"Quando o candidato Bolsonaro falou sobre China em termos não tão positivos, eu disse que quando ele assumisse ia ver que o que conta são interesses nacionais, e não preferências pessoais", disse. "Temos de lembrar que as economias brasileira e chinesa são complementares e que as economias brasileira e americana, por exemplo, são concorrentes".
Nesse cenário, afirmou, a relação entre Brasil e China não mudará nem com um acordo comercial entre Washington e Pequim. "As oportunidades BrasilChina são crescentes. Mesmo com um acordo - e vai ter, porque é necessário -, ainda existe uma relação. A confiança é como um vaso: depois de quebrar, é difícil colar de novo".
O país asiático é o principal mercado para as exportações brasileiras de soja e carnes, e um dos principais no caso do algodão. Outras áreas que poderiam ser melhor exploradas, avaliou Tang, é o comércio de frutas e o de café.
Segundo ele, a crise de abastecimento de proteínas gerada na China pelo surto de peste suína não deverá reduzir a demanda do chinês por carne suína. "A carne suína para o chinês é igual ao feijão preto para o carioca: não pode faltar". E o Brasil, acredita, deverá ser beneficiado.
As informações são do jornal Valor Econômico.