Acreditamos que assim poderemos identificar os candidatos (as) que atuam na defesa do interessa do setor lácteo.

MilkPoint: Por que o senhor está se candidatando?
LV: Nesses dois mandatos de deputado federal, nós contribuímos com o Brasil e a sociedade goiana. Com essa experiência de oito anos, me sinto preparado para dar continuidade a essa representação no Congresso Nacional. Cheguei a ser o presidente da Comissão de Agricultura em 2004. Avançamos muito. Mas ainda há muito a ser feito. Sempre votei a favor dos interesses dos produtores rurais, chegando a comandar a bancada nacional do PSDB em temas fundamentais, como o da renegociação das dívidas agrícolas, da redução da PIS/Confins, da Lei de Biossegurança, além de projetos essenciais sobre vigilância sanitária, meio ambiente e direito agrário. Nestas eleições, reafirmo meu compromisso com a nossa atividade produtiva. O agronegócio é a principal força do Brasil e de Goiás.
MilkPoint: Qual a sua ligação com o setor lácteo?
LV: Tenho vínculos históricos com o setor. Sempre foi minha principal atividade enquanto produtor. Filiei-me à Associação Brasileira de Criadores de Girolando no final da década de 80. Entre 1991 e 1994, presidi o Sindicato Rural de Mineiros. Também presidi a Comissão de Pecuária de Leite da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) de 1992 a 1998, período em que também fui vice-presidente da Faeg. Fui ainda diretor de Marketing da Associação Brasileira dos Produtores de Leite entre 1998 e 2002. Como secretário de Agricultura de Goiás (1999-2002), ajudei a organizar a cadeia produtiva do leite, lutei e consegui reduções tributárias, além de incentivos importantes, como a isenção do ICMS para aplicação em campanhas publicitárias para aumento do consumo de lácteos.
MilkPoint: Qual seu histórico político?
LV: Fui secretário da Agricultura do Estado de Goiás, 1999-2001. Deputado federal por duas vezes: 2003-2007; 2007-2011. Presidi a Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara, em 2004. Em 2005, assumi a Secretaria de Infraestrutura de Goiás. Também fui primeiro vice-líder do PSDB na Câmara, 2007-2008. E presidente regional do PSDB-GO, 2007-2010.
MilkPoint: Quais serão as suas propostas para o setor lácteo?
LV: Qualquer líder que pretenda propor políticas para o setor leiteiro e, em especial para os produtores de leite, precisa primeiramente entender o momento em que vive a atividade. Em 2004, o Brasil deixou de ser um importador líquido de produtos lácteos e tornou-se superavitário na balança comercial. A partir desse momento, todas as nossas iniciativas estiveram voltadas para a ampliação da demanda por meio do crescimento do consumo doméstico e das exportações. Além disso, são indispensáveis as medidas para impedir as importações desleais e predatórias, bem como àquelas voltadas à racionalização do comércio interno. Nesse contexto, nossas ações vão na seguinte direção:
- Continuar com uma representação de alto nível para o setor. Apoiar as ações de promoção institucional para o aumento do consumo interno de lácteos, como por exemplo, as que a Láctea Brasil inteligentemente já começou a fazer.
- Fortalecer as exportações de leite e derivados, com destaque para as ações da cadeia produtiva junto à Agência brasileira de promoção de exportação e investimentos (APEX). Na construção do Projeto Setorial Integrado (PSI), todas as ações estarão voltadas para a promoção das exportações. Estamos acompanhando de perto e apoiando o trabalho coordenado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
- Solicitar do Governo que cumpra o seu papel indelegável em melhorar o status sanitário da pecuária bovina. Para acessar os mercados russo, chinês e mexicano, o Ministério da Agricultura precisa oferecer mais garantias sanitárias, celebrar acordos bilaterais e estimular a habilitação de novas fábricas para exportar.
- Fortalecer a comercialização por meio de instrumentos de crédito e trabalhar para que estejam disponíveis no momento em que o setor mais necessitar, como por exemplo, o Prêmio de Escoamento de Produtos (PEP) e os Empréstimos do Governo Federal (EGF). Para tanto, acompanharemos de perto a execução do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), que define os preços mínimos que são utilizados para os instrumentos das Políticas de Garantias de Preços Mínimos (PGPM) como o PEP. Vale ressaltar que no PAP também são determinados os montantes dos créditos de custeio e investimento.
- Apoiar os agricultores familiares produtores de leite, especialmente no aumento da utilização dos instrumentos existentes: Seguro de Preços (PGPAF), Compra Direta de leite em pó de cooperativas (PAA), inserção de cooperativas na Alimentação Escolar (PNAE), crédito para cooperativas a juros baixos (de 1 a 4% ao ano), dentre outros.
- Utilizar todas as alternativas de defesa comercial para impedir as importações desleais. Se for o caso, aplicar licenças não automáticas de importação e estimular as instituições representantes dos produtores de leite e de suas cooperativas e abrir processos de investigação de existência de dumping nas vendas de produtos lácteos para o Brasil. Atualmente, estamos trabalhando junto às lideranças do setor para consolidação da Tarifa Externa Comum do MERCOSUL (TEC) em 28%.
