EUA: reforma política poderá prejudicar exportações de lácteos

O esboço de legislação designada a criar mais estabilidade na indústria de lácteos dos Estados Unidos poderá prejudicar as exportações e ameaçar empregos, disseram os processadores de lácteos do país. A presidente da Associação Internacional de Alimentos Lácteos (IDFA, sigla em inglês), Connie Tipton, comentou sobre o esboço de legislação sobre a reforma no setor leiteiro circulado pelo congressista Collin Peterson, que é membro do Comitê de Agricultura do Congresso norte-americano.

A proposta de Peterson é baseada em um plano da Federação Nacional de Produtores de Leite (NMPF) chamado "Fundação para o Futuro" e inclui um programa de estabilização que imporia limites à produção de leite dos Estados Unidos durante os períodos de margens baixas (os produtores não receberiam pagamento pelo leite distribuído acima dos níveis combinados). Isso é designado a alertar os produtores sobre os desequilíbrios de mercado que prejudicam as margens e estimulá-los a ajustar a produção de leite de acordo com isso.

O documento de Peterson também propõe um esquema de proteção de margens pelo qual um suporte federal seria desencadeado quando a margem relacionada aos custos médios dos alimentos animais nos Estados Unidos e os preços do leite caírem abaixo de níveis pré-determinados.

A parte final da proposta pede por uma simplificação do atual sistema no qual o leite é classificado dentro de uma em quatro categorias de preços dependendo de onde se encaixa (1- leite engarrafado; 2- sorvete; 3- iogurte, queijo cottage; queijos; e 4-manteiga e leite em pó desnatado). Peterson propôs apenas duas categorias: leite engarrafado e todo o resto.

Porém, Tipton, da IDFA, que representa os processadores de lácteos, disse que as propostas "claramente levariam a indústria de lácteos para a direção errada" e prejudicariam as exportações dos Estados Unidos. "Em um momento em que o mundo precisa de alimentos e está demandando mais produtos lácteos, faz pouco sentido para nosso Governo impor limites à produção de leite. O problema não é pouca regulamentação, é muita", disse ela.

Em um documento publicado no final de maio examinando o esquema de estabilização do mercado de lácteo, o vice-presidente e economista chefe da IDFA, Bob Yonkers, disse que as políticas que tentam controlar a volatilidade "limitariam o crescimento da indústria e reduziriam as exportações de lácteos custando milhares de empregos nos Estados Unidos".

Além disso, a incapacidade dos exportadores de lácteos dos Estados Unidos confiáveis e consistentes encorajaria as nações exportadoras a buscar outros locais, potencialmente causando uma redução de longo prazo nas exportações de lácteos, alertou ele.

Atualmente, o Programa de Suporte aos Preços dos Lácteos (DPPSP) permite que o Governo compre produtos lácteos e os estoquem para venda futura, enquanto o Programa de Perda de Receita em Contratos de Leite (MILC) compensa os produtores quando os preços domésticos caem abaixo de um nível especificado. Entretanto, esses esquemas falharam em fornecer a segurança que os produtores precisavam, disse Peterson. "Como visto em 2009, quando os preços estavam altos, mas as margens baixas, o MILC não forneceu uma rede adequada de segurança aos produtores. Essas reformas forneceriam uma rede de segurança baseada na proteção de margem ao invés do preço, economizando dinheiro dos pagadores de impostos, oferecendo proteção aos produtores, criando estabilidade e inspirando crescimento. Precisamos agir antes da próxima lei agrícola Se tivermos outra crise no setor de lácteos como tivemos em 2009, poderemos perder metade de nossas fazendas leiteiras".

As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.