A maioria dos leitores (60,7%) que responderam à enquete, apoiam a fusão das cooperativas, acreditando que seja um passo importante no processo de consolidação do setor. Manisfestaram-se contrários à fusão das cooperativas 30,8% dos participantes da enquete, julgando-se temerosos em relação à concentração de poder e decisões numa possível fusão. Já a porcentagem de participantes que apoia, em termos, a fusão foi de 8,5%.

Favoráveis à fusão das cooperativas
Das 201 pessoas que responderam à enquete, 60,7% são favoráveis à fusão das cooperativas de leite no Brasil.
Na opinião de Martinho M. de Oliveira, produtor de leite em Paranaíba-MS, "a união das cooperativas é importante em vários aspectos, como redução de custos, logística, capilaridade, visão e também para fazer frente às grandes empresas que estão se associando". Ele acredita ainda que com a fusão o produtor poderia ter mais benefícios, "principalmente com o preço mais valorizado e mais ainda o serviço de assistência técnica".
Para Dickson M. Rodrigues Jr, produtor em Goianésia-GO, a fusão é positiva para o setor, "desde que os benefícios sejam distribuídos de forma igualitária, principalmente preservando as cooperativas menores, incentivando-as a investirem em gestões mais profissionais".
Silvan Antonio dos Santos, de Campina Verde-MG, acredita que o mercado de forma geral é muito exigente e competitivo, e somente quem se organizar ficará forte. "O produtor de leite é a parte mais frágil da cadeia e somente com cooperativas fortes, aliadas a grandes centrais, é que seremos reconhecidos e valorizados".
Segundo Arnoldo Tomich Laender, de Teófilo Otoni-MG, a fusão das cooperativas seria "o caminho para a padronização da qualidade do leite, a diminuição dos custos das cooperativas, a potencialização da infraestrutura e serviços ao produtor fora da fazenda e, principalmente, uma cooperativa forte com volume e qualidade de leite, abriria o mercado mundial para o leite do cooperado, atingindo a missão principal de uma cooperativa que é o aumento da renda do produtor".
Também são favoráveis à fusão das cooperativas de leite no Brasil: Rogerio Marcus Wolf, da cooperativa Castrolanda-PR, José Humberto Alves dos Santos, produtor em Areiópolis-SP, Antonio Julião Bezerra Damasio, da Colaso-SP, Eduardo Valias Vargas, da Nutron Alimentos Ltda, Mário Sérgio Ferreira Zoni, da Milkonsult, entre outros.
Contrários à fusão das cooperativas
Do total de pessoas que participaram da enquete, 30,85% não concordam com a possível fusão das cooperativas de leite no Brasil.
Na opinião de Paulo Luis Heinzmann, consultor no Rio Grande do Sul, certa concorrência é fundamental em todos os setores e, "com a fusão de empresas e/ou cooperativas, fica prejudicada a concorrência na compra e venda de serviços e produtos".
Sadi Valentini, produtor em Salto do Lontra-PR, acredita que com a fusão das empresas "termina a concorrência e os produtores ficarão sem ter como brigar por preços melhores dos seus produtos".
Para o leitor Pedro Donizete da Costa, de Poços de Caldas-MG, com a fusão "diminuem as opções de fornecimento e concorrência entre os compradores, ocorre maior concentração e caracteriza-se monopólio".
Dentre os participantes que são contrários à fusão das cooperativas estão: Marcelo de Rezende, da Cooperideal-PR, Clemente da Silva, de Campinas-SP, Marcos Roberto de Lima Budke, Ibirubá-RS, Antonio Luiz N. Dourado-MS, Marcelo Leite Lopes, produtor em Brasília-DF.
Apoiam, em termos, a fusão das cooperativas
Somando 8,45% dos votos, 17 participantes apoiam, em termos, a fusão das cooperativas de leite no Brasil.
Segundo Eder Ghedini, de Tapejara-RS, "desde que não haja interesse em transformar o mercado em um monopólio, sou a favor, mas o que se tem visto em muitas cooperativas é um grande slogan em cima do cooperativismo mas, por trás, há toda uma estratégia voltada para o mercado, sem dar a real importância para o sócio, no caso o produtor de leite. Essa prática tem se tornado comum em nosso país, daí a preocupação no real interesse".
Na visão de André Gonçalves Andrade, do Laticínio Santa Luzia d'Oeste Ltda, Rolim de Moura-RO, "partindo do princípio cooperativista de que é preciso ter concorrência no mercado, as mega fusões tanto do setor privado quanto do cooperativista contrariam as fusões. Por outro lado, a competitividade se faz necessária".
Também apoiam, em termos, a fusão das cooperativas de leite no Brasil: Carlos Alberto T. Zamboni, do laticínio Mococa, Sidney Lacerda Marcelino do Carmo, da Emater-MG, Hildo Guimarães Campos, produtor em Cachoeira Alta-GO, Juvenal Borges da Silveira, produtor em Riolândi -SP, entre outros.
Para saber mais sobre o processo de fusão das cooperativas de leite no Brasil, acesse as matérias abaixo:
Cooperativas de leite negociam a união de operações
As cooperativas se movimentam
Cooperativas: avançam as negociações para megafusão
É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre o assunto.
