O diretor de agricultura familiar e agroindústria da SDR, José Alexandre Rodrigues, explica que as mulheres se diferenciam na hora de buscar mais conhecimento sobre o setor. "Na agroindústria, o homem se envolve mais com a produção de matéria-prima, enquanto as mulheres procuram participar de capacitações e novas técnicas de comércio, levando mais informações para o crescimento do negócio”, esclarece.
Segundo a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) do governo federal, atualmente as mulheres são responsáveis por 45% da produção de alimentos no Brasil e nos países em desenvolvimento. Quase tudo o que lucram, 90%, reinvestem na educação e no bem-estar da família. Trabalham cerca de 12 horas semanais a mais que os homens, mas somente 20% são proprietárias das terras onde produzem.
De acordo com estudos da Organização das Nações Unidas (ONU), além de justiça social, o empoderamento da mulher do campo pode representar um aumento de 30% na produção agrícola e garantir a segurança alimentar do planeta.
Se depender da dona Cirley Lorenzeti, é isso mesmo que vai acontecer. Responsável pela agroindústria Sabores da Montanha desde 2005, a moradora de Pinto Bandeira mudou sua realidade quando resolveu apostar no empreendedorismo. “Me casei aos 19 anos e desde antes já sabia que eu queria bem mais do que viver só na colônia. Foi então que eu decidi utilizar os produtos que eu plantava para abrir o meu próprio negócio”, afirma.
De geleias a frutas desidratadas, a empreendedora aproveita para comercializar os seus produtos em diversas feiras e eventos da agroindústria. “Eu perco alguns momentos com a família, mas vale a pena. É importante que a mulher tenha isso em mente se quiser começar uma agroindústria. Tem muitos sacrifícios, mas ver o resultado é muito gratificante”, reconhece.
A empreendedora Iracema Konzen, da Agroindustrial Tigre, concorda e afirma que é preciso ter pulso firme. “Tem que ter muita força de vontade e organização. Uma mulher que comanda uma agroindústria familiar não pode baixar a bola, tem que estar sempre olhando para frente”, aconselha a moradora de Arroio do Tigre, que comanda a empresa da família há 15 anos.
As informações são da Expointer.