EUA: setor lácteo posiciona-se para ser player global

Tio Sam está chegando, mas terá muito a aprender no que se refere à exportação de lácteos. Foi o que os produtores de leite em todo o país ouviram na última semana. Processadores e/ou traders dos Estados Unidos também terão que melhorar o marketing e se concentrar em mercados globais com alguns produtos, caso pretendam satisfazer a demanda dos consumidores, segundo Goedhart Westers, do Rabobank.

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Tio Sam está chegando, mas terá muito a aprender no que se refere à exportação de lácteos. Foi o que os produtores de leite em todo o país ouviram na última semana.

"A má notícia é que os EUA concorrerão [com a Nova Zelândia] no mercado mundial, mas a boa notícia é que isso somente será nos mercados com preços altos", segundo Goedhart Westers, do Rabobank, informou ao Dairy News.

Processadores e/ou traders dos Estados Unidos também terão que melhorar o marketing e se concentrar em mercados globais com alguns produtos, caso pretendam satisfazer a demanda dos consumidores, disse Westers.

Atualmente, isso não ocorre. "Os EUA são um produtor relativamente eficiente, assim como seus processadores, mas sua rota para o mercado não é. Existem muitos traders envolvidos. Em geral, os processadores não estão em contato com os consumidores finais e, como consequência, eles nem sempre produzem o produto certo para determinada especificação."

A produção de leite em pó 'sem gordura', ao invés de leite em pó desnatado, é um exemplo. "Leite em pó 'sem gordura' se qualifica para a intervenção governamental. Leite em pó desnatado, não. Isso mostra um exemplo."

Em contraste, a dependência da Nova Zelândia das exportações tem desenvolvido um compromisso com clientes e relacionamentos que levaram à elaboração de produtos de alto valor.

Produtores dos EUA são competitivos no mercado de soro, mas essa é uma exceção. "Eles são produtores comoditizados de manteiga, leite em pó 'sem gordura', e um pouco de queijo."

O custo de produção típico de uma fazenda nos EUA ainda é cerca de US$ 0,35/kg, o que representa cerca de US$ 5,33 por kg de MilkSolids (gordura+proteína), segundo Westers. "Esse valor é cerca de 20 a 25% maior em relação à Nova Zelândia, dependendo da taxa de câmbio."

Com o preço ao produtor ao redor de US$ 0,265/kg, muitos têm perdido dinheiro e "lutado para sobreviver. Alguns chegaram a perder US$ 70 por vaca/mês." Com muitos rebanhos tendo mais de mil vacas, "é muito patrimônio sendo perdido."

Dois programas de abate retiraram 175.000 vacas da produção, mas em geral, os programas - que são financiados pelos produtores - têm sido usados como uma saída estratégica rebanhos e/ou fazendas menos eficientes. Consequentemente, o impacto sobre a produção é mínimo. "Somente em agosto a produção caiu 0,3%. Até então, o crescimento vinha ocorrendo mês a mês."

De janeiro de 1998 a agosto de 2009 houve uma média de crescimento de 11,4 milhões de kg de MilkSolids ao mês, tornando a produção dos EUA cerca de 30% da oferta global (considerando somente leite de vaca). Contudo, a demanda doméstica também cresceu, então não mais do que 5-6% da produção dos EUA foi exportada.

Outro programa de descarte tem sido estudado, mas com preços do milho mais baixos, dólar fraco e mercados globais se afirmando, há sinais de que a queda de produção em agosto não deve durar, disse Westers. Além disso, no longo prazo os EUA estão bem posicionados para evoluir a produção e atender à demanda crescente por lácteos, considerando a população mundial em crescimento.

A matéria é de Andrew Swallow, para o Dairy News, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
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