Empresário argentino investe em mega-fazenda leiteira no Uruguai

O projeto Estancias del Lago SRL é liderado por Alejandro Bulgheroni e procura "implementar um projeto agroindustrial sustentável para um sistema integrado de produção de alimentos e energia". Estará localizado em uma zona rural próxima à cidade de Durazno no Uruguai. Seu objetivo é produzir leite em pó "a partir do leite obtido na fazenda de maneira mais eficiente possível, usando os recursos renováveis provenientes dos desperdícios orgânicos para a geração de biogás".

A fazenda leiteira contará com uma capacidade final de 8.800 vacas leiteiras em ordenha. O plantel será completado com 1.200 vacas secas e 1.540 animais menores de reposição. A planta industrial disporá de uma capacidade de processamento de 310.000 litros diários de leite fluido, para produzir aproximadamente 14.000 toneladas anuais de leite em pó.

A planta de biogás processará 640 toneladas diárias de excretas (com 10% a 12% de sólidos). Também haverá uma unidade de geração elétrica de 1,6MW - apta para funcionar com o gás produzido na planta descrita anteriormente -, com a possibilidade de uso do biodiesel em casos especiais.

A planta de produção de biofertilizantes gerará 90 toneladas por dia de sólidos (com 10% de umidade e 550 m3 por dia de água com nutrientes para irrigação). O estabelecimento disporá de uma represa de aproximadamente 152 hectares de superfície, com um volume de água máximo de 3.600.000 m3, que será destinada à irrigação e a outros usos nas instalações do estabelecimento.

"Um dos negócios mais estáveis que estamos vendo hoje - ainda que parece mentira - é o do gado leiteiro, sobretudo o confinado", disse o conhecido agricultor, Alberto Gramont, ao programa Valor Agregado, da Radio Carve.

Após ter acesso ao Informe Ambiental, jornalista Dino Capelli disse então que "os principais impactos positivos" do empreendimento são a geração de emprego, "uma melhora no nível de capacitação as pessoas contratadas, a implantação de atividades industriais".

Entre as conclusões dos autores do Estudo de Impactos Ambientais, Capelli citou que a "localização do empreendimento não gerará um impacto negativo sobre o futuro crescimento da cidade de Durazno, porque esse será pelo aumento da densidade e não por extensão da planta urbana".

O economista Rossi disse que o empreendimento se baseia na exportação de leite em pó. Para dispor de leite e "não competir com a Conaprole", decidiram instalar a fazenda de confinamento de 8.800 animais "ao lado da planta de leite em pó".

"A ideia é a exportação. Todos os projetos nossos estão orientados à exportação, a gerar dividas para o Uruguai. Isso vai gerar também um leite de qualidade, porque o processo de industrialização de leite terá uma duração de entre duas a seis horas".

Outra particularidade desse empreendimento é que se localiza fora da bacia leiteira uruguaia. "O objetivo não é competir, mas sim, produzir, exportar. Temos tido, e temos, a colaboração nesse caso particular da Conaprole, para quem vendemos leite fluido, e vamos seguir vendendo leite fluido até que nossa planta de leite em pó funcione como correspondente".

A reportagem é do El País, traduzida e resumida pela Equipe MilkPoint.

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