O último relatório de produção de leite publicado pelo Fundo Espanhol de Garantia Agrícola (FEGA) mostra que, em 2022, desapareceram 789 fazendas: 66 fazendas fecham por mês, mais de 2 fazendas por dia. Esse fechamento de fazendas é acompanhado por uma queda sem precedentes na produção.
Nos dois primeiros meses de 2023, as entregas acumuladas caíram 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2022, as entregas foram de 7,32 milhões de toneladas contra 7,48 milhões de toneladas em 2021, o que representa uma queda de 2,11%.
A Unión de Uniones critica que os aumentos de preços tenham sido feitos tarde demais, quando a falta de leite ficou evidente e começaram a ocorrer problemas de abastecimento em algumas gôndolas. A entidade destaca que os custos de produção dos pecuaristas leiteiros continuam elevados.
A isto se soma ainda este ano uma grande preocupação, a seca e as geadas sofridas no início de abril, que irão reduzir consideravelmente a colheita e a alimentação disponível para o gado. “A ervilhaca praticamente se perdeu com as geadas de abril e a produção de forragem deve ser muito reduzida devido à falta de água”, lamenta a organização.
A entidade alerta que, se houver queda de preços, será desencadeada uma situação de perda de bens, leite e, pior de tudo, soberania alimentar. Nesta situação, muitos produtores rurais decidiram abater seus animais para produção de carne e abandonar a produção de leite.
De fato, segundo dados do Ministério, em março de 2023 havia 25.642 vacas a menos que no mesmo mês do ano passado, continuando a redução progressiva do censo que foi forçada pela situação de altos custos e preços insuficientes do leite.
Da mesma forma, a Unión de Uniones solicita à administração competente o controle da rastreabilidade do leite e exige um controle exaustivo da rotulagem de origem dos produtos lácteos.
Finalmente, a Unión de Uniones lembra a todos os produtores a obrigação que a indústria tem de apresentar a oferta de contrato um mês antes da finalização ou coleta do leite, infringindo a lei caso não o faça. A entidade recomenda que as fazendas não assinem em data anterior, mas sim indiquem a data em que a oferta foi entregue e denunciem essa situação à Agência de Informação e Controle de Alimentos (AICA) para que, ao menos, haja comprovação do reiterado descumprimento de algumas leis industriais.
As informações são do Agrodigital, traduzidas pela Equipe MilkPoint.