Especialista aponta erro na fiscalização do queijo mineiro
As barreiras sanitárias que impedem a venda do queijo mineiro em outros estados só serão quebradas se a legislação mudar seu foco do produto final para a matéria-prima. Segundo o zootecnista e especialista na produção de queijo, Mário Augusto Passos de Paula, consultor que trabalhou no ordenamento do setor queijeiro em Portugal e na França, as regras sanitárias em todo o mundo estão centradas na qualidade do leite e dos demais insumos, sendo que a comercialização é livre.
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"Atualmente, a legislação impede o comércio do queijo mineiro além das fronteiras do Estado, uma vez que o queijo só pode ser vendido depois de um processo de maturação de 60 dias nos entrepostos de Minas", disse. Passos de Paula participou ontem de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Alemg-MG), que debateu as leis estadual e federal para o setor.
Ainda segundo o pesquisador, "esta realidade, que barra a expansão dos negócios com o queijo no Estado, seria facilmente solucionada se a matéria-prima, ou seja, o leite com o qual o queijo é feito, fosse bem fiscalizado pelo órgão sanitaristas do Estado". "O problema não é o queijo, mas a falta de fiscalização sobre o leite", afirmou.
Para o deputado, Antônio Carlos Arantes (PSC), que presidiu a reunião, os critérios legais para a comercialização do queijo extrapolam os cuidados com a saúde e, para a importação de queijos de outros países, as exigências seriam mais brandas.
"Se o queijo não faz mal para o mineiro, não fará mal para os outros brasileiros", disse o deputado. Durante a audiência, os produtores pediram a mudança do Sistema de Inspeção Federal (SIF), instituído em 1952, que proíbe a venda do produto fora de Minas Gerais. Em Minas Gerais, são cerca de 30 mil produtores de queijo. Deste total, apenas 300 estão cadastrados no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
"Fora de Minas, o queijo meia cura, que segue uma receita tradicional das regiões da Serra da Canastra, Serro, Araxá, Cerrados e Vertentes, produzido com leite cru, não pode ser vendido. Isso porque o código de 1952 diz que todo queijo produzido no Brasil deve ter por base para sua produção o leite pasteurizado. Isso é um exagero", disse Carlos Arantes.
Ao mesmo tempo que esses queijos mineiros não podem ser vendidos nos supermercados de outros estados brasileiros, um similar francês consegue entrar sem problemas no Brasil, já que a lei aceita a certificação de um instituto equivalente na França.
Há importados que podem custar acima de R$ 300 o quilo. "A legislação atual é baseada em infraestrutura das instalações", afirma Passos de Paula. "O que os produtores devem reivindicar é uma legislação baseada em boas práticas. A liberação de comércio fora do estado representaria aumento de mercado e geração de renda. A partir do momento que ele começar a ser comercializado fora, vai ganhar mais valor", concluiu o especialista.
A matéria é de Izamara Arcanjo - Hoje em Dia, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 21/11/2011
Só para constar, aqui no RS foi diagnosticado no abatedouro lesões em suínos de Mycobacterium Bovis, suínos estes alimentados com soro de leite, resíduo de produção de queijos sem pasteurização... Beleza, os queijos podem não estragar, nem transmitir tuberculose se forem de longa maturação, mas o MAPA não pode autorizar a produção de um queijo sem controle do status sanitário do rebanho!
Além disso, vale lembrar que para fornecimento de soro para suínos, é obrigatório um processamento térmico que inative vírus da PSC, mas isto já é uma outra história...
Um abraço

CORONEL XAVIER CHAVES - MINAS GERAIS
EM 19/11/2011

CURITIBA - PARANÁ - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA
EM 17/11/2011
Em primeiro lugar , me entristece vêr o Queijo Minas Frescal, estar desaparecendo dos mercados. se vende ricota e outras coisas menos Minas Frescal. Ninguém se levanta.
Mas o assunto é outro. Em princípio não comungo muito com a expressão artesanal.
A denominação se prende mais a Trabalhos Manuais.
Entretanto , Minas Gerais, é o bêrço do que melhor nos já fizemos em lácteos, especialmente Queijos e Dôce de Leite.
Também não concordo que o que é bom para o vizinho , tem que a mim apetecer.
A cozinha mineira, e sua queijaria, foi fundada na base de TALENTOS.Enquanto talentos, tudo bem, mas depois se derivou e passou ao domínio de outros.
Os sem TALENTO, sem vacas e sem Leite se uniram aos atravessadores.Tutelaram grupos de pequenos produtores e, passaram a "elaborar" ditos artezanais.
Como sabemos ainda hoje , há autoridades que não se vezam em consumir produtos,sem as mínimas condições sanitárias. Come e não morre, todos devem comer.
Sabemos que científicamente a letalidade varia de indivíduo para indivíduo.
Mas na verdade o momento exige reflexão. Quem realmente está perdendo? Perdem os verdadeiros TALENTOS, que deixaram de nos brindar com bons produtos. Isto por que, não lhes damos a devida assistência. Dizemos que são poucos. Como tal não são economicamente viáveis. Enquanto isso na Itália vemos funcionar o Sistema de Consórcios integrados. A estes consórcios estão agregados aqueles que aqui nomeamos como" os poucos."
Premiasse então aquí a informalidade e os atravessadores e, se vende gato por lebre.
Enquanto isso se morre de toxiinfecções por alimentos e nossos talentosos produtores são vergonhosamente explorados.
Atenção defensores da informilidade: Os que vos conhecem, não esquecem jamais.......

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA
EM 17/11/2011
O perigo deste tipo de queijo está nas intoxicações e toxi-infecções alimentares, principalmente aquelas causadas por Staphylococcus aureus e Salmonelas. As Salmonelas são mais comuns nos queijos frescos, e são muito patogênicas. Os S. aureus são mais comuns nos queijos curados, causando também intoxicações que podem levar a graves desidratações.Ambas as patologias podem exigir internações hospitalares.
Quanto à legislação acho que está totalmente ultrapassada, pois como disse o próprio Mário, não tem nenhum sentido em proibir que os queijos saiam do Estado de Minas para outros da Federação.
Estou também de pleno acordo com ele, quando diz que o que se tem que olhar é a boa qualidade do leite. Acrescentaria, no entanto, uma boa saúde do rebanho, principalmente no que tange à Tuberculose, zoonose comum nos rebanhos leiteiros e às mastites - principais focos de Staphylococcus aureus presentes nos leites crus.
Outro ítem que julgo de importânca é aquele referente às instalações para a fabricação dos queijos e normas de higiene pessoal e atestado de saúde dos queijeiros.
Atenciosamente,
Fernando Melgaço