Falta de metodologia para medir resíduos provoca desperdício de leite

O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite (CNPL) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, fez um alerta sobre a falta de metodologia para medir os níveis de resíduos e contaminantes do leite no Brasil. "Tem muito leite sendo desperdiçado porque não é aferida corretamente a quantidade de resíduos e contaminantes na hora em que o produto é captado pela indústria", afirmou. O assunto foi discutido em reunião do Conselho Consultivo da Rede Brasileira de Controle de Laboratórios de Qualidade do Leite (RBQL), nessa terça-feira (19), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.

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O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite (CNPL) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, fez um alerta sobre a falta de metodologia para medir os níveis de resíduos e contaminantes do leite no Brasil. "Tem muito leite sendo desperdiçado porque não é aferida corretamente a quantidade de resíduos e contaminantes na hora em que o produto é captado pela indústria", afirmou. O assunto foi discutido em reunião do Conselho Consultivo da Rede Brasileira de Controle de Laboratórios de Qualidade do Leite (RBQL), nessa terça-feira (19), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.

Segundo Rodrigo Alvim, o Codex Alimentarius, organismo de referência para os critérios de segurança alimentar e comércio mundial, prevê uma tolerância para os níveis de presença de resíduos e contaminantes no leite. Ou seja, a presença dessas substâncias até certo limite não compromete a saúde dos consumidores. O problema, explica Alvim, é que a análise feita pelas indústrias apenas verifica a presença ou não de resíduos e contaminantes, sem especificar a quantidade. Dessa forma, muitos litros são desperdiçados porque as indústrias temem por multas ou pela apreensão de seus produtos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que monitora a presença dessas substâncias nos alimentos.

De acordo com Rodrigo Alvim, que também preside a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite do Mapa, uma reunião deve ocorrer em até 20 dias com o objetivo de preparar uma proposta que vai sugerir ao Mapa a melhor forma de condução do processo que definirá padrões, métodos e técnicas para aferir a quantidade de resíduos e contaminantes no leite.

Novos parâmetros - O início da vigência da última etapa da Instrução Normativa (IN) nº 51 do Mapa, que estabelece os parâmetros de qualidade do leite, também foi assunto da reunião do Conselho Consultivo da RBQL. Recentemente, por meio da IN 32, o ministério prorrogou por seis meses a entrada em vigor dos valores de Contagem de Células Somáticas (CCS) e de Unidades Formadoras de Colônia (UFC), que passariam a valer a partir de 1º de julho deste ano. A IN 32 também criou um Grupo de Trabalho que terá a missão de apresentar, até dezembro deste ano, ao ministro da pasta, Wagner Rossi, um plano com as ações que devem ser feitas e o prazo para que os produtores de leite tenham condições de se adequar aos padrões de qualidade previstos na IN 51.

Pela IN 51, em 2008, os limites de CCS e UFC permitidos em cada mililitro de leite eram de 750 mil. Em 1º de julho deste ano, esses índices deveriam baixar para 400 mil, no caso de CCS, e para 100 mil de UFC. No entanto, com a prorrogação, os novos valores de CCS e UFC só valerão a partir de dezembro de 2011. Mesmo assim, Rodrigo Alvim, afirma que o prazo para que os produtores se adaptem à norma é curto. "Os Estados Unidos levaram 30 anos para baixar de um milhão para 750 mil a CCS por mililitro de leite e no Brasil isso não pode ser feito em apenas três anos porque vai colocar milhares de produtores de leite na ilegalidade", explicou Rodrigo Alvim.

As informações são da CNA, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Kélcio A. Salgado. Lemos
KÉLCIO A. SALGADO. LEMOS

CÁSSIA - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 22/07/2011

Aquí temos problemas com resíduos de antibióticos ditos de descarte zero, dando resultado positivo nos testes rápidos.


Muitas vezes os produtores de leite tem que arcar com prejuísos de seu leite e mesmo a contaminação de todo tanque de transporte.


o laboratório alega que o resultado é qualitativo e que deveria ser feito um teste quantitativo para  estipular o nível  do resíduo. Eles garantem que este estaria em níveis normais de tolerância. A fiscal da Inspeção manda descartar todo leite . Como não há tempo nem tetes rápidos qualitativos para cooperativa so resta a opção de descartar o leite e cobrar o prejuíso do produtor sob pena de perder o SIF. Desta forma é muito bem vinda a proposta por que até então quem paga a conta é o produtor. Temos outro caso de um produtor que com 18 litros contaminou um tanque de 6000 litros; neste caso na impossibilidade do pagamento quem paga a conta é a cooperativa. Ou seja todos os produtores. O entendimento entre ANVISA e MAPA já seria um bom começo
André Alves de Oliveira
ANDRÉ ALVES DE OLIVEIRA

JUNDIAÍ - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/07/2011

Bom dia a todos, trabalho no segmento de lácteos há mais de 20 anos e tenho acompanhado este assunto de resíduos de antibióticos em leite com bastante proximidade e gostaria de deixar aquí a minha opinião sobre o mesmo.


Há um claro problema conceitual sobre o tema, pois existe a confusão sobre a questão legal e de saúde pública se existem violações aos LMR - Limites Máximos de Resíduos- estipulados pelos órgão de orientação e de regulamentação, nacionais e internacionais, se existe um problema de gestão de padrões de qualidade estipulados entre os produtores e a indústria e também se estão claros os procedimentos de "clearence" (eliminação de resíduos abaixo dos valores de LMR), estipulados pelos fabricantes dos medicamentos e seguidos pelos produtores.


Deve ficar claro também que existe uma confusão entre o limite de violação individual de um produtor e o limite de inspeção de lotes, que deve ser baseado em um volume amostral, estabelecido normalmente em milhares de litros de leite, que necessitam de um estudo personalizado para o perfeito entendimento do assunto.


Entendo que o tema não é de entendimento direto, porém o assunto merece ser estudado e discutido publicamente, pois existem muitas dúvidas que já possuem respostas e exemplos que merecem ser compartilhados.
Rodrigo Zambon
RODRIGO ZAMBON

TEUTÔNIA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/07/2011

O problema é que a propria IN 51 não é clara, pois ela não especifica se o leite nao pode ter residuo de antibiotico ou pode ter residuos até os limites estabelecidos pelo codex.
Qual a sua dúvida hoje?