Despesas com mão-de-obra aumentaram em 2011 e representaram 21% da receita do produtor

As despesas do produtor de leite com mão-de-obra subiram em 2011. Os gastos com os trabalhadores representaram 21% da receita do pecuarista no ano passado. Em 2010, este percentual foi de 16%. Foi o que mostrou o boletim Ativos da Pecuária de Leite com base em um levantamento de informações sobre o custo de produção da pecuária leiteira em nove estados.

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As despesas do produtor de leite com mão-de-obra subiram em 2011. Os gastos com os trabalhadores representaram 21% da receita do pecuarista no ano passado. Em 2010, este percentual foi de 16%. Foi o que mostrou o boletim Ativos da Pecuária de Leite, publicação elaborada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Cepea/ESALQ/USP). O estudo foi feito com base em um levantamento de informações sobre o custo de produção da pecuária leiteira em nove estados (AC, BA, CE, MT, MS, PA, RO, PE e RJ).

Veja o Ativo da Pecuária de Leite.

A matéria é da assessoria de Comunicação da CNA, adaptada pela Equipe MilkPoint
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Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/03/2012

Prezado Geisson Schirmann Vasconcelos: Concordo com você, mas, não olvidando que, se a taxa de juros e a tributação caírem, serão para todos os setores e, em assim sendo, não acontecerá esta melhoria que você tanto sonha.

O que deveria ser pensado com seriedade reside no campo do subsídio (o que, inexplicavelmente, mete medo em tantos), já que a experiência mundial nos informa que, somente assim, poderemos ser competitivos internacionalmente e, via de consequência ter aumentado nosso lucro e melhorado o preço ao consumidor final, com o inevitável acréscimo de consumo interno.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
Geisson Schirmann Vasconcelos
GEISSON SCHIRMANN VASCONCELOS

FORMIGUEIRO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/03/2012

Prezado colega Guilherme e amigos!

Concordo plenamente com suas colocações, apenas esclareço minha explanação.

Quando digo que a questão tributária é a principal, não deixo de lado as demais, pois não é a única.

Quem sabe se a tributação fosse menor, poderiamos remunerar melhor o nosso colaborador e não o perderiamos para o seio urbano.

Quem sabe se a tributação fosse menor, o preço final do leite para o consumidor seria menor e teriamos um consumo percapita maior, gerando uma demanda maior.

São questões para se pensar.

Um abraço a todos e vamos continuar dialogando!
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/03/2012

Prezado João Paulo V. Alves dos Santos: Obrigado por suas palavras. São os temas ditos polêmicos que devem e precisam ser mais estudados. Não quero dizer que não se consegue financiamentos pelo BNDES, apenas que nós, os pequenos, temos enormes dificuldades em obtê-los, face à burocracia que, para nós, que não podemos ter sua preciosa ajuda técnica, se apresenta como forte limitador. Suas palavras de incentivo , pautadas nas lições de Leonardo da Vinci e Lao Tsé servem de caminho a ser seguido.  A estas, acrescento, as seguintes "uma estrada de mil léguas começa por um passo" (provérbio chinês) e "o que a lagarta chama de fim do mundo, o mestre chama de borboleta" (Richard Bach). Estes axiomas nos fazem continuar sempre e desistir, jamais.

Um grande abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=

João Paulo V. Alves dos Santos
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/03/2012

Prezado Guilherme,

Satisfação em revê-lo em mais um debate protagonizado pela sua pessoa. Parabenizo-o e reconheço em você, novamente, um grande articulador do site MilkPoint. Tens uma qualidade que destaco e comento entre colegas, amigos e seguidores deste canal informativo do setor: a capacidade de debater sobre temas polêmicos. Isso é muito importante.

Independentemente da minha opinião sobre o assunto acima, gostaria apenas de colocar um aspecto ilustrativo ao presente debate:

Não estamos nem no Top 100, quanto mais entre os 4 maiores produtores do país (aliás muito, mas muito longe disso, mas acreditando e trabalhando firme). Temos recebido diversos recursos junto ao BNDES  e Banco do Brasil para investimento de curto e longo prazo, em nossa propriedade, para fomentar nossa produção.

Eu trabalhei e elaborei os projetos para obtenção dos recursos. Muito desgaste, muita burocracia, mas com resultado positivo.

Não podemos desanimar!! Cito aqui duas mensagens de importantes personalidades: "Tudo que é realidade já foi sonho um dia" (Leonardo da Vinci) e, finalmente: "O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos" (Lao Tse).

Um abraço, até!
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/03/2012

Prezado Geisson  Schirmann Vasconcelos: A discussão de alto nível, como as que temos desenvolvido neste excelente meio de divulgação de ideias, que é o Milk Point, tenho certeza, vem fomentando o aparecimento de novas alternativas e consolidando as já existentes, culminando com o engrandecimento da atividade leiteira pátria.

A distorção tributária é, de forma indene de dúvidas, um dos maiores pontos de estrangulamento do cenário nacional, mas não representa dizer que, se esta não existisse, nós, os produtores, estaríamos melhor remunerados pela nossa força de trabalho.

Há imensos fatores outros escondidos no cerne do mercado que, de igual monta, representam entrave à melhoria dos ganhos do empreendimento e, talvez, o maior deles e que anda um tanto quanto esquecido, seria a figura nefasta do atravessador.

Mas, este olvido é explicável, já que a atuação deste ator é muito mais afeita ao mercado de leite "spot", a cujos momentos, quase nunca, nos é dado participar, ante a a existência de um palco restrito para sua comercialização.

Quanto aos temores e considerações sobre mão de obra, lembro que este fenômeno não é restrito ao ambiente campesino, sendo, de idêntica sorte, apregoado no trato urbano. Grandes empreendimentos industriais sofrem com isto, há anos. Todavia, todos sobrevivem através dos tempos.

O que não pode -  e é isto que tenho notado, nestes anos de atuação na pecuária leiteira - é o produtor rural achar, como nos tempos idos, que ainda é possível manter o trabalhador naquelas eras em que qualquer salário o atraía, que não havia preocupação com Carteira de Trabalho e Previdência Social anotada nem com a aposentação futura. O perfil do empregado rural modificou-se, muito, principalmente, nos últimos cinco anos e, reafirmo o que já disse, em ocasião transata, não há mais desinformados e bobos no setor. Aquele indivíduo pacato, alheio à situação em que vive, ficou em algum quadrante do passado e o proprietário rural que não percebeu este fenômeno evolutivo, tem, mesmo, imensa dificuldade com a mantença do seu pessoal de obra.

Outro axioma que não pode ser olvidado é que, atualmente, existe a concorrência direta dos grandes conglomerados urbanos que, não rara vez, tornam-se muito mais atrativos ao trabalhador já que o esforço laboral do campo, convenhamos, é muito mais cáustico que muitas das atividades comerciais encontradas no seio das cidades. Por isso, muito melhor (pelo menos em tese), laborar, por exemplo, num supermercado do que numa fazenda, onde o volume de serviço é extremamente maior e mais bruto.

Lado outro, é preciso ver o empregado rural de hoje não como uma máquina, mas como peça cara ao empreendimento, valorá-lo, treiná-lo e prepará-lo por indispensável ao mecanismo do lucro.

Infelizmente, poucos produtores têm esta visão e a mão de obra vai escasseando, restando somente a voz destas lamentações.

Um abraço,



GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

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Geisson Schirmann Vasconcelos
GEISSON SCHIRMANN VASCONCELOS

FORMIGUEIRO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/03/2012

Excelente diálogo entre os amigos!

Ouso dizer que é desta discusão que surgirá novas idéias.

A meu ver a principal questão no leite é a tributária, pois o governo (União, Estados e municípios) ganha mais que um produtor rural por litro de leite vendido no supermercado.

Enquanto o produtor trabalha com um possível lucro de R$ 0,20 por litro, o governo pode arrecadar R$ 0,45 por litro (33% do preço de prateleira do supermercado).

Ora, nós investimos o capital, trabalhamos muito, corremos o risco de quebrar e perder o nosso capital, assumimos a encrenca de administrar vacas e empregados e ainda ficamos com a menor parcela do preço final do leite.

O governo não corre risco nem um, se nós falirmos, ele não te devolve teu capital para você iniciar outro negócio, não se encomoda com as encrencas de produzir leite e ainda fica com a maior parte do lucro do negócio.

A questão de mão-de-obra é simples basta o governo reduzir os tributos no leite que o produtor terá condições de pagar mais para quem realmente trabalha, o trabalhador rural e não está corja do governo, mas para isso é preciso pressão das entidades de classe patronal e dos empregados.

Abraço!

Geisson Schirmann Vasconcelos
Sidney Lacerda Marcelino do Carmo
SIDNEY LACERDA MARCELINO DO CARMO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/03/2012

Prezado José Humberto,

Acontece que a margem lucro na pecuária leiteira é muito pequena (quando temos) diferente dos setores urbanos. No meu ver os juros deveriam ser iguais aos do pronaf. Com relação a liberação de crédito rural o Banco Brasil tem sido muito acessível, como trabalho na ponta com o agricultor mediante projetos técnicos pelo menos no município que trabalho a liberações tem acontecido sem nenhum entrave.

Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/02/2012

Prezado José Humberto Alves dos Santos: Pena que você não tenha gostado do debate que se criou em torno de meu artigo. Eu o achei, ao contrário, muito producente e aprendi e aprendo muito com ele. O futuro da pecuária de leite depende de trocas de ideias como aquela. "Prezado Sidney: concordo com você que está cada vez mais difícil encontrar trabalhadores pelo salário mínimo..." Isto nos leva a crer que cada aumento dele repercurte, negativamente, na mão de obra, que se torna, cada dia, mais cara e eleva, sobremaneira, o custo de produção. Ignorar este axioma é não entender o mercado produtivo do leite, já que, segundo a notícia em comento, este fator representou 21% do custo , em 2011, e representará quase o dobro, com o irreal aumento destinado ao salário mínimo, em 2012. No meu caso específico, tinha gasto real com mão de obra, somente conduzindo ao salário direto e básico (sem as outras vantagens que dispenso a meus empregados, muito maiores que o assistencialismo oficial), em 2011, valores da monta de R$ 3500,00. Em 2012, este volume passou a ser de R$ 4200,00. Se isto não é um impacto negativo e considerável, não sei mais o que seja, levando-se em conta que o litro do leite pago pelo Laticínio não agrega tão alto padrão de reajuste.
Se "o aumento do salário mínimo" fosse "a níveis reais", até concordaria com você, mas, na realidade, ele não é e atende somente a comandos eleitoreiros e irresponsáveis, me desculpe.
Se você pode sobreviver na atividade, sem que seja necessária uma intervenção governamental para criar uma reserva de mercado e impedir, ao mesmo tempo, a exploração dos Laticínios em desfavor dos produtores, parabéns. Você é exceção, eis que eu, que nem sou tão pequeno quanto muitos (2000 litros/dia), sofro, sobremaneira, com o elevado volume de leite triangulado, que entra em nosso mercado, através de nossos caríssimos "hermanos sudamericanos", imagine aquele que produz menos de mil litros/dia.
Finalmente, experimente conseguir um crédito substancial do BNDES, não sendo um dos quatro maiores produtores do Brasil e veja se consegue. Eu, posso afirmar, não consegui. O mesmo pode-se dizer do Banco do Brasil S/A., que só empresta a quem tem e, por isso, menos precisa. Os pobres mortais, sucumbimos ante a burocracia calcinante.
O Brasil não é a maravilha que você pensa. Quem teima em ser eficiente e se manter no mercado é, na grande maioria das vezes, um Herói.
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
José Humberto Alves dos Santos
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/02/2012

Meu caro Sidney

Concordo com voce que política de juros não é política de renda.

Mas considero que juros de 0,5% (juros reais)ao ano, tendo em vista as taxas praticadas no mercado é um benefício significativo ao produtor de leite.

Qto a política de renda, considero que o aumento do salário mínimo a níveis reais, contribui para o aumento da demanda do nosso produto, traduzindo-se em melhores preços e por consequencia no aumento de renda do produtor (sem subsídio).

Desculpe-me, mas essa é a minha visão sobre esse assunto.

Um abraço.
José Humberto Alves dos Santos
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/02/2012

Sr. Guilherme:

1- Não pretendo dar margem para criemos um novo "o que os técnicos...";

2- Esse constume de criar contradições onde não há, talvez seja  de bachareis: Nunca disse que o aumento do salário mínimo é um entrave a produção de leite; mesmo por que quem produz leite é a vaca, e ela não tem nada  com o aumento do salário mínimo;

3 - A taxa do dolar não prejudica ou beneficia somente a nossa atividade.

4- São outros tempos, em que o dolar flutua, e se flutua para baixo, deve ter fundamentos macro-economicos que não tenho competência para discutir com o sr;

5- Sou contra subsídios: acho que quem está na atividade deve se proteger e lutar para que as adversidades conjunturais sejam superadas com produtividade e racionalidade;

6- Foi-se os tempos das capitanias hereditárias onde por qualquer razão extrativista clamava-se à corte para resolver os problemas: ou massacrando os nativos ou trazendo mão de obra escrava...;

7- Se precisamos de subsídio para sermos os "maiores do mundo" (uma mania bem brasileira, talvez herdada de nossos colonizadores lusitanos) eu prefiro continuar como mais um produtor de leite: NÃO  AO SUBSÍDIO.

8-A ingenuidade e a verdade as vezes andam juntas: a taxa de juros de 6,75%aa é nominal (sem contar com a inflação). A real, se a inflação for (por exemplo) de 6%aa, levaria a nossa taxa de juros para, talvez 0,5%aa (taxa real).

9- Se o salário mínimo regional é inconstitucional ou não, não vou discutir. O fato é que seus colegas o reconhecem em benefício dos trabalhadores, e não sou  eu que vai discutir isso, para alimentar a INDÚSTRIA DAS QUESTÕES TRABALHISTAS.

10- Concordo com o sr. (ufa!!) que as nossas entidades não representam nossos interesses.

11- O sistema de crédito não é ideal: Existe o BNDES e os bancos comerciais (em menor escala) que provam que o sistema é REAL.

12-Acho que encerramos aquí nossa polêmica, pois não?
Sidney Lacerda Marcelino do Carmo
SIDNEY LACERDA MARCELINO DO CARMO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/02/2012

Prezado Humberto,
Política de juros não é política de renda, ou seja, o produtor precisa de renda.
Grato
Sidney
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/02/2012

Prezado José Humberto Alves dos Santos: Agora, parece que você caiu em contradição (e, na realidade) e passou a entender que os aumentos politiqueiros do salário mínimo - ao contrário do que preconizou anteriormente - ao invés de fomentarem um aumento de renda e de consumo, representam, em verdade, um entrave para a produção de leite no Brasil.

Quanto aos subsídios, enquanto eles não vierem, para igualar a balança internacional, já que grande parte dos produtores dos Países mais desenvolvidos os recebem, e permitir que o produto brasileiro chegue ao mercado com preços mais convidativos, jamais atingiremos ao lugar que nos pertence, de maiores produtores de leite do mundo e continuaremos sonhando com este dia.

Dizer que a taxa fixa de 6,75%, encontrada nos financiamentos é uma forma de subsídio, me perdoe, mas é, no mínimo, ingenuidade, se nos ativermos aos limites dos juros no resto do mundo, que são bem inferiores a estes.

Em relação ao estabelecimento de salários mínimos regionais e municipais, os entendo feridores da Constituição e amplamente questionáveis juridicialmente. Só que nossos organismos de representação, pelo menos no setor da Pecuária de Leite, têm servido, com raras exceções, apenas e tão somente, para divulgar individualidades e defender determinados grupos. O que nos interessa a nós, produtores, quase nada é fomentado.

Precisamos , por fim, parar de sonhar com sistemas ideais de crédito e passar a vivê-los na prática. Enquanto isto não acontece...

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
José Humberto Alves dos Santos
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/02/2012

Olá Sidney

Concordo c/voce que está cada vez mais dificil encontrar trabalhadores pelo salário mínimo.

Qualquer trabalhador, com o mínimo de experiência quer mais que o salário mínimo.

E veja, o problema, aquí em São Paulo, é que por condições políticas, o governador José Serra e agora o atual, Alkmin, tem estabelecido que o salário mínimo regional é de R$690,00 a partir de março e nos próximos anos será reajustado junto c/o mínimo nacional.

Já o Prefeito de São Paulo considerou que o regional não é suficiente e estabeleceu que o mínimo municipal é de R$710,00 a partir de março.

É lógico que hoje vivemos outra realidade. Os reajustes do salário mínimo serão sempre (existe lei) reajustados pelo PIB do ano anterior acrescidos da inflação; daí a grita geral: o país  cresceu em 2.010 mais que em 2.011 e o reajuste é sobre o crescimento do PIB de 2.010 acrescido da inflação de 2.011.

Já nossa atividade históricamente o custo de mão de obra sempre se esteve em torno de 10 a 15% do faturamento bruto. Este acréscimo deve-se não só a nova forma de reajuste como também a grande procura por mão de obra de qualquer espécie (especializada ou não).

Qto ao subsídio, eu não gosto da idéia. Ao longo do tempo traz distorções que prejudicam os elos mais fracos da cadeia produtiva (no caso, nós produtores).

Considero que os créditos agricolas em relação ao crédito normal já vem embutido com uma certa carga de subsídio (taxa fixa de 6,75%) não só para custeio como para investimento. É trabalhoso conseguir? Sim é trabalhoso, mas temos que estar preparados.

Da minha parte, prefiro conviver com salários mais reais e com uma demanda aquecida, que beneficia o nosso mercado, que por sinal tem ido muito bem (em crescimento) nos últimos tres anos.

Abraços
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/02/2012

Prezado José Humberto Alves dos Santos: Venho de uma família de produtores rurais, que, como você, já sofreram, em tempos de antanho, com o excesso de protecionismo da Justiça do Trabalho. Todavia, o que se tem, atualmente, é um Poder Judiciário especializado mais consciente, que não mais enquadra o trabalhador como sendo um "coitadinho, um bronco, um explorado". Tanto assim o é que, nos seus primórdios, era quase impossível que um empregador rural ganhasse alguma causa dentro de suas paredes. Este estado de coisas, hodiernamente, não tem tido mais lugar, por dois fatores - o primeiro, a melhor distribuição das informações entre os habitantes campesinos, que levou à minimização dos ilícitos trabalhistas (atualmente, o número de funcionários sem carteira de trabalho e previdência social sem anotação é irrisório,já se depositam as parcelas fundiárias e previdenciárias com rigo; já se deferem folgas semanais e ferias anuais regulares; já se limitam os trabalhos semanais às jornadas legais permitida e, quase a totalidade dos empregadores utilizam os serviços de contadores). Ouso dizer que, nos dias atuais, para, logicamente, os que cumprem a legislação laboral com esmero, não há mais causa perdida na Justiça do Trabalho. Todavia, é claro, para os infratores, a Lei. Em segundo lugar, o fortalecimento das entidades classistas patronais que ajudam ao proprietário rural a se defender dos "reclamantes profissionais". A citada "indústria que suporta, principalmente os defensores dos trabalhadores" não tem mais lugar, a não ser para os sonegadores e desorganizados, com a devida vênia. Em terceiro lugar, a Advocacia preventiva que, antes, somente estava confinada às cidades, já fincou raízes no setor rural e não existem mais empregadores e empregados ingênuos no Brasil.

Basta entender sua Fazenda como sendo uma empresa e atuar como tal. Durante mais de sete anos de atuação direta à frente de minha propriedade, jamais perdi uma ação, advinda da mesma, na Justiça do Trabalho.

É preciso rever velhos conceitos e passar a confiar no Sistema Judciário com mais segurança, pois os tempos já são outros.

O que antes era regra, passou a ser caso isolado.

Não é aumentando, desenfreadamente, ao salário mínimo que teremos melhor "distribuição de renda", assim como de nada adianta aumentar o preço do leite, se os custos da produção forem dezenas de vezes mais ácidos.

Distribuir renda é dar condições de vida e, não, somente, dinheiro no bolso.

E, engano seu, quem passou a consumir mais lácteos(queijos, iogurtes, manteiga, bebidas lácteas), no Brasil, não foi o assalariado (este mal dá leite aos filhos em período de lactantes), mas, sim, a classe mais abastada (Média-Alta).

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

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Sidney Lacerda Marcelino do Carmo
SIDNEY LACERDA MARCELINO DO CARMO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/02/2012

Prezado José Humberto,


O grande entrave dos produtos agrícolas é instabilidade de preços dos mesmos, ou seja, o produtor nunca sabe o preço do produto que ele receberá, já os outros setores todos trabalham com margem de lucro sem administrar incertezas como questões climáticas, valor do dólar e etc. Sou engenheiro agrônomo da Emater-MG e produtor de leite (micro) mas realmente este aumento constante de salário mínimo vai impactar o campo como relatei anteriormente, o preço é o mercado que coloca, e na produção de leite não conseguimos encontrar pessoas para trabalhar para gente por salário mínimo, sempre os valores são maiores. No meu ver, acredito que para alguns setores agropecuários a saída será o subsídio.
José Humberto Alves dos Santos
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/02/2012

Sr. Guilherme

É bom saber qual a sua atividade como advogado.

Gostaria que soubesse que sou produtor rural e sinto na pele as atitudes dos sindicatos rurais, principalmente dos trabalhadores rurais, que se respaldam -sim-numa legislação assistencialista-  e que vem mantendo uma indústria que suporta, principalmente os defensores dos trabalhadores.

As decisões de primeira instancia são na sua grande maioria assistencialistas SIM

As de segunda instância são mais equilibradas, não sei porque...

Quanto a distribuição de renda, desculpe-me, mas se não tivermos consumidores não teremos demanda.

Eu c/o produtor rural, sempre sofrí críticas de meus amigos de estar em uma atividade  altamente manipulada pelo governo (preços subsidiados).

Não é isso que tenho visto desde que acabou o tabelamento de preços (acho que desde o Collor)

O que vejo é uma luta constante para que sejamos mais profissionais e dediquemos quase que exclusividade a essa atividade tão complexa e que precisa, SIM, da renda para que haja consumidor.
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/02/2012

Prezado Daniel Correia Cavalcante: Nós não rendemos votos, amigo...


Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


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Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/02/2012

Prezado José Humberto Alves dos Santos: Para seu conhecimento, sou Advogado Trabalhista e trabalho, exclusivamente, para um Sindicato de Empregados. Por isso, posso dizer que o aumento destinado ao salário mínimo tem sido uma grande pedreira na sola do sapato dos brasileiros que ganham acima dele (quase todas as categorias profissionais organizadas), pois, a cada negociação coletiva, os ganhos se aproximam mais e mais do mínimo legal, representando, com isto, uma volta aos tempos de sua criação, onde o mesmo se tornou de "mínimo" em "máximo" praticado no Brasil, com as consequências que, até hoje, nós colhemos.


Jamais o custo de mão de obra foi considerado "um fato irrelevante na atividade", principalmente para nós, os mais tecnificados. Sempre foi um considerável peso, ainda mais, nestes últimos dez anos, sob a batuta do Governo Petista, justamente pelo ranço assistencialista que, ledo engano, não mais existe na Justiça do Trabalho, pelo menos para os que cumprem a legislação como se deve.


Não é o aumento da renda que vai evoluir o nosso setor, mas, sim, a vontade do produtor em alcançar a excelência - que, infelizmente, tem faltado, principalmente aos de menor condições técnicas e culturais. Prova cabal disto é o meu caso que, como você mesmo afirmou, alcancei a "conceituação de pecuária do primeiro mundo", apesar da renda e do consumo pífios do brasileiro e de estarmos no terceiro mundo da evolução global.


Oportunidade a todos, sim, mas somente àqueles que a desejam (e que são poucos).


Um abraço,


GUILHERME ALVESDDE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


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José Humberto Alves dos Santos
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/02/2012

Sr. Guilherme

Acho que o sr. esquece que o aumento da renda é que está permitindo o maior consumo de produtos lácteos. Pelas ultimas pesquisas o consumo de queijo e iogurte foi bastante significativo, para não falar do UHT.

O fato do sr. considerar "absurdo" o aumento do salário mínimo deve ser fruto do costume inflacionário que, permitia considerar o ítem "custo de mão de obra" como um fato irrelevante na atividade.

Tenho visto o sr. falar em produtividade, qualidade, mas  considero que tudo isso é fruto da qualificação da mão de obra, que sem ela não poderia ser alcançado.

Deixando de lado as posições ideológicas, considero que esse aumento está muito relacionado com a formalidade do setor.

Concordo que a legislação trabalhista é bastante assistencialista, mas o sr. não pode esquecer e SABE, que toda essa legislação vem dos anos 30 e tivemos durante esses

ultimos oitenta anos somente 9 anos (os últimos) de um governo com o qual  o sr. não concorda.

Portanto, devagar, pois considero que somente com o ganho de renda poderemos ter uma atividade de 1 mundo, que segundo vejo pelos seus relatos, o sr. já atingiu.

Vamos dar oportunidade para mais gente.

Paciencia.....
Marco Aurelio Sambaqui Gamborgi
MARCO AURELIO SAMBAQUI GAMBORGI

GASPAR - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/02/2012

Já está mais que na hora do governo brasileiro liberalizar as relações trabalhistas no país. Podia-se copiar os modelos de tantos outros setores onde a tutela do Estado foi reduzida ou até mesmo eliminada e por um fim nesse protecionismo anacrônico que prejudica não só o empregador mas também o trabalhador que deve por mais um lugar em sua mesa para alimentar a máquina dos encargos. Isso sem falar nas ações trabalhistas que "comem pela perna" as reservas de muitos empregadores que se vêem reféns de empregados maus caráteres que encontram respaldo em um sistema judiciário viciado e protecionista.
Qual a sua dúvida hoje?