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Escassez de baunilha aflige produtores de sorvetes

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 25/08/2017

4 MIN DE LEITURA

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baunilha de Madagascar Estará o seu sorvete artesanal de baunilha ameaçado? Uma alta no preço das favas de baunilha depois que um ciclone atingiu este ano Madagascar, o maior produtor do mundo, deixou os fabricantes de alimentos com dificuldades para garantir os suprimentos do extrato aromatizante.

A baunilha, que também é usada no chocolate, bolos e bebidas, é um dos condimentos mais conhecidos no mundo. Este ano, as favas atingiram o patamar recorde de mais de US$ 600 o quilo e embora algumas grandes empresas tenham repassado os custos para os consumidores, a Oddono, rede de sorvetes sofisticados de Londres, retirou a baunilha do cardápio. "É inacreditável", diz Charlie Thuillier, fundador e diretor-gerente da Oppo, a companhia do Reino Unido que supostamente produz um tipo mais saudável de sorvetes a partir de óleo de coco virgem e folhas de stevia.

Após o ciclone, o fornecedor de baunilha da Oppo aumentou o preço em mais de dez vezes, dobrando os custos de produção do sorvete de baunilha mascaxe e baobab da Oppo. O ciclone Enawo desalojou quase 5 mil pessoas ao atingir a costa dessa ilha do sudeste da África em março. O impacto irradiado mostra o risco que é ser dependente de um único país para qualquer commodity.

Os preços da baunilha, que não é negociada em bolsa, já vinham subindo há vários anos, depois que grandes empresas prometeram parar de usar aromatizantes sintéticos. O ciclone ocorreu no momento em que a formação especulativa de estoques por intermediários locais já apertava o mercado.

Negociantes afirmam que os preços retornaram aos níveis pré-crise de cerca de US$ 500 o quilo, mas a oferta continua limitada. A Oppo diversificou fornecedores e fez experiências com seu produto de baunilha para evitar um aumento dos preços. "Como temos outros sabores, podemos diluir o aumento dos custos", diz Thuillier.

Os fãs dos sorvetes da Oddono não têm tido tanta sorte. A rede de Londres interrompeu a produção da linha de baunilha, citando "escassez sem precedentes" de favas. Os clientes vêm sendo informados que o sabor poderá ser restabelecido assim que a safra de favas de 2017 estiver disponível.

Grandes companhias de alimentos também foram afetadas. A Nestlé diz que administra a volatilidade dos custos dos ingredientes via "estratégias adaptadas de compras, economias de custos, inovação e, como última opção, aumento dos preços". Este ano, os preços dos sorvetes Mövenpick no mercado doméstico do grupo suíço aumentaram 2,5%. Do outro lado do Atlântico, a JP Licks afirma ter conseguido evitar a alta dos preços. "Nosso fornecedor nos alertou e pudemos comprar baunilha a preços do ano passado", diz o fundador Vince Petryk.

A rede de sorveterias de Boston comprou mais de 200 galões de extrato de baunilha de Madagascar no segundo trimestre e está suprida até o ano que vem. Mas na Califórnia, a Mother Moo Creamery and Marketplace está prestes a ficar sem baunilha orgânica.

Karen Klemens, a dona da empresa, diz que os fabricantes pararam de oferecer a baunilha natural de que a Mother Moo depende e ela está considerando a possibilidade de trocar o produto por uma mistura de gêneros alimentícios e extrato puro. "O aromatizante baunilha ainda é um dos maiores custos do sorvete de baunilha", diz Klemens.

Mas nem todos os consumidores do produto estão de mãos amarradas. Só 1% do aromatizante de baunilha usado nos alimentos e cosméticos vem das favas. A vanilina, a molécula aromatizante encontrada nas favas de baunilha, também pode ser sintetizada do petróleo, alcatrão mineral e madeira, além de alimentos como o farelo de arroz e o óleo de cravo.

Mais companhias estão recorrendo ao aromatizante de baunilha feito de fontes não alimentícias, que representam a maior parte da oferta mundial. E até mesmo esse mercado sentiu as consequências da crise em Madagascar, com a demanda crescendo diante dos altos preços das favas.

Um punhado de outros países, como Indonésia, México, Papua Nova Guiné e Ilhas Comoro, também são fornecedores. Mas eles não estão conseguindo compensar o declínio do maior produtor mundial, que responde por cerca de metade da produção total. Enquanto isso, os comerciantes de favas de baunilha mantêm os estoques baixos, comprando somente quando necessário. "Isso já aconteceu antes", diz David van der Walde, diretor da Aust & Hachmann, uma importadora de alimentos do Canadá.

Os preços deram um salto em 2003, mas em seguida caíram, deixando empresas e negociantes com grandes estoques e pesadas perdas, diz ele. "Não vamos manter muito estoque. Quando compro de Madagascar, me certifico de que haverá um comprador na outra ponta".

Os produtores de favas de baunilha estão respondendo aos preços mais altos plantando mais, mas leva tempo para a planta crescer, de modo que a produção não aumentará imediatamente.

Para os fabricantes de alimentos, isso significa uma longa espera. "Acreditamos que o mercado demorará de três a quatro anos para retornar aos patamares sustentáveis de US$ 100 - US$ 150 o quilo", diz Tim McCollum, fundador da Madécasse & Vanilla, do Brooklin, em Nova York.

Em Madagascar, a alta dos preços tem um lado positivo. Pela primeira vez em suas vidas, os plantadores de baunilha estão ganhando dinheiro suficiente para erguer suas casas de cimento, em vez das palmeiras locais, e podem também matricular os filhos no ensino fundamental. "Os produtos de baunilha de Madagascar veem este como o melhor mercado dos últimos tempos", diz McCollum.

As informações são do jornal Valor Econômico.

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