CLAUDIO WINKLER
CARAMBEÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 11/08/2011
Não quero parecer negativo ao extremo, mas provávelmente não vou fugir disso. O fato é que, sinceramente, não vejo porque tanto sensacionalismo em cima de uma matéria dessas. Nem vou me prender muito à absolutamente ridícula proposta de "proibir diferenciação de preço entre produtores", já que isso, na prática, torna, ao menos financeiramente, totalmente inútil, pra não dizer burrice, realizar QUALQUER TIPO de investimento em qualidade, considerando que mesma não será mesmo renumerada. Ou seja, como já foi comentado acima, esqueçam a IN51, etc e tal, num cenário desses.
O que mais me chama atenção, no entanto, é a impressão errada que se parece ter do fato que, adiantar o aviso sobre o preço a ser pago vá fazer alguma diferença na hora de pagar as contas. O preço final será exatamente o mesmo, o produtor não vai receber mais, nem menos. Pode-se argumentar, claro, "ah, mas podemos planejar melhor". No entanto, contas fixas, mensais, dificilmente são planejadas, então tanto faz saber com antecedência se o preço vai ser X ou Y. No máximo, fará o produtor sofrer com antecedência. Por outro lado, para grandes investimentos, é necessário um planejamento a longo prazo, e nisso a eventual lei aqui "projetada" não teria influência nenhuma. É preciso algo que garanta ao produtor segurança a longo prazo, bem diferente do que está aí proposto.
Concordo, no entanto, que iniciativas são importantes, que é importante que se levantem vozes que defendam o produtor. Mas, pra que não pareça apenas demagogia, o mínimo que deveríamos esperar seria um pouco de conhecimento do setor, e de sua realidade. E a desculpa de que este projeto é de 2003 não é válida, visto que a situação de hoje não é tão diferente da de então.