EUA: cotações da soja tendem a seguir em baixo patamar

Apesar de prever queda considerável da produção americana de soja na safra 2019/20, que está em fase inicial de plantio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) traçou um cenário ainda confortável para a oferta global do grão na próxima temporada, o que tende a manter as cotações internacionais sob pressão. Segundo o órgão, os estoques finais deverão representar 31,8% da demanda mundial, ante 32,6% neste ciclo 2018/19.

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Apesar de prever queda considerável da produção americana de soja na safra 2019/20, que está em fase inicial de plantio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) traçou um cenário ainda confortável para a oferta global do grão na próxima temporada, o que tende a manter as cotações internacionais sob pressão. Segundo o órgão, os estoques finais deverão representar 31,8% da demanda mundial, ante 32,6% neste ciclo 2018/19.

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De acordo com o USDA, principal referência para os fundamentos que influenciam os preços na bolsa de Chicago, nos EUA a colheita deverá alcançar 112,95 milhões de toneladas em 2019/20, 8,7% menos que em 2018/19. Mesmo que no Brasil, que passará a liderar a produção, o volume previsto de 123 milhões de toneladas (5,1% maior que neste ciclo 2018/19) se confirme, a produção mundial, nas contas do USDA, cairá 1,8%, a 355,66 milhões de toneladas.

Figura 1

A queda da produção americana está ligada às disputas comerciais entre Washington e Pequim, que desde o ano passado limitam as vendas de soja dos EUA à China. O país asiático reagiu à medida anunciada pelo governo de Donald Trump e taxou o grão americano em 25% e tem dado preferência à matéria-prima de outras origens, principalmente do Brasil. O recuo também tem relação com a própria desaceleração do crescimento da economia chinesa e com o surto de peste suína africana que atinge o país asiático e vai reduzir a demanda para a produção de ração.

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Conforme o USDA, as importações chinesas de soja deverão se manter no patamar mais baixo em que se encontram. Para 2018/19, a previsão é que alcancem 86 milhões de toneladas, ante 94,1 milhões em 2017/18, e para 2019/20 a estimativa chega a 87 milhões de toneladas - 57,7% das importações mundiais. Mesmo nesse contexto, as exportações americanas, conforme o USDA, vão aumentar de 48,31 milhões de toneladas, em 2018/19, para 53,07 milhões em 2019/20, em parte graças ao incremento das vendas para outros destinos. Já os embarques do Brasil foram projetados pelo órgão em 75 milhões de toneladas, ante 78,5 milhões no ciclo 2018/19.

Apesar da melhor perspectiva desenhada para os embarques dos EUA, e da promessa de Donald Trump de financiar a compra de volumes expressivos de produtos agrícolas dos produtores americanos caso a China reaja ao novo aumento de tarifas sobre bens chineses imposto por Washington, as cotações da soja voltaram a recuar em Chicago na última sexta-feira, 10, o que influenciou também o mercado de milho.

Na bolsa de Nova York, o algodão também não passou incólume, já que a China é grande importadora - e deverá ampliar as compras no exterior para recompor seus estoques. E isso embora o USDA tenha projetado aumento das exportações americanas em 2019/20, mesmo que em ritmo menor. Mas, mais uma vez, é o Brasil que tende a ser beneficiado, para se firmar como o segundo maior exportador da pluma do planeta. Conforme o órgão, os embarques brasileiros chegarão a 1,8 milhão de toneladas, 41,4% mais que em 2018/19.

As informações são do jornal Valor Econômico.

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