CH4) é o gás mais impactante na produção de leite, participando de 52% da emissão total de gases tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. O óxido nitroso (N2O) responde por 27% da emissão total de gases em países desenvolvidos e 38% em países em desenvolvimento. O dióxido de carbono (CO2) possui participação maior em países desenvolvidos (21%) do que em países em desenvolvimento (10%).

Gráfico 1. Participação de diversas regiões do mundo em relação à produção de leite e emissão de gases do efeito estufa associada à produção, processamento e transporte.

Figura 1
Fonte: FAO

O relatório da FAO para o setor contemplou a quase totalidade de sistemas de produção de leite, de sistemas extrativistas a sistemas intensivos. Também focou na totalidade da cadeia de produção, incluindo emissões provenientes da produção e transporte dos insumos (fertilizantes, pesticidas e ração animal) utilizados em uma fazenda de leite; associadas ao processamento e embalagem do leite; e transporte do produto para redes de varejo.

"Esse relatório é fundamental para entender e identificar oportunidades para redução do impacto ambiental causado pelo setor lácteo", disse Samuel Jutzi, diretor da divisão de Saúde e Produção Animal da FAO.

O trabalho faz parte de um programa continuado de análise e recomendação de opções para mitigação do aquecimento global. O próximo passo é usar um modelo semelhante para quantificar a emissão de gases do efeito estufa para outros setores de produção animal, como búfalos, aves, pequenos ruminantes e suínos. A eficácia dessas opções para mitigação será em seguida tratadas pela ótica econômica. Um relatório final será publicado em 2011.

Em um relatório de 2006, "Livestock's Long Shadow", a FAO descobriu, utilizando associações entre o ciclo de vida dos animais, que 18% do total da emissão de gases do efeito estufa eram causadas pela produção animal. O relatório final sobre emissão de gases na produção animal utilizará dessas mesmas associações com dados atualizados, e fornecerá informações sobre diferentes sistemas de produção, além de recomendações para agentes do setor.

Patrocinadores do relatório

Como parte da colaboração para reduzir os impactos do aquecimento global, o setor lácteo patrocinou, através da Federação Internacional do Leite (IDF, sigla em inglês) e utilizando-se de fundos da Global Dairy Platform (GDP), o relatório publicado pela FAO.

Os patrocinadores pretendem com o relatório: desvincular o valor de 18% do total da emissão de gases de produção animal, antigamente atribuída exclusivamente ao setor lácteo; cumprir o que foi acordado na Global Agenda for Action, criando um benchmarking para futura comparação de redução de emissões; e cumprimento, por parte da Global Dairy Platform, de um dos quatro itens de uma parceria com a Iniciativa para Agricultura Sustentável (SAI, sigla em inglês).

Os outros três itens dessa iniciativa são: criação de um acordo internacional para que a indústria de lácteos trabalhe em conjunto para mitigar a mudança climática, a Global Dairy Agenda for Action; criação de uma base de dados global com as atividades do setor; e desenvolvimento de uma metodologia padrão para mensuração de gases do efeito estufa emitidos pelo setor.

As informações são da FAO e da Global Dairy Platform, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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