Cooperativas buscam consolidação para obter ganhos
A consolidação no setor cooperativista é uma forma das organizações ganharem eficiência e continuarem competitivas para se contrapor ao movimento de concentração das corporações, segundo Fábio Chaddad, professor de economia agrícola na Universidade de Missouri, nos EUA.
Publicado por: MilkPoint
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Segundo ele, o segmento de cooperativas ainda não viveu um forte movimento de consolidação porque há resistência política. "Mas nos próximos cinco anos vamos ver muito mais consolidação porque faz sentido economicamente, e para [as cooperativas] se contraporem à consolidação das SAs", explica.
Em outros países, como EUA e Nova Zelândia, a consolidação de cooperativas já ocorreu há anos, sobretudo em lácteos. Os números do setor nesses países mostram que o movimento foi bem-sucedido. Nos EUA, lembra Chaddad, a Dairy Farmers of America (DFA) - resultado da fusão de quatro cooperativas regionais em 1998 -, fatura US$ 10 bilhões por ano e responde por um terço do leite produzido no país.
Há ainda o caso da neozelandesa Fonterra, resultado da união, em 2001, de três centrais cooperativas e que é hoje a maior exportadora de lácteos do mundo, com mais de um terço do mercado internacional. A central cooperativa fatura US$ 10 bilhões por ano e tem 95% do mercado da Nova Zelândia. "Até a década de 50, quando começou a granelização de leite na Nova Zelândia, havia 300 cooperativas. A partir disso começou a consolidação. Nos anos 90, caíram para 12 cooperativas e hoje são apenas três", lembra Chaddad.
"O mercado impõe que as cooperativas cresçam", diz. Mas também há espaço para as pequenas, que podem ocupar nichos, onde a escala não é relevante. No Brasil, a mineira Itambé costura uma fusão com outras quatro centrais - a Centroleite/GO, a Confepar/PR, a Cemil/MG e a Minas Leite/MG - baseando-se justamente nos modelos da Fonterra e da DFA. Chaddad assessorou as cooperativas no projeto.
O especialista não considera o recente movimento de consolidação no Brasil como reflexo de problema no modelo de organização cooperativista. "Não se vê episódios dessas proporções nas cooperativas", afirma. Uma das razões é que as cooperativas tendem a ser mais conservadoras que as corporações. Além disso, as cooperativas têm recorrido às fusões porque foram afetadas pelas adversidades decorrentes da crise financeira, no fim de 2008.
Nova regra pode facilitar processos de união
O governo avalia alterar as regras de financiamento a cooperativas para auxiliar processos de incorporação e fusão entre essas sociedades. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) solicitou ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi, alteração na linha de crédito Prodecoop para financiar a compra de ativos não-financeiros entre os grupos.
A modificação na regra do programa de R$ 2 bilhões seria "fundamental" para auxiliar as negociações entre as cooperativas. "Pedimos para mudar o Prodecoop para que as cooperativas possam adquirir ativos imobilizados usados" diz o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas. "Com crédito, uma cooperativa poderia comprar parte do patrimônio de outra, como máquinas, silos, armazéns, secadores e até indústrias. Isso facilitaria o processo de incorporação", diz Freitas.
Entretanto, o presidente da OCB admite haver resistências nas conversas de fusão e incorporação entre os grupos, mas entende ser necessário fortalecer o movimento. "Tem resistências, as coisas não acontecem por amor. Ainda é doloroso, mas é inevitável essa tendência de redução grande de cooperativas agropecuárias", diz Freitas.
As informações são do jornal Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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