EUA: produtores preocupados com importações da NZ

Os produtores de leite dos Estados Unidos estão pedindo proteção de seus colegas da Nova Zelândia à medida que negociadores do Governo de Barack Obama começaram a conversar sobre um acordo regional na Austrália nessa semana.

A Nova Zelândia representa quase 25% das exportações globais de lácteos, de acordo com o Rabobank International. Os produtores de leite dos Estados Unidos estão preocupados que o aumento das relações comerciais com a Ásia e Oceania possa resultar em uma entrada de grande quantidade de produtos lácteos de baixo custo no mercado norte-americano, reduzindo preços pagos aos produtores locais.

No ano passado, o representante comercial dos Estados Unidos, Ron Kirk, anunciou que o país começaria as negociações para maior abertura de mercados na região da Ásia e Oceania. As negociações no Acordo de Sociedade Trans-Pacífico, que estavam programadas para começar na última segunda-feira (16), incluirão Austrália, Chile, Brunei, Nova Zelândia, Peru, Vietnã e Cingapura.

Nos últimos meses, as indústrias de alimentos e agricultura dos Estados Unidos têm levantado preocupações de que as negociações do Trans-Pacífico possam resultar em mais importações da região, gerando prejuízo aos produtores rurais norte-americanos.

Recentes análises feitas pela Federação Nacional de Produtores de Leite dos Estados Unidos (NMPF, da sigla em inglês), concluíram que importações adicionais de lácteos da Nova Zelândia resultariam em perdas cumulativas aos produtores de leite dos Estados Unidos de US$ 20 bilhões na receita em 10 anos.

A indústria de lácteos norte-americana tem mobilizado membros ao Congresso para fazer lobby a seu favor. Quase 50 legisladores assinaram uma carta a Kirk pedindo que o comércio de lácteos seja excluído das negociações comerciais.

As informações são do The Wall Street Journal Asia, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.