O MilkPoint, após indicação de um de nossos leitores, realizou uma entrevista com o candidato Antonio Carlos Arantes, para melhor conhecê-lo e questioná-lo em relação às propostas que possui para o setor, sua ligação com a pecuária leiteira e histórico político.

Acreditamos que assim poderemos identificar os (as) candidatos (as) que atuam na defesa dos interesses do setor lácteo.

Antonio Carlos Arantes é candidato a Deputado Estadual pelo PSDB. Confira a entrevista:

MilkPoint: Por que o (a) senhor (a) está se candidatando?

Antonio Carlos Arantes: Quero dar continuidade ao trabalho que já está sendo feito. Como presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a nossa bandeira é o produtor rural, nas mais diversas áreas como cafeicultura, silvicultura, queijo, leite, agricultura familiar, segurança no campo.

Graças ao nosso trabalho em parceria com o Governo de Minas, às entidades ligadas aos produtores rurais e a Assembleia Legislativa, temos muitas conquistas para comemorar. Algumas delas merecem destaque. São elas:

- Aprovação da Lei Florestal Mineira (Lei nº 20.922, de 2013), em parceria com os demais parlamentares, lei esta que transformou a vida dos produtores rurais;
- Cobrança, junto ao Ministério Público de Minas Gerais, da aplicação da nova Lei Florestal Mineira, que vem sendo ignorada por alguns promotores;
- Constantes demandas junto ao Governo de Minas para melhorar a segurança do campo; aprovação da Lei do Queijo, de nossa autoria, que tirou cerca de 30 mil produtores da ilegalidade;
- Aprovação de leis de nossa autoria, como a Lei do PAA, que institui a Política Estadual de Aquisição Direta de Alimentos da Agricultura Familiar; Lei do Bolsa Verde, Lei do Fundo Estadual do Café, Lei que dá tratamento diferenciado para os estabelecimentos agroindustriais de pequeno porte.

Houve várias audiências na Secretaria de Estado da Fazenda com representantes do SILEMG para discutir a legislação referente à cobrança de ICMS no frete da compra do leite. Graças a nossa atuação, esse problema foi resolvido, evitando autuações para as indústrias.

MilkPoint: Qual a sua ligação com o setor lácteo?

Antonio Carlos Arantes: Tenho uma ligação muito forte com o setor lácteo, me preocupo muito com as dificuldades enfrentadas pelas indústrias de laticínios e pelos pequenos produtores de leite. Sou presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da ALMG e o nosso trabalho para melhorar as condições de vida e trabalho dos pequenos produtores de leite tem sido intenso.

O leite, como matéria-prima para a produção do Queijo Minas Artesanal, merece toda a nossa atenção. A Lei do Queijo Minas Artesanal, de minha autoria, sobre o processo de produção do queijo minas artesanal a base de leite cru, tirou mais de 30 mil produtores da clandestinidade. Lutei também pela conquista da norma federal que facilita o registro e a venda dos queijos mineiros para outros estados e outro projeto de Lei 4.351/13 de minha autoria foi aprovado recentemente que trata da regulamentação da produção artesanal de queijo de cabra e de ovelha. Além disso, levamos as principais demandas do Silemg (Sindicato das Indústrias Lácteas de Minas Gerais) ao Governo de Minas (Secretaria de Estado da Fazenda) para tratar de políticas tributárias mais justas e promover um maior desenvolvimento do setor.

MilkPoint: Qual seu histórico político?

Antonio Carlos Arantes: Comecei na política como prefeito de Jacuí por três mandatos (1989-1992, 1997-2000 e 2001-2002). Fui presidente do Clube dos Jovens 4S – Emater (1977-1983) e presidi a Associação de Produtores Rurais do Mato Dentro e Jacuí. Fui assessor do deputado federal e ex-ministro Carlos Melles (1994-1996) e do ex-governador Aécio Neves (2005-2006). Atuei como diretor-geral da Prefeitura de São Sebastião do Paraíso na gestão Marilda Melles (2003-2004). Presidi também o Consórcio Intermunicipal de Preservação das Bacias dos Rios São João e Santana e a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Sudoeste Mineiro (Adebras). Fui coordenador do Programa de Renovação da Cafeicultura Regional em 17 municípios. Sou membro do Conselho de Administração da Cooparaíso. As principais regiões que atuo são o Sudoeste, Sul e Centro-Oeste. Estou no meu terceiro mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Fui suplente na 15ª Legislatura (2003-2007), assumi o mandato entre fevereiro e março de 2006, ocupando a vaga aberta pelo afastamento da deputada Elbe Brandão. Nas eleições de 2006 e 2010 fui eleito como efetivo. Sou produtor rural e presido as Frentes Parlamentares do Cooperativismo, da Silvicultura, e pela Valorização do Setor Sucroenergético. Presido também a Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, e sou membro titular do Conselho Integrado de Desenvolvimento (Coind) junto à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e estou no PSDB.

MilkPoint: Quais são as suas propostas para o setor lácteo?

Antonio Carlos Arantes: Entendo que há muitos desafios a vencer e essas são algumas demandas muito importantes devem ser consideradas que trabalharei. São elas:

- Fortalecimento de todo o sistema operacional da agricultura com uma dotação orçamentária maior para a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
- Revitalização do Sistema Estadual de Pesquisa e Inovação para a Agropecuária, através da EPAMIG e do trabalho de extensão rural por meio da EMATER;
- Fortalecer o Sistema Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal;
- Coibir as invasões de propriedades rurais ilegais que atingem diretamente o segmento agropecuário cobrando mais celeridade no cumprimento das ordens judiciais de desocupação por parte da Justiça;
- Aperfeiçoamento e ampliação dos programas de legitimação de terras públicas e regularização fundiária;
- Melhorias na infraestrutura, como ligações asfálticas e investimentos para dar ao produtor rural condições de viver e se sustentar do seu trabalho no campo;
- Melhor uso do crédito rural;
- Buscar formas e alternativas para a renegociação das dívidas dos produtores rurais;
- Ampliar o acesso aos recursos do Programa Minas + Seguro e desburocratizar esse acesso;
- Trabalhar por uma tributação mais justa que dê mais condições de desenvolvimento do agronegócio e condições de competir em pé de igualdade com outros estados;
- Mais investimentos em segurança pública no campo;

Temos trabalhado para envolver o produtor de leite no processo de melhoria da qualidade do produto. Controle sanitário dos rebanhos, melhores condições de trabalho e segurança alimentar para o homem do campo e sua família. São ações como essa que vão impactar de forma positiva na qualidade do produto final.

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