Daniel Souza, da Nielsen: 'esperamos para 2019 menos lealdade a marcas e intensas experimentações'

"Tinha-se uma expectativa positiva para o ano de 2018, já que indicadores como taxa de desemprego em queda e inflação sob controle apontavam recuperação. A expectativa, que era de investimentos na indústria e redução do endividamento das empresas, não ocorreu à medida que houve um aumento expressivo da taxa de câmbio e altas na classificação de risco Brasil".

Publicado por: MilkPoint

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“Tinha-se uma expectativa positiva para o ano de 2018, já que indicadores como taxa de desemprego em queda e inflação sob controle apontavam recuperação. A expectativa, que era de investimentos na indústria e redução do endividamento das empresas, não ocorreu à medida que houve um aumento expressivo da taxa de câmbio e altas na classificação de risco Brasil”.

Figura 1Foi assim que Daniel Asp Souza, Líder de Desenvolvimento de Negócios da Nielsen Brasil iniciou o bate-papo com a Equipe MilkPoint. Ainda sobre como se desenrolou a economia brasileira neste ano, Daniel ressaltou que não podemos esquecer o ligeiro crescimento do PIB no primeiro trimestre (+0,4%) e a lenta recuperação da massa salarial. 

“Todos esses fatores, aliados a greve dos caminhoneiros no final do mês de maio, impactaram fortemente a confiança do mercado e o fôlego para seguir a recuperação. E a incerteza no cenário político com as eleições só contribuiu para que a recuperação não acontecesse ainda em 2018”, disse.

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Daniel Asp Souza é formado em Administração de Empresas pela PUC/RS, com MBA em Marketing pela ESPM/SP e MBA em Gestão de Negócios pela FIA/USP. Iniciou sua jornada na Nielsen em 1996. Nesse período, foi executivo e gerente de contas, passando pelo atendimento de clientes como AmBev, Pepsi, Walmart Nestlé, Danone, Heineken, Pernod Ricard, P&G e outros. Ele será um dos palestrantes do Dairy Vision 2018, que ocorrerá na semana que vem (dias 28 e 29 de novembro) na Expo Dom Pedro em Campinas/SP.

Apostas para 2019

Questionado sobre as apostas para o ano vindouro, o analista enxerga que tudo dependerá das reformas que o novo governo conseguirá implementar, de modo a recuperar a confiança do mercado. Do ponto de vista de consumo, ele espera:

· um consumidor ainda mais consciente com o seu orçamento;

· mais planejado com listas de compras para não ultrapassar  o orçamento;

· tentando pagar as contas em dia e buscando marcas mais baratas e;

· em busca de promoções e foco no custo-benefício.

“Por outro lado, o consumidor brasileiro é aberto à experimentação. Sendo assim, esperamos uma menor lealdade a marcas e uma experimentação mais intensa - não só de produtos – mas de canais de compra, sejam eles físicos ou digitais”, explicou.

E o consumo de lácteos?

De acordo com Daniel, no começo do ano de 2018, o consumo de lácteos foi beneficiado por uma queda nos preços, o que trouxe mais acessibilidade aos consumidores, mesmo em categorias de maior valor agregado como cream cheese e requeijão e também em categorias maiores como leite UHT, leite em pó, creme de leite e leite condensado.

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“Essas categorias foram mais impulsionadas no canal cash & carry (canal de abastecimento) e também pela migração para marcas com um posicionamento de preço mais competitivo às marcas líderes. Vale reforçar que temos quase metade dos lares brasileiros impactados de alguma forma pela crise, perda de emprego, redução na renda e contas atrasadas. Essa metade vive um looping de ‘entrada e saída’ da crise e alguns comportamentos acabam se repetindo como: a troca de marcas por opções mais baratas; a intensificação das compras de mês no canal cash & carry; a compra de embalagens maiores para produtos de maior consumo e mais básicos e embalagens de menor desembolso para produtos que tendem a ser mais indulgentes.  A busca por promoções e comparações de preço também se destacam”, detalha Souza, que ainda completa dizendo que os produtos que mais sofrem com isso são os relacionados às marcas líderes que não tiveram uma adequação de price index, além dos supérfluos que tendem a sofrer mais.

“Entretanto, o que temos visto é uma adequação e maior inteligência na precificação dos produtos. Isso torna o valor agregado dessas marcas mais acessível e em geral convence o consumidor a permanecer mais leal a essas marcas. No Dairy Vision vou abordar justamente todas essas questões que comentei acima, como os impactos da crise e o que esperar em 2019, fazendo contrapontos com produtos de consumo e as categorias de lácteos”, finalizou.

Nos últimos três anos, Daniel foi responsável pela liderança da Cesta de Bebidas, abrangendo clientes de Bebidas Alcoólicas e Não Alcoólicas, e recentemente assumiu a liderança de Business Development da Nielsen Brasil. No Dairy Vision, o tema da sua palestra será “Brasil: oportunidade em uma economia em recuperação”.

Chegando em sua 4ª edição, o Dairy Vision contribuirá (e muito!) com o setor por meio de vários insights apresentados sobre as tendências na área de alimentos e bebidas no Brasil e no mundo. Assim, é fundamental que o Dairy Vision 2018 esteja na sua agenda! O evento mostrará oportunidades e clareará ao público os principais desafios de todas essas mudanças para o setor lácteo. Mas atenção: últimas vagas disponíveis – já são mais de 330 inscritos, recorde nos 4 anos de evento. 

Figura 2

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O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

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