Em grupos do WhatsApp, caminhoneiros pedem intervenção militar

Apesar de medidas anunciadas, manifestantes demonstram impaciência e irritação com Temer, afirmando que as reivindicações não foram completamente atendidas e aumentando a incitação por uma intervenção militar.

Publicado por: MilkPoint

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Apesar de medidas anunciadas, manifestantes demonstram impaciência e irritação com Temer, afirmando que as reivindicações não foram completamente atendidas e aumentando a incitação por uma intervenção militar.

Organizados por WhatsApp, os caminhoneiros estão irredutíveis. Nos grupos de alguns manifestantes, as medidas anunciadas no domingo, 27, pelo presidente Michel Temer não surtiram efeito.

Pelo contrário, nesta segunda-feira, 28, os participantes demonstram impaciência e irritação com Temer. Além de afirmarem que as reivindicações não foram completamente atendidas, eles aumentam a incitação por uma intervenção militar. Em alguns grupos, essa medida é uma questão de tempo.

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Estado de São Paulo participa de três grupos, cada um deles com pelo menos 200 participantes. Na troca de mensagens, eles se organizam rapidamente. As informações se alastram em minutos, como ocorreu após o pronunciamento do presidente. Em áudios, líderes de cada Estado mostravam a situação do momento e as decisões de manter a paralisação.

Mas, na manhã desta segunda-feira, 28, começam a surgir áudios de representantes tentando explicar os benefícios das medidas concedidas pelo governo. A maioria, no entanto, não estava muito interessada em ouvir e simplesmente ignora as explicações. Eles repetem que a redução do preço é "uma enganação" e que, depois de 90 dias, tudo voltará como era antes.

Após a publicação das medidas anunciadas pelo governo no Diário Oficial da União, o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros, José da Fonseca Lopes, pediu que os motoristas “levantem acampamento e sigam a vida”. Nos grupos, a ordem de lideranças grevistas ainda era manter os protestos.

Momentos após o pronunciamento do presidente da República, Michel Temer, atendendo as reivindicações dos caminhoneiros, as lideranças inflamavam os motoristas a continuarem parados. Pelo WhatsApp, a ordem que circulava nos grupos era a de manter os protestos. Frases como "Não vamos sair", "É guerra", "Não quero mais saber de imposto, quero todo o governo fora" e "Não podemos parar, eles viram a força que temos" davam noção do clima entre os caminhoneiros no domingo.

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Protesto político. Pelo tom das conversas, as reivindicações saíram do campo econômico e entraram na esfera política. Depois da dimensão que a greve tomou nos últimos dias, os caminhoneiros passaram a acreditar que podem mudar o rumo do País. Cada um tem uma tese diferente, expressa nas mensagens de WhatsApp.

Alguns acreditam que se conseguirem manter a paralisação por mais tempo, o governo atual será obrigado a renunciar. A maioria apoia a intervenção militar. Isso acabou criando uma situação inusitada com o Exército. Alguns vídeos mostram a atuação dos soldados acionados para liberar as estradas. Eles foram recepcionados com palmas e continência pelos caminhoneiros.

As fake news também são fartas nos grupos. No sábado, circulavam vídeos com informações de que o governo cortaria energia elétrica de todo o País se a greve não chegasse ao fim ou de supostos áudios de integrantes do governo criticando a condução da greve. Também ganhavam simpatia dos grupos teses sobre uma possível intervenção militar. Numa delas, eles afirmavam que a Constituição Federal dava prazo de 7 dias e 6 horas de paralisação para que o Exército assumisse o poder.

Militares. A cúpula das Forças Armadas avalia que a situação da greve dos caminhoneiros é “muito delicada” e que o quadro se agravou no domingo. Comandos de todo o País têm feito duas reuniões diárias e consideram que esta segunda-feira será um dia crucial para medir a temperatura do que está por vir. Os militares temem a adesão de novas categorias e consideram que isso poderá trazer novo complicador à situação.

Pela segunda vez, em menos de seis meses, os militares estão preocupados com a posição em que foram colocados, diante da população, por conta de uma nova crise, agora provocada pela paralisação dos caminhoneiros.

A grande preocupação das Forças Armadas é parecer que os militares querem um protagonismo. A avaliação é de que, no processo dos caminhoneiros, todas as medidas foram tomadas de afogadilho, atirando para todos os lados e, ao final, se tornando refém da categoria, deixando claro para o País a péssima sensação de que “está dando tudo errado”. Os militares observam ainda que é muito ruim o governo estar negociando com a faca no pescoço.

As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

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Divanir Rubenich
DIVANIR RUBENICH

CARLOS BARBOSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/05/2018

Prezados, recebi todos essas mensagens, vídeos e áudios citados no texto. E muitos mais.
A manifestação extrapolou para a cidade, aqui teve na sexta-feira, no sábado, agora 15:53 de 28/05/18 Está tendo, haverá outra depois, às 17h, divulgadas na Rádio Estação FM 89,5 já pela manhã.
Os cidadãos de bem entendem que estão sendo muitos prejudicados pelo governo, até porque quando atende aos caminhoneiros, joga os custos sobre a população em novos e outros impostos.
Sabemos que manifestações nas cidades são perigosas, violentas, há vandalismo (infiltrados) e isso está ficando deveras perigoso além de já estar extremamente preocupante (alimentos, etc).
Hoje a solução começa pela RENÚNCIA do presidente"temer", reorganização e reformas amplas, eleições antecipadas, preços justos, etc
Qual a sua dúvida hoje?