Enquete: projeto na BA é votado como mais competitivo

A enquete realizada pelo MilkPoint entre os dias 12 a 29 de novembro avaliou a opinião dos leitores sobre a competitividade de dois diferentes sistemas de produção de leite. Foi perguntado: "Você acha que o projeto dos neozelandeses na Bahia tende a ser mais ou menos competitivo em comparação ao confinamento total no Sudeste/Centro-Oeste? Explique sua resposta." A maioria dos leitores (68%) que responderam à enquete, acreditam que o sistema neozenlandês - baseado na produção a pasto - seja mais competitivo em relação ao sistema de confinamento total.

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A enquete realizada pelo MilkPoint entre os dias 12 a 29 de novembro avaliou a opinião dos leitores sobre a competitividade de dois diferentes sistemas de produção de leite. Foi perguntado: "Você acha que o projeto dos neozelandeses na Bahia tende a ser mais ou menos competitivo em comparação ao confinamento total no Sudeste/Centro-Oeste? Explique sua resposta."

A maioria dos leitores (68%) que responderam à enquete, acreditam que o sistema neozenlandês - baseado na produção a pasto - seja mais competitivo em relação ao sistema de confinamento total. Cerca de 17,3% dos participantes responderam que o projeto neozelandês tende a ser menos competitivo. A porcentagem de participantes que não sabem responder sobre qual sistema é mais competitivo, ficou em 8%. Por fim, a opinião de que os sistemas têm competitividade equivalente ficou com apenas 6,7% dos votos.

Figura 1

Projeto neozelandês tende a ser mais competitivo

Das 75 pessoas que responderam à enquete, 68% acreditam que o projeto dos neozelandeses na Bahia tende a ser mais competitivo em comparação ao confinamento total no Sudeste/Centro-Oeste.

Na opinião de André Gonçalves Andrade, de Rolim de Moura/RO, "o molde de produzir leite em um sistema tropical, com animais de raças definidas para um volume de sólidos maior, e com alimentação a custos menores, certamente farão diferença. Talvez não a curto prazo. Mas certamente no médio e no longo prazo, onde teremos que ser atores no mercado internacional e não somente no promissor mercado interno".

Para Paulo Cesar Hardoim, de Minas Gerais, a produção de leite a pasto sempre será mais competitiva que o sistema convencional. No entanto, ele afirma que "é necessário resolver o problema de conforto para os animais".

Darlani Porcaro, produtor em Muriaé/MG, acredita que com vacas rústicas, pastos rotativos - com capins específicos e irrigados -, e principalmente, com a venda dos produtos em embalagens próprias da fazenda, os custos diminuirão, possibilitando um lucro maior. Roberto Trigo Pires de Mesquita, de Itupeva/SP, compartilha da opinião do Darlani, acreditando que "os investimentos totais estejam próximos, mas o custo de produção deve ser significativamente menor no projeto dos neozelandeses. Além disso, o valor agregado ao leite pelo processamento na própria fazenda deve gerar um plus na remuneração do leite cru produzido na Bahia".

Segundo Antônio Carlos Ribeiro Lima II, de Montes Claros/MG, "os sistemas de confinamento total no sudeste e centro-oeste apresentam maior dependência de insumos como soja, milho, entre outros, aumentando assim os custos de produção. O projeto neozelandês na Bahia tem menor dependência desses fatores, diminuindo o custo com a dieta".

Também compartilham da opinião de que o projeto noezelandês tende a ser mais competitivo em relação ao confinamento total: Laércio Barbosa, diretor comercial do Laticínios Jussara; Luiz Prata Girao, do Laticínios Betania; Fernando Campos Mendonça, da Embrapa Pecuária Sudeste; e Marcelo de Rezende, da Cooperideal.

Segundo Craig Bell, diretor executivo e um dos sócios da Leitíssimo, o projeto tende a ser mais competitivo pelo fato de ser bem mais eficiente em termos de mão de obra e custo de alimento que um sistema de confinamento total.

Projeto neozelandês tende a ser menos competitivo

Do total de pessoas que participaram da enquete, 17,33% acreditam que o projeto dos neozelandeses na Bahia tende a ser menos competitivo em comparação ao confinamento total no Sudeste/Centro-Oeste.

Guilherme Alves de Mello Franco, produtor em Juiz de Fora/MG, acredita que com a baixa produção dos animais e o gasto elevado de implantação, o sistema entre em colapso ou demande longos anos para se pagar. "Com o volume de dinheiro empregado, eles poderiam confinar um terço das vacas e com muito maior produção, sendo, assim, muito mais lucrativo".

Harry van der Vliet, produtor de leite na Bahia, conta que visitou um projeto semelhante na Bahia e ficou impressionado com os quero-quero procurando a sombra dos canos dos pivôs. Ele questiona, "onde fica o bem estar das vacas em produção e do resto do rebanho?"

Rogerio Fabio Varela de Oliveira, produtor em Natal/RN; Roelof H. Rabbers, consultor em Castro/PR; Sandro Magno de M. Potenciano, produtor em Bela Vista de Goiás/GO; Paulo Lara Castanheira, produtor em Porto Alegre/RS, também acreditam que o projeto dos neozelandeses na Bahia tende a ser menos competitivo em comparação ao confinamento total.

Não souberam opinar sobre a competitividade entre os dois sistemas

Somando 8,0% dos votos, 6 participantes não souberam dizer qual dos dois sistemas tende a ser mais competitivo.

Segundo Antônio José Arantes Meirelles, de Cruzília/MG, é preciso saber qual o objetivo desta competitividade. Será na rentabilidade, produção ou produtividade? "Se for rentabilidade, deverá ser maior, se for produtividade poderá ser equivalente, e se for produção poderá ser menor. Ainda, considera-se toda a atividade leiteira ou somente a produção leiteira?"

Gibson Jean Silva Santos, de Senhor do Bonfim/BA, acredita que todo projeto, para ser competitivo, deve apresentar menor custo em relação a outro. "Hoje no Brasil o que mais se ouve são produtores de leite reclamando da atividade, e os neozelandeses chegam na Bahia e instalam um mega projeto de produção de leite; portanto, se eles se instalaram aqui na Bahia, alguma vantagem obtiveram.

Os dois sistemas devem ser equivalentes em competitividade

Por fim, somente 6,67% dos participantes da enquete acreditam que o projeto dos neozelandeses na Bahia tende a ter a mesma competitividade em comparação ao confinamento total no Sudeste/Centro-Oeste.

Estão de acordo com essa alternativa Marco Aurélio Weyne, de Brasília/DF; Ricardo André Pernlochner, de Treze Tílias/SC; e Overland Amaral Costa, de Aracaju/SE.

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É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre o assunto.
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Murilo Afonso da Silva
MURILO AFONSO DA SILVA

UBERABA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/01/2010

Vale lembrar que a comparação de sistemas diferente não condizem a realidade, cada sistema deve ser avaliado dentro do próprio sistema, pois hoje no mercado existem touros provados para cada sistema. O objetivo dos neozelandes seria produzir leite com maior teor de sólidos e melhor qualidade, o que faz do projeto 100% eficiente. No Brasil se produz muito mais com pouca qualidade. Pois a maioria de seus produtores não conhece os seus custos de produção.

"A vaca quem trabalha para o produtor e não vice-versa."
Azael Rossler
AZAEL ROSSLER

ANÁPOLIS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/12/2009

Parabens pela enquete!
É sabio que o objetivo dos neozelandeses é a rentabilidade, ou seja, "dinheiro no bolso". Para isso trabalham com animais menos suceptivel as condicoes climaticas, parasitas e doencas. Perdem em producao mas ganham em solidos, longevidade dos animais, gastos em medicamentos, etc.
A competitividade dos projetos sera melhor em comparacao ao confinamento.
Abraco!
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