"O Brasil ainda tem uma população jovem e a recuperação na renda das famílias pode contribuir para uma elevação no consumo", acrescentou Horta.
No primeiro semestre, o setor registrou 17 transações de fusões e aquisições, uma a mais em comparação ao primeiro semestre de 2017. Do total de operações, houve 11 aquisições, cinco compras de participação, e uma joint venture. Do total, dez transações foram feitas por empresas brasileiras e sete, por grupos estrangeiros. No primeiro semestre de 2017, nove operações foram realizadas por grupos estrangeiros.
"No mundo, o setor de alimentos apresenta taxas de crescimento pequenas. As fusões e aquisições surgem como forma de aumentar a rentabilidade", afirmou Horta. O analista ponderou que aquisições de concorrentes permitem às companhias melhorar lucro com ganho de escala e redução de custos. Mas as companhias têm optado mais por aquisições de negócios complementares, principalmente com foco em alimentação natural e produtos orgânicos, que apresentam taxas de crescimento mais expressivas.
Como exemplo, o analista citou a aquisição da Piraquê pela M. Dias Branco, pelo valor de R$ 1,55 bilhão, com o objetivo de fortalecer sua operação de biscoitos de alto valor agregado nas regiões Sudeste e Sul. Outro exemplo foi a compra da marca Café Manaus pelo grupo Três Corações Alimentos, sem valores anunciados, para fortalecimento de operação regional. Horta disse que existe hoje um grande espaço para aquisições de empresas com operações regionais ou que atuam em nichos de mercado.
"E há uma pressão implacável sobre as grandes companhias para inovar e investir em novas áreas de negócios, para permanecerem relevantes no mercado de alimentos", acrescentou o analista. Na visão da PwC, grandes fusões ainda podem ocorrer no mercado neste ano, mas a principal tendência é de aquisições de negócios médios e pequenos, em nichos de mercado de alimentos.
As informações são do jornal Valor Econômico.