FAO espera novas altas nos preços do alimentos

A forte alta do trigo no mercado internacional em agosto, que puxou a valorização do índice de preços de alimentos da FAO, o braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação, não é o único sinal de pressão do campo sobre as taxas inflacionárias globais. Outras commodities agrícolas continuam em alta, como a soja, e a mesma FAO também já constatou uma expressiva disparada das carnes.

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A forte alta do trigo no mercado internacional em agosto, que puxou a valorização do índice de preços de alimentos da FAO, o braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação, não é o único sinal de pressão do campo sobre as taxas inflacionárias globais. Outras commodities agrícolas continuam em alta, como a soja, e a mesma FAO também já constatou uma expressiva disparada das carnes em geral - o índice específico nesta frente atingiu seu pico em 20 anos, segundo o "Financial Times" -, em boa medida graças à valorização dos grãos usados nas rações.

Tal pressão também deve ocorrer no mercado doméstico. No caso do trigo, por exemplo, os efeitos já são concretos. Segundo a Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib), com o aumento de insumos e serviços será necessário um reajuste de até 9% nos preços de biscoitos e massas. Nas contas da entidade, apenas a farinha de trigo especial, usadas em massas frescas, já subiu 30%.

No segmento de carnes, previu a Brasil Foods na terça-feira, os custos dos grãos que compõem as rações demandadas pela companhia deverão subir de 5% a 7% até o fim do ano.

Como o movimento não é só brasileiro, o índice de preços de alimentos da FAO não deverá ficar imune às valorizações dos produtos do agronegócio. Em agosto, o índice subiu 5% e alcançou o nível mais elevado desde setembro de 2008, embora ainda inferior em 38% ao recorde histórico, de junho daquele ano. Ainda que a "estrela" do aumento tenha sido o trigo, açúcar e oleaginosas - soja entre elas - também foram lembrados como produtos que levaram ao resultado apurado.

Conforme a FAO, a produção global de cereais foi revista para baixo e deverá atingir 2,238 bilhões de toneladas, 41 milhões a menos do que as projeções de junho. A redução se deve essencialmente à quebra do trigo na Rússia, ainda que haja melhoras nos EUA e na China. Os estoques de trigo também vão diminuir 9%, passando a 181 milhões de toneladas.

A matéria é de Fernando Lopes e Assis Moreira, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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