Dalia alerta que 60% do leite da região não se enquadram nas normas

A Cooperativa Dalia, de Encantado, promoveu ontem (6), no auditório do Sicredi, um encontro para tratar sobre as Instruções Normativas Nos 76 e 77 do Leite, que trata da qualidade do leite cru refrigerado. A cooperativa alertou que, se aplicadas hoje, 60% do leite da região não poderá mais ser recebido, pois não se enquadram nas normas.

Publicado por: MilkPoint

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A Cooperativa Dalia, de Encantado, promoveu na última quarta-feira, no auditório do Sicredi, um encontro para tratar sobre as Instruções Normativas nº 76 e 77 do Leite, que trata da qualidade do leite cru refrigerado. A cooperativa alertou que, se aplicadas hoje, 60% do leite da região não poderá mais ser recebido, pois não se enquadram nas normas.

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Em sua manifestação, o presidente da FETAG (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul), Carlos Joel da Silva, destacou que a Federação já obteve várias alterações, no entanto, alguns trazem preocupação para o setor, tal como o impedimento do produtor continuar fornecendo leite, caso não passar no nível de contagem bacteriana (CBT) por três meses consecutivos, bem como o tempo máximo de 48h da propriedade até a indústria e a redução da temperatura do leite no recebimento pela indústria.

Joel citou os pontos que a FETAG solicitou e foram atendidos:

  • Foi excluído da IN a obrigatoriedade do agricultor conservar o leite na propriedade rural em no mínimo 4ºC, contudo deverá ser menor do que 7ºC;
  • Não será mais exigida água clorada na propriedade rural;
  • Foi mantida a contagem de células somáticas (CCS) em no máximo 500.000 e a bacteriana (CBT) em no máximo 300.000;
  • Foi mantido o teste do álcool/alizarol na concentração mínima de 72%; 
  • O recebimento do leite na indústria permaneceu em no mínimo 7ºC, admitindo-se, excepcionalmente, uma variação de até 9ºC (antes era 10ºC).

Em seguida, o presidente da FETAG destacou os pontos que não foram atendidos:

  • A FETAG solicitou a criação de um fórum com a participação das entidades de classe do setor, Embrapa e órgão oficial de ATER do Estado para discutir o modelo do plano de qualificação dos fornecedores de leite (produtores);
  • O tempo de ordenha até o recebimento na indústria não poderá ser superior a 48h (a FETAG-RS solicitou que a coleta pudesse ser realizada em dias alternados sem prejuízo ao produtor);
  • Proposta de criar um sistema de contraprova com as amostras do leite (a FETAG-RS solicitou que o agricultor ficasse com uma amostra de leite em seu poder para que, caso houvesse desconformidade, pudesse ser feita análise de contraprova em laboratório oficial);
  • A propriedade rural que apresentar por três meses consecutivos a média do valor da Contagem Bacteriana (CBT) acima do limite, a indústria deverá interromper a coleta até que sejam adotadas ações corretivas e uma nova análise dentro do padrão (a FETAG solicitou a supressão total desse artigo, por entender que o sistema de amostras e a assistência técnica precisam ser melhoradas); 
  • A IN entrará em vigor a partir de 180 dias depois da data de sua publicação (a FETAG solicitou o alongamento do prazo para um ano).

Na nova IN:

  • A indústria deve manter um plano de qualificação dos produtores de leite, com diagnóstico, objetivos, metas, indicadores e cronograma de execução;
  • O Ministério da Agricultura fará o acompanhamento da execução dos planos de qualificação de produtores de leite e, em caso de não-cumprimento, o sistema de inspeção será comunicado para as devidas providências;
  • Para iniciar a coleta de leite de novos produtores, a indústria deve verificar e registrar que os produtores atendam às boas práticas agropecuárias e que o leite está de acordo com o definido no regulamento técnico específico para contagem padrão em placas (CBT); e
  • O leite cru refrigerado deve apresentar limite máximo para Contagem Bacteriana de até 900.000 antes do seu processamento na indústria (padrão para a indústria).

Joel, que estava acompanhado de Adrik Richter, assessor de Política Agrícola da FETAG, reforçou o pedido para a criação de Grupo de Trabalho (GT) composto por entidades como a FETAG, cooperativas, Emater e Secretaria da Agricultura para discutir todos os itens das IN`s, ponto por ponto, e propor uma reformulação dos mesmos. Esse GT iria propor, em Brasília, junto à ministra Tereza Cristina, as adequações.

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Além disso, de imediato, propor a prorrogação da vigência da mesma, para “evitar mais uma baixa de produtores que só de olhar a IN vão desistir, tendo em vista a atual conjuntura de preços da cadeia do leite”, completou. Participaram do encontro na Dalia, prefeitos, secretários municipais da Agricultura, lideranças sindicais, técnicos da cadeia, IGL e Codevat.

As informações são da Rádio Progresso de Ijuí, adaptadas pela Equipe MilkPoint.

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